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Os Laços de Sangue

Por:   •  2/4/2017  •  Projeto de pesquisa  •  2.502 Palavras (11 Páginas)  •  223 Visualizações

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Parte 1

Fevereiro

Prólogo

O ar carregado de enxofre fazia com que nenhum tipo de vegetal crescesse no local. Por todos os lados só se era possível ver rochas, e rios de águas em tons escarlate/carmesim. Não havia céu, estavam no centro da terra, acima só tinha o teto de grandes pedras escuras.

O local era circular, onde três grandes templos formavam um triângulo e deles saíam grandes vigas de sustentação. No lugar que as hastes deveriam se fundir, uma cidade se situava. O tamanho era gigantesco, várias casas de formatos estranhos, com ruas apertadas e largas ao mesmo tempo. Os habitantes não eram nada humanos. Seus formatos mudavam muito de um para outro, alguns tinham mais de um braço, outros grandes de mais para a estatura humana, uns com assas, chifres, cascos e todos com olhos negros.

Bem no centro, um quarto templo sustentava cinco torres, a última destas, por ser a maior de todas, chamava atenção. Os vitrais de cada edifício daquela cidade eram de cores alaranjado ou vermelho. Um azul-claro saia das luzes que iluminavam a cidade, quase chegando no branco, em alguns pontos mudava para o verde e vermelho.

Uma figura começou a entrar pelos grandes portões da costrução principal, onde suas garras faziam um barulho muito grande em contato com o piso polído. Quando chegou do outro lado, avistou um corredor, com algumas tochas fazendo iluminação ambiente. Marcas de rostos enfeitavam as paredes, como se o horror em seus rostos fizesse, ou entretece, os moradores.

Chegando à metade do caminho, já apresentando uma pressa em seus passos, passou por uma pia com um líquido escarlate, e sua viscosidade lembrava sangue. O ser notou o cheiro que vinha do recipiente, confirmando as suas suspeitas.

Acho que estou com fome! — pensou, ainda andando. — Ver aquele sangue. Acabou me deixando com mais fome.

Enquanto saía de perto do recipiente, o organismo da criátura ainda o lembrava que precisava comer algo. Mesmo assim continuou andando até chegar  no final  do corredor, mas, dessa vez não precisou abrir a porta.

Adentrou e viu três seres de aparência estranha dentro da sala, onde uma jovem de cabelos negros andava de um lado para o outro. O segundo sentado em um tipo de trono, falando algo muito baixo, mas mesmo assim notava que seus lábios se moviam. Sua boca não tinha lábios normais e sim algo escuro e carnoso, sua aparência era semelhante a um humano de quarenta anos, no entanto, seus olhos negros não lembravam em nada a humanidade, isto é, se algum dia já a teve. Por fim, o terceiro e último olhava pela grande janela de vidros coloridos, mostrava seu corpo bem definido, a íris totalmente branca, e dois chifres eram visíveis em meios aos longos cabelos lisos, mas presos em forma de um rabo de cavalo. Seu olhar procurava algo lá em baixo, pois de onde estavam, sem dúvida era o ponto mais alto da cidade, sem dúvida nenhuma.

— Milord? — chamou o ser que acabará de chegar. — Temos notícias que o portal começou a enfraquecer!

Todos olharam na direção do que começara a falar, enquanto este ainda chegava mais perto. Aquele que andava de um lado para o outro, parou. O próximo à janela de alguma forma materializou-se perto do trono, o outro permaneceu no mesmo lugar.

— Tem realmente certeza disso, Lamashtu? — perguntou o sentado.

— Onde conseguiu tais informações? — inquiriu o ser ao lado do que estava sentado. — Nem mesmo os nossos maiores informantes conseguiram nada do tipo!

A jovem parada, logo moveu-se e depois se sentou no primeiro degrau, e ficando de frente para o Lamashtu. Passava a mão nos cabelos negros, enquanto admirava a grande sala, pois havia muitos detalhes em ouro.

— Creio que está mentindo! — exclamou a jovem com uma voz doce. — Impossível isso estar acontecendo! Se for mesmo verdade, creio que temos que agir logo, aliás, Asmodeus você acabou perdendo para o Lamashtu?

— Cale a boca, Belphegor! — ordenou o demônio com uma voz afiada, ao lado do trono. — Estou curioso para saber como ele conseguiu uma informação dessa.

O que estava sentado começou a ficar irritado com as conversas paralelas, o outro não conseguia terminar de dar a informação.

— Deixe-no falar! — irritou-se. — Sabem que odeio esse tipo de coisa.

Todos na sala se calaram e foi neste momento que voltou a falar.

— Bem. — disse Lamashtu, enquanto chegava mais próximo do trono e dos demais. — Enquanto vagava como espectro, perto da cidade Ironwood. Notei algo! Mesmo com todas as barreiras o portal daquela da cidade está se enfraquecendo. Creio que em menos de um ano vai se abir por completo!

— Então temos que começar nos preparar. Sei que aqueles bruxos vão fazer de tudo para fecha-lo! — disse o demônio colocando as mãos nos braços do trono. — Eu, Belzebu, vou finalmente conseguir sair dessa prisão e vamos restaurar o exército de Lucífer.

Capítulo 1

Gêmeos

Por séculos, algumas famílias são responsáveis por todas as pessoas de uma cidade do interior. Seu número pequeno de habitantes, não chegando a dez mil pessoas. As ruas com pouco movimento de carros, apesar de muitas pessoas os terem, todos gostam de ir trabalhar de bicicleta ou andando.Tinham também um parque repleto de pinheiros e palmeiras imperiais, no centro dele há uma fonte circular.

Em Ironwood tem uma grande quantidade de ferro em seu solo e no ar, onde as pessoas que moram na cidade tem que utilizar anéis de proteção, no entanto, os bruxos não precisam deste tipo de proteção. Apenas as pessoas sem magia, pois aqueles que ficam expostos por muito tempo ao ferro, acabam contraindo uma doença mortal.

A Ferrugem ou Ferrugem Maldita é uma doença que ataca todos os orgãos  do organismo humano, provocando várias manchas de sangue no corpo. De início faz as pessoas infectadas perderem os sentidos, algumas vezes pelo dia, mas depois em seu estado grave leva a morte, o seu tempo de atuação é bem rápido, não levando mais que dois dias desde a contaminação.

Os fundadores e os primeiros moradores aprenderam a utilizar do minério em vários métodos, e o maior de todos é fazer de todo o solo um grande condutor de magia natural. Tornando a  barreira imponente. Por causa dessa mesma barreira a cidade toda acaba ficando fora da dimensão normal dos humanos, onde pode ser acessada em qualquer lugar do mundo e assim não tendo uma nacionalidade própria.

Todos começam a acordar em Ironwood para suas rotinas matinais, e alguns carros começam circulam pelas ruas, que ainda têm acessas, os postes de iluminação pública.  Uma ou duas pessoas perambulavam nas vielas. Na família dos Malcons acontecia o mesmo.

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