Resenha do Filme Olga

Olga

(Brasil, 2004)

Direção: Jayme Monjardim

Ao assistir a obra Olga, direção de Jayme Monjardim e roteiro de Rita Buzzar, pudemos ter uma visualização, além da imaginação, do que acontecia no Brasil e no mundo no século XX.

Olga Benário, alemã de origem judaica nascida em 12 de fevereiro de 1908 em Munique, se mostrou desde muito nova inclinada a lutar pela mudança do mundo, juntando-se ao Partido Comunista Alemão aos 15 anos.

Anos depois, por divergências ideológicas com seus pais, Olga saiu de casa e engajou-se ainda mais ao movimento, chegou a ser presa após conflitos nas ruas e participou ativamente da libertação da prisão de Otto Braun, seu namorado a época.

Mudou-se para URSS, onde recebeu treinamento político-militar e separou-se de Braun em 1931.

O filme nos mostra quando Olga recebe a missão de acompanhar Luiz Carlos Prestes, um dos cabeças do Partido Comunista Brasileiro, em segurança de volta ao Brasil, onde ele já havia experimentado da ira de Getúlio Vargas. Apaixonam-se na viagem até o país

Já no Brasil, Olga apesar dos conflitos internos entre seus desejos como mulher e obrigações com a missão, apaixona-se por Prestes e os dois começam a namorar, sem perder o foco no movimento. Aliados aos camaradas que encontraram no Brasil, nos quais achamos importantes ressaltar Sabo Elise Ewert), grande amiga de Olga, e seu marido Arthur Ewert, e apoiados por Moscou lideram uma revolução armada.

Quando a revolução estourou em Natal, Prestes com sua sede de mudança e plena confiança que receberia o apoio de todo o Exército ordenou que a insurreição fosse estendida em todo território brasileiro. Porém o que se seguiu não foi o apoio, mas uma forte repressão por Vargas e muitos dos líderes comunistas acabaram presos.

Elza, esposa de Miranda, um dos líderes trai o movimento e Olga e Luiz são encontrados e presos.

Já na cadeia Olga reencontra suas companheiras que haviam sido presas no que ficou denominado Intentona Comunista. Ainda na prisão, completamente alheia a seu marido, Olga descobre estar grávida, o que não a impediu de ser deportada meses depois para Alemanha nazista.

Assim que chega ao seu destino é presa e dá à luz na enfermaria da própria prisão. Sua filha, Anita, desfrutou de sua companhia por pouco mais de um ano, quando ela foi entregue sem que Olga soubesse para quem, a sua avó paterna. Esse rompimento provocou grande sofrimento em Olga.

Ela foi movida para um campo de trabalho, onde sofreu agressão psicológica, tortura física, humilhação, desempenhou trabalho braçal pesado, até ser executada, com 34 anos, asfixiada em uma câmara de gás.

Análise

O longa exibe a história de vida de Olga Prestes, de forma quase a se dizer leve, pouco condizente com o que acontecia na época. Foram deixados de fora do filme critérios importantes para o entendimento da história do Brasil.

Possui uma bela fotografia, com ênfase nos closes que dão aos olhos de Olga (Camila Morgado), pois usando da fala de Leonardo da Vinci “Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo” e o uso desse recurso desperta reconhecimento e empatia pelo personagem.

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