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Semana de historia

Por:   •  24/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  758 Palavras (4 Páginas)  •  160 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

HISTORIA DA AFRICA

AD 1

Marcelo Vieira Barroso

Mat: 20091609095

GENERALIZAÇÕES, SENSO COMUM E A ÚNICA HISTORIA

        Vai-se mais de um século e meio desde que Hegel formulou seus postulados de que a África não seria um continente histórico, e que seu “atraso” econômico e sua dominação seriam consequencias da inferioridade biológica de seus habitantes. E mesmo com o desenvolvimento dos debates acadêmicos acerca da historiografia africana, ainda hoje, é possível afirmar que para a maioria das pessoas, as opiniões de senso comum, ainda refletem em grande medida as ideias hegelianas. A generalização do continente africano, desconsiderando sua vastidão geográfica, étnica e cultural, ainda perdura no imaginário contemporâneo ocidental, e se constituem em obstáculos a serem vencidos para compreensão de toda riqueza e diversidade da historia da África.

        Por mais de um século a corrente evolucionista dominou os debates acadêmicos sobre a historia da África e somente nas décadas de 1950 e 60, por meio de intelectuais como Joseph Ki-Zerbo e Cheick Anta Diop, pôde-se propor uma nova visão a respeito da historia africana. Durante os séculos XVIII e XIX a historiografia africana resumia-se a debates a respeito do comercio de escravos, visando sua legitimidade ou não. O novo colonialismo iniciado ao final do século XIX e a corrida pelo domínio dos importantes e valiosos recursos naturais africanos, foi justificada pelas ideias etnocêntricas do darwinismo social, embasadas sobretudo nas considerações de Hegel sobre o continente africano. “A África não é um continente histórico, não demonstra mudança nem desenvolvimento. (...) os homens vivem ali na barbárie e no sevagismo, sem aportar nenhum ingrediente à civilização.”

Essa ideologia somente caiu por terra com surgimento da antropologia funcionalista proposta por Malinowski na década de 1930[1], quando abriu-se espaço para noções intepretativas mais amplas sobre a historia da África. Os estudos de Joseph Ki-Zerbo, do Burkina Faso e Cheick Anta Diop, do Senegal propuseram uma historia da África que reagia ao “mito da inferioridade” e situavam os africanos como protagonistas de sua própria historia. No entanto, essa corrente, que ficou conhecida como a da “pirâmide invertida”, foi criticada por utilizar-se de categorias ocidentais, como reinos e príncipes, ou vastas redes de comercio, por exemplo, mostrando a Historia da África como um espelho da europeia.

Nos anos 1960 e 1970, pesquisadores da Historia da África passaram a considerar uma grande diversificação de temas, diferenciando-se da perspectiva continental adotada por Ki-Zerbo e Anta Diop. Essa diversificação no entanto, esteve quase sempre atrelada a construção de historias nacionais que coincidiam com as fronteiras geográficas traçadas pelo colonialismo europeu, ou seguiam limites de disputas determinados pela Guerra Fria.

Na década de 1980 Elikia M’Bokolo, do Congo, rompeu definitivamente com a África grandiosa de Ki-Zerbo e Diop, atentando principalmente em mostrar e analisar os problemas do continente. Temas como a escravidão no continente antes e depois da chegada dos europeus, ou a resistência africana a expansão colonial, por exemplo, passaram a ser debatidos sob diferentes óticas, incluindo a Historia da África em um espaço acadêmico mais apropriado à grande diversidade de perspectivas, temas e propostas de abordagem.

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