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Populismo e Processo Cubano

Por:   •  15/1/2017  •  Dissertação  •  2.198 Palavras (9 Páginas)  •  414 Visualizações

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2º Avaliação de América III

  1. O que se entende por “Populismo” na América Latina.

O uso do termo populismo para caracterizar alguns tipos de governo gera muitos debates, pois há aqueles que acreditam que esse termo vem carregado de uma prerrogativa negativa, desmerecendo a gestão do governante em questão; o termo por si só já traz consigo uma ambiguidade e dificuldade em conceituá-lo de maneira unanime, então é importante não pensa-lo dentro de um conceito fechado e redondo. O termo não é teleológico, mas sim político.

 As questões entorno do populismo são atreladas a um contexto histórico significativo –  a crise de 1929 “na maioria dos casos, esses governos tentaram restaurar as sociedades aristocráticas de finais do século XIX. O liberalismo econômico permitiu que esses países se tornassem grandes produtores de matérias-primas e o conservadorismo político permitiu-lhes reter o poder em suas mãos” (FERRERAS); e a “redemocratização ocorrida em vários países da América após a queda de regimes militares (final da década de 1970 e início de 1980) o que significou a convivência e/ou confronto da sociedade entre culturas politicas democráticas e autoritárias” (CAPELETO).

Após os anos 1930, mesmo os governantes contrários ao nazi-fascismo procuraram aplicar em seus países um Estado forte, estimulador da legislação social e mediador dos conflitos sociais, como pode ser visto no caso Peronismo na Argentina e Cardiníssimo no México até mesmo no Brasil com o Vaguíssimo.  Mas vale observar que quando se visualiza o nome dado a esses movimentos “ismos”, já se percebe automaticamente a associação de um líder popular que passa uma imagem supostamente carismática entre outros atributos que atrai o apoio popular. As análises feitas sobre o populismo tiram o racionalismo / racionalidade e os reduzem a uma questão de afetividade. Por isso é importante ter cuidado ao analisar esses regimes quando atrelados a esse conceito, pois corremos o risco de enquadra-los em um sistema de homogeneidade acreditando que todos são muito semelhantes, porém essa afirmação não representa a totalidade, é importante observar esses movimentos individualmente para conseguir notar suas particularidades, diferenças e semelhanças.

Duas indagações importantes sobre o tema são: a característica democrática (por estar voltadas para os interesses populares) ou autoritárias (por introduziram instrumentos mais eficazes de controle das classes trabalhadoras) e a definição do conceito. A questão é que as características principais do populismo variaram de caso para caso, dificultando a construção de um modelo interpretativo unificado.

  1. Analise o processo cubano.

Ao se pensar o processo revolucionário Cubano, muitas vezes é comum vir à mente algumas ideias carregadas de utopias em torno do tema, que muitas vezes podem estar equivocadas. Essas ideias são fortalecidas, principalmente pelo processor ser sempre automaticamente associado a imagem de Che Guevara, líder revolucionário argentino que se tornou umas das pessoas mais conhecidas do século XX, e após sua morte se transformou em um ícone pop.

Mas vale ressaltar que não se deve responsabilizar o andamento da revolução a uma exteriorização popular insatisfeita com as condições precárias de vida e sim a ação de um grupo reduzido de rebeldes, que segundo Luís Fernando Ayerbe demonstravam três qualidades notáveis:

  • Primeira – Grande qualidade de organização;
  • Segunda - Abertura negociadora em relação aos setores descontentes de elite especialmente os que se concentravam na rica e cosmopolita cidade de Havana, valorizando as convergências da conjuntura e evitando antecipar controvérsias sobre Cuba pós Batista;
  • Terceira – Comprometimento com os anseios dos setores populares na realização das reformas estruturais, antecipando medidas revolucionárias no decorrer do processo de luta.

Para compreender a Revolução Cubana, suscetível a diversas derrotas e depois a uma grande vitória é preciso analisar seu processo e perceber que sua origem possui raízes profundas antecedentes a 1959, que reportam ao período de independência. Cuba foi a última colônia a se libertar da Espanha (1898), seu processo durou trinta anos e possuiu duas guerras que tinham como objetivo reaver sua autonomia.

A primeira ocorreu em 1868 sobre liderança de Carlos Manuel de Céspedes, o conflito terminou em 1878 com a derrota dos setores radicais que tinham como objetivo a libertação da Espanha com a abolição da escravidão, porém, a libertação dos escravizados não estava dentro das prioridades das demandas dos setores moderados do movimento, demonstrando a heterogeneidade da sociedade cubana.  

A conquista do poder pela força revolucionaria cubana se dá pela motivação de derrubar do poder Fulgencio Batista que aplicou um golpe de Estado em 1952, fechando a política que se caracterizava pelo sistema democrático. Batista já havia estado no poder em seu primeiro governo (1940-1944), porém, seu mandato era bem diferente do que seria sua segunda administração, e estava atrelado a outro contexto político-social importante da época, que por ironia era a derrubada do governo ditatorial, sob o comando do general Machado (1925-1933).

Em 1952, nas eleições anuladas por Batista, uma figura que ganha destaque é Fidel Castro, um recém-formado advogado pela Universidade de Havana que assumiu a candidatura a deputado pelo Partido do Povo Cubano (Ortodoxo). O candidato era o favorito na disputa pelo cargo, possuía o apoio do movimento estudantil, fatos que incentivaram ainda mais Fulgencio a efetuar o golpe.

A frustação e descontentamento sobre a situação do golpe de Estado cria um movimento que tem a crença de que o retorno da normalidade democrática só será garantido com a derrubada do regime Batista. Espalhando uma dinâmica oposicionista, da qual o processo inaugura uma nova fase da história política latino-americana.

Em 1953 o movimento de oposição a ditatura de Batista, liderado por Fidel Castro, atingiu um número expressivo de militantes e simpatizantes; operários, empregados administrativos, estudantes, agricultores, profissionais liberais, trabalhadores autônomos, taxistas, professores e soldados. Desses militantes (aproximadamente 1200) 165 foram selecionados para a primeira ação revolucionaria que tinha como propósito convocar uma greve geral, desencadeando um processo de revolta contra do regime Batista, a ação consistia em assaltar os quartéis de Moncada e Bayamo, na província de Oriente. O ato não teve sucesso e as primeiras lideranças, entre elas os irmãos Raul e Fidel Castro foram presos e depois exilados no México onde conheceram um sujeito que seria de grande importância para a luta cubana iniciada em 26 de julho de 1953, o Argentino Ernesto Che Guevara de la serna, que fez medicina no mesmo período que a Argentina vivia sob profundas divisões em torno do regime peronista. Che nesse período de exilio dos irmãos Castro se encontrava na embaixada da Argentina no México onde foi obrigado a viver, após o golpe de 1954 na Guatemala.

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