FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES-FFP GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Por: Erik Amorim • 1/12/2019 • Trabalho acadêmico • 2.396 Palavras (10 Páginas) • 150 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES-FFP
GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Aluno
Erik Amorim
BOÉCIO E A FILOSOFIA MEDIEVAL
SÃO GONÇALO
2019
INTRODUÇÃO:
Apesar do período Medieval, ser chamado de forma corriqueira e equivocada de “Idade das Trevas ,esse“ período é marcado, sobretudo ,por trazer grandes transformações positivas para o pensamento humano. E a filosofia do medievo que trouxe contribuições para o pensamento humano. Assim como a filosofia tanto na Antiguidade, na Idade Média, também mostraram caminhos que contribuíram para as transformações da educação dos homens, no que diz respeito aos valores morais e sociais de um povo.
Dessa maneira, fazendo com que a história e a filosofia estejam vinculadas , e mostrando que as duas são de grande importância para que ocorra um entendimento melhor sobre o desenvolvimento humano.
Diante da importância dos estudos da história e da filosofia, o contexto global do pensamento boeciano , se encaixa perfeitamente a esse período. Ele é conhecido como um dos grandes pensadores do período Medieval,e para mostrar a sua importância para esses estudos analisaremos a obra “A Consolação da Filosofia” de Boécio (480-525 d.c.).Com essa análise pretendemos compreender a influência do pensamento de Boécio na formação humana no início da Idade Média,correspondente ao período do século VI,e com isso mostrar também que esse período é conhecido com um nome totalmente errado, pois apresentou grandes autores para a filosofia Medieval.
Dessa maneira, acreditamos que o nosso estudo é importante para compreender o pensamento escolástico, principiado por Boécio, que constituiu-se de forma relevante para a sociedade medieval, e consequentemente ,para a formação do ser e para a história.
BIOGRAFIA:
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Anício Mânlio Severino Boécio nasceu em Roma por volta do ano de 480,quando o Império Romano do Ocidente vivia seus últimos anos,quando a Antiguidade Clássica já cedia lugar à Idade Média. Boécio era filho de Flávio Mânlio Boécio que descende de uma das mais poderosas linhagens romanas os Anicii, cristianizada há mais de um século ,que tinha dado a Roma cônsules e o imperador Anício Olíbrio.
Na linhagem paterna contava, pelo menos, dois papas e a linhagem materna incluía alguns imperadores romanos .Mostrando que sua ação política e sua mentalidade conservadora ,pertence a uma tradição aristocrática imperial ,orgulhosa de sua hegemonia cultural.
O pai faleceu pouco depois de ter sido nomeado cônsul,deixando órfão Boécio com apenas sete anos, que em resultado foi educado por Quinto Aurélio Mêmio Símaco,amigo da família,também ele um patrício e cristão pio.
Desconhece-se onde Boécio aprendeu a língua grega com tamanha proficiência e profundidade e onde adquiriu os profundos conhecimentos sobre os autores clássicos greco-latinos que a sua obra demonstra. Os documentos históricos conhecidos são ambíguos, mas alguns estudiosos apontam que ele foi educado segundo a tradição antiga “os saberes da elite” no seio da cultivada família dos Symmachus; e que bem provável que ele tenha estudado em Atenas ou em Alexandria.
Qualquer que tenha sido sua origem, aos conhecimentos de grego e de literatura e filosofia grega que Boécio demonstrou ,que era algo muito além do que era norma nas sociedade da elite. Até porque, o Império vivia um grande período de conturbação social devido às invasões bárbaras, o que fez o ensino ficasse em decadência e que ocorresse um recuo no conhecimento da filosofia clássica.
Boécio casou-se com Rusticiana ,uma filha do seu mentor Símaco ,tendo pelo menos dois filhos .Seguindo a tradição familiar ,era senador e em 510 foi escolhido cônsul ,já quando Roma se encontrava sob domínio dos ostrogodos .Devido à crescente escassez de pessoas com formação avançada ,resultado das convulsões do tempo e do declínio dos estudos clássicos, o jovem Boécio entrou ao serviço do rei ostrogótico Teodorico ,o Grande ( 474-526),sendo encarregado de múltiplas funções de grande responsabilidade.
Por volta do ano 520,quando tinha cerca de 40 anos de idade, Severino Boécio já ocupava a posição de mestre dos ofícios ,posição correspondente à de governador da corte e chefe dos serviços governamentais do rei Teodorico ,o Grande .Refletindo a importância política e prestígio do pai, os seus dois filhos foram escolhidos para co-cônsules no ano de 522.
Boécio acabou se tornando amigo e confidente daquele rei, o que não o livraria de ser preso por sua ordem no ano de 523.A prisão ocorreu supostamente por Boécio ter defendido abertamente o senador Albino ,caído em desgraça e acusado de traição por ter escrito uma missiva ao imperador bizantino Justino I queixando-se de Teodorico .Outras fontes acusam-o de estar envolvido numa conspiração para restaurar a república, com o favor do imperador bizantino.
INFLUÊNCIAS NA IDADE MÉDIA:
Entre uma ética inspirada nos antigos, procedendo com argumentos aristotélicos e estóicos, e uma formação de espírito enciclopédico e já medieval, menos pagão do que grego, mas muito mais romano do que cristão, Boécio exerce forte influência na Idade Média, que adotará seus tratados sobre música e geometria nos centros de ensino superior e debaterá a questão escolástica dos "universais" tomando como guia seus estudos filosóficos de base neoplatônica .
A contribuição de Boécio representa, portanto, uma das mais valiosas mediações entre o mundo filosófico da Grécia antiga e a cultura medieval latina, estendendo-se sua influência até o século 15, entre os humanistas.
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