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COMO O MST PODE NOS AJUDAR IMAGINAR NOVAS FORMAS DE CONSTRUIR UM FUTURO LONGE DA EXPLORAÇÃO, DOMINAÇÃO E DESTRUIÇÃO DO PLANETA

Por:   •  9/12/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.885 Palavras (8 Páginas)  •  128 Visualizações

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COMO O MST PODE NOS AJUDAR IMAGINAR NOVAS FORMAS DE CONSTRUIR UM FUTURO LONGE DA EXPLORAÇÃO, DOMINAÇÃO E DESTRUIÇÃO DO PLANETA.

Vanderlea dos Santos Resende.

Universidade Federal de Alfenas.

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo a reflexão sobre novas formas de sobrevivência humana e não humana longe da exploração capitalista, a partir da perspectiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST). Considerando a urgência do enfrentamento diante da crise climática que vem se agravando junto com ao negacionismo de Governos neoliberais que se recusam a encarar a gravidade do problema. Para tanto a pesquisa se apoia em análises científicas produzidas sobre o MST, como também dados científicos sobre a crise ambiental e a própria história e atuação prática da luta do MST. Trata-se de uma reflexão que provém de uma pesquisa ainda em andamento, visto que se trata de um assunto complexo que necessita de mais aprofundamento, portanto não há pretensão de respostas conclusivas.

Palavras-chave: MST, crise climática, exploração capitalista, soberania alimentar.

Dentro do capitalismo o homem estabeleceu uma relação não somente de interação e apropriação dos meios naturais para sua sobrevivência, mas de exploração e consequentemente de destruição da natureza e do planeta. Gerando assim consequências tais como; a escassez de água, acidificação dos oceanos, derretimento dos polos, destruição das florestas, extinção de várias espécies de animais e o aquecimento global, no qual não só a nossa qualidade de vida é ameaçada, como também a segurança. Dessa forma a crise ambiental tem se tornado um dos maiores desafio, se fazendo urgente repensarmos outras formas de lidar com a natureza, e que segundo o ex-Ministro de Minas e Energia do Equador Alberto Acosta, “As crises provocadas pelo capitalismo desenfreado - sempre selvagem - provocam maiores níveis de desequilíbrios sociais e culturais e, simultaneamente, levam a uma maior destruição da natureza. Essa tendência irrefreável amplia cada vez mais a exclusão, o autoritarismo e a intolerância, além das desigualdades tão características do sistema capitalista.”

Nesse sentido, é importante lembrar que existem pessoas que estão se unindo para pensar e lutar novas maneiras de viver que supere a concepção produtivista-consumista predadora da natureza, considerando as exigências e os limites da Terra, permitindo extrair dela os meios de sobrevivência sem que isso signifique a sua destruição. Um desses movimentos muitas vezes visto pelo direita brasileira como “vagabundos que invadem terras”, é o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e que nas palavras de Bruno konder Comparato, “Outra linha de conduta adotada pelo governo, para enfrentar a pressão exercida pelo MST é tentar descaracterizá·-lo como movimento social, para enquadrá·-lo como um movimento criminoso, que realiza um conjunto de ações fora da lei”. Entretanto, ao contrário do que permeiam o senso comum, o MST é um movimento que luta não somente pela reforma agrária mas por uma sociedade pautada pela solidariedade e pelo fim da exploração, da opressão e da destruição do planeta. E que segundo Tiago Nicolas Lavoura, “Reconhecemos o MST como o movimento de organização social popular que historicamente mais expressa a luta da classe trabalhadora do campo contra o capitalismo, se confrontando com um dos seus pilares fundamentais, a propriedade privada da terra e dos meios de produção”.

Desse modo o objetivo é buscar enxergar através das ações do MST formas para enfrentar a crise econômica e ambiental que tem se agravado gerando consequências severas que precisam ser combatidas através de uma luta coletiva.

Impacto das ações do MST

Um fator de destaque dentro do MST é soberania alimentar e a alta produção de alimentos orgânicos, e que segundo a matéria do jornal Terra de 2018, a agricultura familiar é responsável por 70% da comida que chega a nossa mesa.

Nesse sentido é notado o crescimento e os aliados ao MST, no qual é o maior produtor de produtos orgânicos do país, segundo notícia publicada no Valor 2019 já são “162 cooperativas e nos assentamentos existem mais de 2 mil associações, que também ajudam na organização da produção”, diz Milton Fornazieri, da área de produção de alimentos do MST. A gestão das cooperativas fica a cargo de representantes dos associados, mas todas têm vinculações com a coordenação do movimento”. Não só do país, mas segundo a BBC 2007 “Como MST se tornou o maior produtor de arroz orgânico da América Latina”.

O MST ainda se destaca por ter um modo de produção agroecológico. Uma agricultura sustentável, uma nova forma de lidar com terra sem destruí-la o que já gerou prêmios para o MST, como mostra o jornal Brasil de Fato 2017: “Ocupação do MST no Paraná ganha prêmio por recuperação da Mata Atlântica”.

Dentro das iniciativas do MST também há o objetivo junto ao Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis” do MST, que tem como desafio o plantio de 100 milhões de árvores nos próximos dez anos, em todo território brasileiro.

O que do MST vem construindo é uma união entre a cidade e campo, lutando por uma soberania alimentar tornando possível uma relação direta das pessoas com o alimento consumido, mostrando que existe como construir uma sociedade pautada pela solidariedade, prezando pela saúde e qualidade de vida na busca pelo fim da exploração e destruição do nosso planeta. Essa capacidade de agir coletivo se mostra eficaz na luta por uma emancipação da classe explorada que buscando maneiras de sair dessa ordem predatória do capitalismo, pois quem

Quem olha para as ações do MST vê se transformarem em lutadores seres humanos que o capitalismo já imaginava ter excluído definitivamente. Talvez seja esta radicalidade, da luta, do jeito e de quem a faz, o que provoca na sociedade tomada de posição imediata: as pessoas são contra ou são a favor das ações do MST; mas de modo geral não costumam ficar indiferentes a elas.( CALDART, 2001).

Por que o MST é uma alternativa?

A partir de estudos já feitos sobre o MST e da sua própria história de luta desde a Via Campesina, que data de 1992, que é uma organização nacional para a articulação de movimentos sociais não urbanos na qual o conceito de soberania alimentar se torna popular. Nesse sentido é possível pensar que de acordo com

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