Governos
Por: bozo-assis • 14/5/2015 • Relatório de pesquisa • 1.760 Palavras (8 Páginas) • 218 Visualizações
Governos
Sobre o aparecimento dos regimes autoritários modernos destacam o seu caráter transitório. A razão do caráter inevitável ou mesmo indispensável do autoritarismo para o capitalismo periférico na presente fase, seu desaparecimento também se inscreveria em seu papel histórico. (pag402)
Em 1954 doze entre vinte Repúblicas fossem governadas por militares que inicialmente tinham ganhado o poder através da força. Em 1961, restava apenas um, Stroessnerer no Paraguai. Em sete anos, revoluções e assassinatos determinaram o fim do mandato de dez presidentes militares, enquanto apenas um retira-se legalmente. Esses generais estavam á frente de regimes bastante diversos. Inclusive até mesmo democracias, além do fato de desaparecimento de seu líder nem sempre modificou o poder, como a situação de Nicarágua após o assassinato do pouco militar ditador Somoza em 1956. (pag. 403).
Perón foi eleito legalmente e reeleito presidente constitucional em 1951, assim como deposições do tirano venezuelano Pérez Jiménez, do general do Haiti ou do coronel J.M. Leumus em El Salvador. O Estado que nos anos setenta, castiga a sólida tradição de governos civis que alguns consideram definitivamente desmilitarizados, como o Chile, o Uruguai enquanto a Argentina uma nova intervenção militar resiste em um caráter de violência inédito na história nacional. A hora era propícia á libertação dos regimes de força e ao retorno do poder civil. (pag. 404).
Na Venezuela e na Colômbia as eleições regulares nessas democracias-testemunha, também não constituem absolutamente um acontecimento notável. No Brasil, as eleições legislativas tiveram resultados desfavoráveis ao governo. No Peru, Equador, e na Bolívia, as eleições tinham como objetivo preparar a volta dos civis ao poder, livre jogo das instituições democráticas e um retorno ordenado dos militares para suas casernas. (pag. 404).
Freqüentemente foi assinalada a instabilidade do poder exercido através da força. As transformações dos sistemas militares, assim como pequena duração dos governos não-civis são devidas a sua ilegitimidade tal como percebida pelos protagonistas. (pag. 405).
Se os governos eleitos possuem uma legitimidade original, os governos de fato só possuem uma legitimidade original, os governos só possuem uma legitimidade de exercito. O passado pode justificar a chegada dos militares ao poder: as referências de sempre caos político e social, ao vazio do poder, ás ameaças de todo o tipo, remetem, a objetivos a serem atingidos, o sistema militar era visto a partir de seu futuro. (pag. 406)
Os regimes militares contemporâneos latino-americanos diferem notavelmente a ditaduras modernas que conhecemos na Europa ou em outros continentes, justamente em razão dessa propriedade constitutiva: ele não tem a intenção a intenção de criar uma legitimidade, propor um novo sistema de valores políticos a ser erigido sobre ruínas do anterior. Os regimes militares contemporâneos latino-americanos diferenciam motavelmente a esse respeito das ditaduras modernas que conhecemos da Europa ou em continentes, justamente em razão dessa precariedade constitutiva: eles não tinham intenção de criar uma legitimidade, propor um novo sistema de valores políticos a se erigido sobre ruínas do anterior. (pag. 406).
As ditaduras militares latino-americanas atuais são principalmente regimes sem ideologia, uma doutrina da segurança nacional, que é mais ou menos compartilhada por esses governos militares institucionais fornece o discurso que dissimula a ilegitimidade em vez de criar uma nova fonte de legitimidade. (pag. 406)
Porem as proclamações, declarações, projetos e manobras dos militares no poder do Uruguai e na Argentina não se referem a nenhum outro sistema político, a nenhuma outra legitimidade além dessa tradicional do liberalismo. O militares no poder, por mais central que seja sua posição no sistema político e também por maior que seja sua autonomia, são tributos da cultura política das classes dominantes internas ou externas, cujo liberalismo interessado constitui um limite para os élans organizados dos homens das casernas. (pag407).
Os militares tinham razão em não subestimar mesmo depois de sete anos de interdição e de propaganda adversa, vigor e a audiência do sistema partidário. O governo presidido pelo general Pinochet desde setembro de 1973 no Chile, figura entre os regimes mais antiliberais do continente assim também o que menos sacrifica á retórica democratizante. Pelo contrario, os discursos autoritários dos militares chilenos, com sua insistência sobra necessidade de novas instituições, tendo acentos fraquistas. (pag. 408).
Se compararmos o regime do general Franco com o que é presidido pelo general Pinochet, as semelhanças saltarão aos olhos, embora as diferenças não sejam menores. Os dois sistemas contra-revolucionários desejam romper com situações políticas anteriores a eles, recusar qualquer direito da cidadania aos dissidentes políticos e afastar definitivamente os vencidos do poder, prolongando a coalizão dos vencedores (seja golpe de Estado ou da guerra civil), através da autoridade e pessoal limitada do líder militar das operações contra-revolucionárias. Mas, sob Franco, o antipluralismo não permitiu nenhuma coalizão tecnocrático-burguesa. A própria oposição acreditava que a ditadura era vitalícia, e que uma mudança do regime só poderia acontecer após a morte do caudilho. (pag. 410).
A retirada das forças armadas do poder engloba fenômenos bastante variados. A civilização do Estado militar, qualquer que seja sua profundidade, não significa necessariamente á volta á normalidade democrática. (pag. 410)
A militarização relativamente limitada pelo menos no tempo, do poder, foi seguida por desmilitarização drástica, sendo que as forças bolivianas foram amplamente desmobilizadas, seus quadros violentamente depurados, a fim de serem deixadas em uma citação que as impossibilitasse de incomodar o novo governo revolucionário. (pag. 411)
As formas de desmilitarização mais freqüentem consistem em deixar que o sistema militar permaneça atuante, enquanto as forças armadas são afastadas do poder. (pag. 413).
A unção democrática também permite tirar legalmente do impasse um regime militar que sobrevive. Em 1945 na Argentina, o regime decorrente de um golpe de estado em 1943 era alvo do fogo cruzado das oposições internas e externas encorajadas pela derrota dos países do Eixo, mas o coronel dos trabalhadores esta no auge de sua popularidade. (pag. 413).
Perón oferecia uma candidatura ás eleições presidenciais livres, uma saída honrosa para a instituição que conduzirá ao poder e qual se considere o representante. O general
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