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Frei Evangelista, Relatório

Por:   •  23/11/2017  •  Relatório de pesquisa  •  584 Palavras (3 Páginas)  •  247 Visualizações

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O documento em analise trata-se de um relatório feito pelo Frei João Evangelista, um capuchinho oriundo da Itália. O Frei foi convocado pelo arcebispo da Bahia, D. Jerônimo Tomé, para exercer uma ação religiosa em Canudos, a pedido do governador do Estado, Rodrigues Lima, em 1895, que solicitou a colaboração do Arcebispado para obter informações sobre Belo Monte e dispersar o povo do local para voltarem aos lares e ao trabalho, para o bem geral.

O relatório foi supostamente redigido pelo monsenhor Basílio Pereira, no final do século XIX, período em que o Brasil encontrava-se numa transição de um regime monárquico para republicano. Canudos, rebatizado por Antonio Conselheiro de Belo Monte, era um povoado habitado por humildes sertanejos. De acordo com os relatos do Frei, o local era composto por casinhas toscas, construídas de barro e cobertas de palha, com uma porta e sem janelas, não havendo ventilação.

O interior seria imundo e os moradores quase não usariam trajes, com aspectos esquálidos e quase cadavéricos. De acordo com o documento, existiria uma praça de extensão retangular rodeada por cerca de doze casas de telha, e nas extremidades em frente uma a outra se localizaria uma capela e a residência de Antonio Conselheiro.

O Frei relata que em vários pontos da praça ficavam cerca de mil homens armados de garrucha, facão, bacamarte entre outras armas. O Capuchinho denomina o local como sendo um “acampamento de beduínos”, ou seja, de nômades. Descreve esses homens como tendo um olhar inquieto e ao mesmo tempo indagador, com consciências perturbadoras e intenções hostis. Ressalta também a quantidade de mortos por dia, abatidos pela fome e por doenças obtidas pela falta de higiene e qualidade de vida do ambiente em questão.

Ao falar sobre o líder Antonio Conselheiro, o Frei descreve características como: nenhum traje cobrindo os ombros, o cabelo crescido, a barba grisalha, os olhos fundos, rosto comprido, palidez, um porte grave e penitente, que enganaria e atrairia o povo simples e ignorante do sertão.

Observa-se ao decorrer da fonte que a finalidade do mesmo é informar o governo e toda a população como viviam os moradores de Canudos, desmoralizando o lugarejo e alegando que os habitantes não respeitavam as autoridades republicanas, oferecendo riscos a todos ao redor. Pedia-se a intervenção do governo, para que fosse restabelecido no povoado o prestigio da Lei, as garantias do culto católico e os foros de povo civilizado. O Frei João Evangelista, alegava que aquela situação era deplorável, o fanatismo por Antonio Conselheiro e anarquia deveriam cessar para a honra do povo brasileiro.

O documento é um testemunho direto, onde o Capuchinho relata tudo àquilo que presenciou em Belo Monte durante sua hospedagem, sendo voluntário pois o mesmo se mostrou disponível para realizar a missão, tendo como objetivo verificar e descrever o local. Escrito em boa linguagem, o Italiano falava de maneira desabrida, misturando a língua materna com o idioma de sua terra natal. Utilizou-se de uma argumentação de princípio, baseada nos bons costumes da época e da sociedade.

O Relatório informativo em análise é evidentemente parcial, ou seja, voltado para os interesses do Governo do período, portanto, a veracidade da fonte deve ser aceita, mas do ponto de vista do Estado. Os moradores de Canudos obtinham outro

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