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História do Artesanato – até os dias atuais

Por:   •  30/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.916 Palavras (8 Páginas)  •  203 Visualizações

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Introdução

Quantas vezes nos deparamos com alguma peça diferente (muitas delas únicas) e imaginamos quanto tempo levou para que ela fosse criada, ou quais técnicas foram utilizadas para sua confecção? Roupas, quadros, máscaras, vasos de flores, enfeites, bandejas, ornamentos para casa, escritório, ou mesmo para presentear alguém... A verdade é que nos deparamos com peças artesanais com maior frequência do que muitos costumam perceber. Elas podem ser encontradas em uma feira livre, em uma loja de roupas, na casa ou escritório de algum parente ou amigo, ou até mesmo em nossas próprias casas.

Peças feitas à base de couro, vidro, tecido, gesso, barro ou madeira, dentre tantas outras matérias-primas, desde seus primórdios (onde até o momento, a partir de estudos, afirma-se ter sido no período neolítico, 6.000 a.C, quando o ser humano aprendeu a polir pedras, fabricar cerâmica para cozer alimentos assim como algumas técnicas de tecelagem) o artesanato vem apresentando-se em diversas formas, com diversas utilidades nas sociedades. Desde itens de grande utilidade no dia-a-dia, a itens de enfeite, acessórios, instrumentos musicais entre outros.

Objetos para consumo diário; decoração; hobby, no caso de alguns colecionadores e de pessoas que tocam instrumentos musicais por lazer; a objetos de trabalho para outros, aqui me refiro não apenas aos artesãos, como também àqueles que vivem a partir de objetos por eles confeccionados (como músicos que tocam determinados tipos de instrumentos e vendedores de peças artesanais, por exemplo). O artesanato encontra-se presente em diversas formas dentro de nossa sociedade, desde seu surgimento até os dias atuais.

Mas de que forma, podemos perceber a presença do artesanato na vida do ser humano? Como foi que ele surgiu e começou a fixar-se no cotidiano de nossa espécie, fazendo-se, inclusive, de suma necessidade em vários momentos da história. Será que podemos dizer esta necessidade do artesanato como bem de consumo surgiu como mera coincidência, ou será que assim como muitas outras coisas, ele foi-se transformando e ganhando várias formas e utilidades no cotidiano humano? Na próxima parte deste estudo, buscaremos entender melhor, de forma resumida, o surgimento do artesanato e um pouco de suas várias etapas junto à evolução de nossa própria espécie.

Breve História do Artesanato – até os dias atuais

Hoje sabemos que desde os primórdios dos seres humanos, o artesanato encontra-se presente em seu cotidiano. Para que posamos melhor entender o surgimento e a evolução do artesanato até sua forma apresentada nos dias atuais, precisamos entender um pouco sobre as fases históricas do ser humano e as formas nas quais o artesanato mostra-se presente em cada uma delas.

Presente desde antes de o homem fazer uso das peles de animal, barro ou madeira, na Pré-História os seres humanos deixavam registradas suas crenças, costumes e histórias através de desenhos nas cavernas. Sabemos também desde o período Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada), muitos também retratavam em seus desenhos partes de seus rituais e/ ou magia. As pinturas/ desenhos rupestres (ou seja, aqueles feitos nas rochas) também serviam como meio de comunicação entre os seres humanos, que nesta fase tinha a linguagem de comunicação pouco desenvolvida. Além dos desenhos nas cavernas, eles também faziam pinturas em seus corpos.

        O período Mesolítico (o qual até as décadas de 1920/ 1930 era desconsiderado por muitos antropólogos) foi caracterizado pela divisão de tarefas entre homens e mulheres e especialmente pela descoberta do fogo e sua utilização para iluminar cavernas, cozinhar, proteger os seres humanos do frio e de predadores. Este período caracteriza também o início da confecção das armas de caça, objetos de cerâmica e construções de habitações feitas de madeira, folhas, galhos e ramos de árvore durante o verão (vale apontar que durante os períodos de inverno, eles migravam para as cavernas, em busca de abrigo contra o frio). Neste período, o ser humano começou a retratar de forma mais detalhada as mudanças climáticas e a forma a qual eles viviam e conviviam com seus grupos.

        Já no Período Neolítico (ou da Pedra Nova ou Polida), os seres humanos começaram a criar animais e a desenvolver a agricultura. Fixando-se, desta forma, em determinadas regiões e criando objetos de metais. Aos poucos, foram surgindo comunidades e a necessidade de trocas de objetos e alimentos de umas com as outras, aumentando desta forma, a divisão de trabalhos e passando a existir o trabalhador especializado em determinado ofício. Convivendo de maneira mais coletiva, nesta fase eles desenvolveram também a arte de tecer panos, produzir esculturas de metal, assim como os objetos cerâmicos, os quais passaram a ter como características a preocupação com a sintonia geométrica e a beleza e não apenas com sua utilidade.

A Idade Antiga (ou Antiguidade), marcada pelo surgimento das civilizações em várias partes do planeta, marca o encontro entre duas ou mais culturas. Neste contato, além de surgir trocas de conhecimentos e maiores divisões entre as tarefas, surge também a necessidade de estabelecer leis e regras a serem obedecidas pelas populações. Nasce, assim, o Estado e com ele, toda uma nova estrutura de vida para os seres humanos. Assim como todas as outras fontes necessárias para a sobrevivência dos seres humanos (como a caça, o plantio, a pesca e a colheita), os produtos artesanais também ganharam uma maior necessidade no cotidiano do ser humano, consequentemente aumentando a necessidade sua produção.

Já na Idade Moderna, período marcado pela transição entre o feudalismo e o capitalismo, mercadores faziam longas viagens para outras cidades ou mesmo países comprar produtos artesanais e revendê-los nas cidades onde viviam a preços elevados. Nesta fase da história, várias famílias produziam e vendiam seus produtos artesanais, cuja técnica e conhecimentos eram passados de uma geração para a outra. Não podemos deixar de observar que na Idade Moderna, também ocorre a Revolução Industrial e com ela, o artesanato, antes a forma de produção mais utilizada, é deixado de lado pela burguesia industrial, em busca de uma diminuição no tempo de produção, por menores custos e maiores lucros. Muitas pessoas viram-se “obrigadas” a deixar de lado seus ofícios em busca de trabalho nas grandes fábricas, a salários muito mais baixos. Vale também observar que nesta fase da história, a partir de revoltas populares, acontece a Revolução Francesa (1789-1799) e com ela, surgem novos ideais nos campos econômico, filosófico e político, que ainda servem de influência à nossa sociedade dos dias atuais.

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