HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL: O AMAPÁ E SEUS PATRIMÔNIOS MATERIAIS
Por: TATIANYREIS • 15/1/2018 • Artigo • 5.642 Palavras (23 Páginas) • 1.683 Visualizações
HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL: O AMAPÁ E SEUS PATRIMÔNIOS MATERIAIS
REIS, Ramon Giovani Alves[1]
PROBST, Melissa [2]
RESUMO
O Amapá, considerado um estado novo quando comparado aos demais estados do país, apresenta uma trajetória histórica que contribuiu para o engrandecimento da construção do país. Para isso, o resgate desse processo como meio de valorização, requer compromisso de todos, para que essas riquezas, hoje consideradas Patrimônios de um povo, não se percam no tempo, no descompromisso e no descaso. Sendo assim, o referido artigo tem por objetivo demonstrar alguns dos Patrimônios deixados pela trajetória histórica do estado do Amapá, assim como, a necessidade do reconhecimento legal dos mesmos, já que o estado é o que menos possui registros de tombamento no IPHAN. Com isso, utilizou-se da pesquisa indireta, qualitativa, subsidiada pela pesquisa bibliográfica, que auxiliou grandemente para a sua fundamentação. Tendo como compreensão de que os patrimônios aqui apresentados, principalmente os que ainda não foram tombados, necessitam urgentemente de intervenções públicas que contribuam para sua conservação histórica e estrutural.
Palavras-chave: Amapá. História. Patrimônio Material. IPHAN.
1 INTRODUÇÃO
A relação do homem com sua história se fazem necessário e importante para que o mesmo compreenda os fatos que contribuíram para evolução e o desenvolvimento da sociedade. Conhecer o seu processo histórico, permitirá que ele valorize sua cultura, tradição e patrimônios deixados por seus antecedentes.
Uma relação de conhecimento e respeito do povo com sua história e de outrem, fará com que a troca de experiências viabilize uma inter-relação histórico-cultural importantíssima para a conservação patrimonial de uma localidade ou país.
E, considerando que o estado do Amapá possui uma bagagem histórica valorosa e que necessita de um amplo reconhecimento local e nacional, que, o referido artigo suscitou a temática: História e Patrimônio Cultural: o Amapá e seus patrimônios materiais, como forma de elencar a importância de suas riquezas e a urgência no reconhecimento de alguns patrimônios que estão se perdendo no tempo.
Pretende-se assim, apresentar patrimônios que muito contribuíram na construção da história do povo tucujus[3] e que demonstram a beleza de seu processo evolutivo que perpassou entre os títulos de província do Grão-Pará, Território Federal, até chegar à condição de Estado. Sendo que, os argumentos aqui descritos se fundamentaram sob a holística de teóricos que discorrem sobre cada patrimônio aqui descrito, assim como, seu processo histórico e de reconhecimento pelos órgãos competentes como forma de divulgação dessas riquezas.
Com isso, apresenta-se de forma objetiva, a necessidade em buscar subsídios junto aos poderes públicos para a conservação desses patrimônios e o reconhecimento junto ao IPHAN, para que a historia de luta, conquistas e tradições desse povo, sejam amplamente compartilhadas com pessoas que ainda desconhecem toda uma cultura que permeia as maravilhas que o Amapá tem para apresentar.
É dentro dessa holística que o trabalho discorre sobre pontos que apresentam o Amapá e seu contexto histórico, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Amapá e os Patrimônios materiais do estado, como meio de se
fazer conhecer um pouco do que esse estado tem a oferecer, quanto as suas contribuições na história local e nacional, com patrimônios materiais de grande valor.
Baseado nessas perspectivas, que a literatura apresenta-se como caminho favorável a novas pesquisas, pois aborda questões de cunho histórico e de grande relevância para o país, evidenciando a importância em se buscar recursos para a manutenção dos patrimônios aqui descritos e os demais que ainda não foram elencados e que carregam estimável valor.
Sendo assim, objetiva-se com esse artigo, demonstrar alguns dos Patrimônios deixados pela trajetória histórica do estado do Amapá, assim como, a necessidade do reconhecimento legal dos mesmos, já que o estado é o que menos possui registros de tombamento no IPHAN.
Com isso, o que se propõem com o presente estudo, é que profissionais, estudantes e sociedade em geral que compreendem a importância da história de um povo a partir de seus patrimônios matérias, busquem não somente a divulgação desses bens, mas principalmente a conservação de anos de uma historia que tem muito a ensinar para os cidadãos futuros que ainda não a conhecem, para que possam unir-se na luta em prol da valorização cultural do povo.
2 O AMAPÁ E SEU CONTEXTO HISTÓRICO CULTURAL
Hoje, o então estado do Amapá, criado no ano de 1988 pela Constituição Brasileira, teve o início de sua construção histórica cultural, arraigada dentro de processos de conquistas territoriais entre Portugueses e Espanhóis, mesmo sendo estabelecida como pertencente aos Espanhóis pelo Tratado de Tordesilhas (1494).
Desta forma, os espanhóis com o objetivo de conhecerem melhor suas terras, até então, oficializada pelo presente Tratado, enviaram vários navegadores para a região, entre eles: Américo Vespúcio, Vicente Yanês Pinzón e Francisco Orellana.
Orellana, chegou a ganhar do rei da Espanha (Carlos V) em 1544 a concessão dessa imensa terra, com o nome de “Adelantado de Nueva Andaluzia”, esse foi o primeiro nome oficial dado pelos espanhóis às terras que mais tarde seriam conhecidas como Amapá. Embora se tenha feito à concessão dessa região com o objetivo de colonizá-la, Orellana não chegou a pisar no solo amapaense, sua embarcação acabou naufragando, perecendo toda a sua tripulação. De acordo com Soares e Rodrigues (2011,p.42)
A primeira tentativa europeia de explorar as terras amapaenses foi em 1544 quando o rei da Espanha, Carlos V, autorizou o navegante Francisco Orellana a explorar uma imensa área que foi denominada de Adelantado da Nueva Andaluzia, primeiro nome dado às terras que, mais tarde seriam denominadas Amapá. Apesar de ter recebido a responsabilidade de iniciar a conquista das novas terras em nome do governo espanhol, sua expedição acabou naufragando e provocou a morte da tripulação.
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