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Comentários Acerca do Período da Antiguidade Tardia

Por:   •  24/1/2022  •  Resenha  •  639 Palavras (3 Páginas)  •  98 Visualizações

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Dos períodos que marcam o Império
A história do Império Bizantino está dividida em três grandes períodos: o inicial, o médio e o tardio. O inicial se estende de 476 – marco da cisão do Império Romano – até o século VII, período este marcado pela ascensão dos Islã e a instalação dos Árabes ao longo da costa sul e leste do mediterrâneo. A invasão Persa no século VII e a expansão árabe tomaram do Império algumas de suas províncias mais prósperas (Síria, Palestina, Egito, Norte da África), reduziu sua dimensão territorial e população a menos da metade do original.
O período médio-bizantino é marcado pelo equilíbrio de três potências: o Império Bizantino, o Islã e a Europa Ocidental. Onde o Império, após perder o domínio sobre suas terras originais visa no Norte, em especial os Balcãs e a península da Criméia, expandir sua influência e comércio em detrimento das antigas rotas. Por fim, o período tardio preserva a relação de poderes destas potências, mas apresentando uma configuração diferente, a Europa Ocidental está em plena ascensão, em contrapartida o mundo bizantino e o árabe estão desestruturados. Os principais eventos que caracterizaram esta última fase foram: a tomada da maior parte da Ásia Menor pelos Turcos Seljúcidas e o fim do tráfego marítimo para as cidades-estado italianas. Após tais eventos, o império bizantino consegue manter certa unidade, mas a partir de 1180 se inicia sua fragmentação, tendo por fim a tomada de Constantinopla pelos cruzados em 1204, e a futura conquista pelos Otomanos em 1453.
De Constantino a Justiniano
A origem da histórica cidade e capital do Império Romano do Oriente, remonta ao século VII antes de cristo, quando na mesma região fora fundada a cidade de Bizâncio, onde quase mil anos depois – em 330 d. c – Constantino I estabeleceria o centro de poder político do Império. A cidade escolhida pelas defesas naturais, bem como por sua localização nas rotas comerciais e terrestres, sofre uma transformação, levantam-se as muralhas e a população tende a crescer. A cidade foi sede de poder para os imperadores romanos que se seguiram, dentre eles o mais notável foi Teodósio I, pois foi ele que, em seu leito de morte em 395, divide para sempre o Império Romano em dois: o lado ocidental, legado a Honório, e o oriente, legado a Arcádio, ambos seus filhos e herdeiros. Este período é marcado pela integração do cristianismo na tradição greco-romana, a definição do dogma cristão e estabelecimento de uma estrutura de vida, arte e literatura cristã – os basileus (imperadores romanos do oriente) “assumiam-se como herdeiros de Constantino I, ou seja, como imperadores cristãos que governavam um espaço entendido como um desígnio divino, eterno e universal” (MONTEIRO, J. Gouveia in O Sangue de Bizâncio). Em 476 d. c Romulo Augusto, o último imperador do Império Romano do Ocidente é morto, Roma é saqueada pelas tribos germânicas, dando fim a era compreendida na historiografia como Antiguidade. A partir deste evento o Império Romano do Oriente é tido como herdeiro natural da cultura romana,
Justiniano, natural de Bederiana (na atual macedônia) e sobrinho de Justino I, ascende rapidamente aos mais altos títulos do meio aristocrático do império bizantino, sendo o trono legado a ele no primeiro dia de Abril de 527 por indicação do tio, já bastante doente. Justiniano teve como projeto retomar a herança de Constantino I, legitimando as ações do império como divinas, e o imperador o “vigário de Deus na terra” como seu alto representante, o qual haveria de ter poder sobre a igreja, o estado, as leis e o exército. Ao imperador fora legado três grandes feitos: I) a reconquista de uma parte das terras do Império Romano do Ocidente que havia sido tomada pelos bárbaros, onde reinava os vândalos. II) reforma profunda do Direito, afim de resolver as discrepâncias legislativas. III) a edificação de obras públicas.

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