O Estrofe Indígena

ESTROFE 1

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

ESTROFE 2

O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?

ESTROFE 3

O índio lutador,
Tem sempre uma história pra contar.
Coisas da sua vida,
Que ele não há de negar.
A vida é de sofrimento,
E eu preciso recuperar.

ESTROFE 4

Eu luto por minha terra,
Por que ela me pertence.
Ela é minha mãe,
E faz feliz muita gente.
Ela tudo nós dar,
Se plantarmos a semente.
A minha luta é grande,
Não sei quando vai terminar.

ESTROFE 5

Eu não desisto dos meus sonhos,
E sei quando vou encontrar.
A felicidade de um povo,
Que vive a sonhar.
Ser índio não é fácil,
Mas eles têm que entender.
Que somos índios guerreiros.

ESTROFE 6

E lutamos pra vencer.
Temos que buscar a paz,
E ver nosso povo crescer.
Orgulho-me de ser índio,
E tenho cultura pra exibir.
Luto por meus ideais,
E nunca vou desistir.
Sou Pataxó Hãhãhãe,
E tenho muito que expandir.

INDIO EU SOU

ESTROFE 7

Aprendi com um indio
conhecer-se 
por si próprio
ninguém faz seu caminho por você
a estrada é sua 
somente sua
amigos andam ao seu lado
ninguém anda por você

ESTROFE 8

Não sou bicho

Eu sou gente

Muitos de vocês

De mim vem

ESTROFE 9

Da terra eu sou nativo

O que sei

Não aprendi com ninguém

ESTROFE 10

Minha gente tem história

Muito tem para ensinar

E me vem o homem branco

Querendo tomar meu lugar

ESTROFE 11

Nos deem espaço, na terra,

Temos direito ao lugar

E verão que à vocês

Ainda temos o que ensinar

Pois somente o que queremos

É um lugar para habitar

ESTROFE 12

Declararam-me guerra.

Levaram-me as flechas.

Tiraram-me a terra.

Cortaram-me as mãos.

Ataram-me as pernas...

ESTROFE 13

E o índio seguirá

Para sempre sua história...

E marcará em nós (mesmo que incompreendida)

Sua memória.

ESTROFE 14

E o índio seguirá

Para sempre sua história...

E marcará em nós (mesmo que incompreendida)

Sua memória.

ESTROFE 15

Seus cantos e costumes,

Seus prantos...

Batizaram Pindorama

Terra das palmeiras

E de infinitos encantos...

ESTROFE 16

Em cada rio, cada mata

Em cada ponto distante...

Sua presença marcante (inda que ausente)

Porém, altiva e imposta

Pelo espírito de liberdade.

ESTROFE 17

E o índio seguirá...