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A SEXUALIDADE EM ROMA E AS PICHAÇÕES

Por:   •  14/10/2015  •  Seminário  •  1.713 Palavras (7 Páginas)  •  372 Visualizações

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A SEXUALIDADE EM ROMA E OS PROSTÍBULOS DE POMPÉIA

A priori, a sexualidade no mundo romano, datado no primeiro século depois de Cristo, era algo voltado ao cunho religioso. Diferente do mundo ocidental atual, a sexualidade não era tida como algo pertencente apenas à esfera da libido, ou do prazer romântico. Focault (apud SANFELICE, 2010) diz que a expressão sexualidade como conhecemos é utilizada somente depois do século XIX. O termo sexualidade não era epistemológico para as sociedades anteriores. Quem se ocupava disso anteriormente, eram áreas como a Medicina, a Psicologia e até mesmo a Justiça.

Os romanos consideravam que o ato sexual deveria estar a par da questão da fertilidade; fertilidade das plantações e dos animais que se reproduzem e dos seres humanos. Nesse sentido, segundo Funari (2012), esse aspecto explicaria a existência de deuses e deusas ligados à fertilidade no Império Romano como Vênus, "a deusa do amor", que na verdade é a deusa dos aspectos da reprodução e também uma das patronas da cidade de Pompéia. Junto à Vênus havia ainda Priapo, "deus da fertilidade", que era um deus idoso de órgão genital muito comprido e ereto.

Priapo era um deus de origem agrícola, considerado o zelador de rebanhos, de produtos hortalícios, frutas e até de abelhas. Suas estátuas eram construídas em fronteiras de grandes comunidades agrícolas para que ninguém invadisse a propriedade. Assim, afirma o arqueólogo que além de Priapo havia inscrições, nas quais se encontravam a seguinte mensagem: "Se você avançar essa fronteira, você sofrerá as consequências no seu traseiro"; isto é, aos que rompessem a propriedade, ameaçava-se com esse tipo de punição. Dessa forma, podemos dizer que “todos os deuses ligados a sexualidade eram encarados com caráter religioso” (FUNARI, 2002).

Na cidade de Pompéia, ainda em acordo à Funari (ibidem), há uma expressão interessante que acompanha o desenho de um falo de tamanho bastante grande, na qual se inscreve: "Aqui mora a felicidade", mas não a felicidade relacionada a um bem-estar, senão “a sorte dos deuses”. Nesse sentido, podemos entender a palavra "felicidade" como aquilo que é abençoado pelos deuses, logo, quem é contra a benção divina será automaticamente punido. Nessa cidade, existiam inúmeros falos em formas de estátuas que tinham por função afastar a inveja e o mau-olhado, além de trazer a sorte.

Frequentemente se observa em Pompéia uma série de cruzamentos representados no local onde as pessoas se encontravam, especificamente na entrada de suas casas. Nessas entradas, até as campainhas tinham o formato de um pênis. A explicação se daria pelo fato de que a pessoa, ao tocar a campainha, seria coberta pela proteção de Priapo e assim, a família estaria resguardada contra qualquer eventual má intenção do visitante.

Além disso, nas paredes pompeianas havia muitas imagens de pessoas em pleno ato sexual. Sob os olhos da atualidade, muitas vezes, isso pode ser interpretado como libertinagem; essas representações seriam algo equivalente a uma revista de conteúdo pornográfico, como comenta Funari (2012). No entanto, não era essa a sua função. Na verdade, essas imagens propiciavam a fertilidade e serviam para que os moradores produzissem descendência. Dessa forma, havia também lamparinas com imagens e representações eróticas, entre as quais estão presentes relações homossexuais.

Não obstante, esse tipo de imagem também era encontrado em prostíbulos. Estes, mais conhecidos atualmente como casas de prostituição, eram lugares frequentados principalmente por pessoas muito pobres e por viajantes que, por estarem fora de casa, não tinham suas escravas a disposição para satisfazer seus desejos – vale ressaltar que era normal que os escravos satisfizessem seus senhores até mesmo nesse sentido.

Mesmo no caso dos prostíbulos, em que há um caráter de interesse monetário devido à cobrança pela relação sexual, essas imagens possuem um valor que não é puramente erótico, senão representam a sorte garantida à pessoa que cometa o ato sexual e a certa proteção que o homem recebe nesse ato.

A PROSTITUIÇÃO E OS PROSTIBULOS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Desde sua origem na Roma Antiga a prostituição passou por diversas modificações. Na idade média as prostitutas passaram a ser vistas, pela Igreja, como um mal necessário. Essa por sua vez detinha todo o poder e pregava a condenação de todos aqueles que a elas iam, também foi nessa época que as prostitutas passaram a ser vistas como a escória da sociedade, mulheres impuras e sem quaisquer espectativas no futuro. Por muitas vezes eram associadas a violência e devido a isso os bordéis foram desaparecendo. Atualmente não houve grandes alterações, as prostitutas continuam sendo vistas como flagelo da sociedade. Mulheres que um dia já foram consideradas as mais poderosas do reino agora são marginalizadas.

A prostituição no mundo contemporaneo está extremamente ligada a busca pelo prazer, porem não se encontra ligada apenas a isso, considerada hoje fruto de um problema socio-afetivo gera muitas polemicas acerca de sua legalização.

Viçosa teve um aumento consideravel no indice de prostituição durante a ampliação e reforma da UFV em 1932, esta atraiu mão-de-obra e moradores, aumentando consideravelmente a população. Esses novos habitantes buscavam qualidade de vida e "felicidade", o que inclui satisfação sexual.

Como marcas desse historico de prostuição tem-se o bairro Carlos Dias, popularmente conhecido como Rebenta Rabicho, mas já foi identificado como Levanta Saia e Pendura Saia, nomes que remontam ao histórico de prostíbulos na comunidade. E principalmente a casa Alcântara, localizada no centro de Viçosa, que hoje está abandonada e a venda, porém funcionou durante muitos anos como um prostibulo.

OS GRAFITES POMPEIANOS

Nos últimos duzentos anos, foi descoberta em Pompéia uma quantidade imensa de pinturas parietais e grafites. Só de pinturas são centenas, e de grafite, mais de dez mil. Escrevia-se em latim muito simples, “macarrônico”, o chamado "latim vulgar", que era o latim falado pelas pessoas no cotidiano, diferente das regras aprendidas na escola.

Com pesquisas de cunho arqueológico, foi possível verificar que as pessoas tinham o hábito de escrever nas paredes, e para isso utilizavam estiletes, um instrumento barato e quotidiano.¹ Investigações como Corpus Incriptionum Latinorumo, produzida por uma comissão formada em Berlim no ano de 1947. Esta coleção de dezessete volumes igualmente escritas em latim, foi possível

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