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A AFIRMAÇÃO DE NOVAS POTÊNCIAS O RÁPIDO CRESCIMENTO DO JAPÃO

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Por:   •  1/12/2014  •  7.551 Palavras (31 Páginas)  •  898 Visualizações

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Após a Segunda Guerra Mundial o Japão é um país militarmente vencido, politicamente submetido à ocupação americana, e economicamente, arrasado pela perda do vasto império colonial, destruição da marinha marcante e ruína do setor produtivo.

* Os fatores de desenvolvimento

O “milagre japonês” beneficiou de uma circunstância favorável. A ocupação americana modernizou as estruturas políticas e sociais do país e, mesmo após 1952, altura em que o Japão readquiriu a sua plena soberania, os EUA disponibilizaram importantes ajudas financeiras e técnicas que permitiram uma rápida reconstrução económica .

O objetivo da ajuda dos EUA ao Japão era conter o comunismo.

A sociedade japonesa encontrava-se assim alterada: a nobreza tivera sido abolida, o ensino estava democratizado, foi elaborada uma nova legislação sobre o trabalho (com o objetivo de aumentar a produção e onde o despedimento era facilitado, os horários estabelecidos, etc.), estimularam práticas antinatalistas (para não haver excesso de população e adaptar a mão de obra) e foi também elaborada uma nova constituição.

O Governo era estável (o Partido Liberal-Democrata manteve-se ininterruptamente no Governo após 1955) possibilitando a atuação concertada entre o Governo e os grandes grupos económicos.

O Estado intervinha na regulação do investimento, na concessão de créditos, na proteção de empresas e do mercado nacional. Para além disso, canalizou a maior parte dos investimentos públicos para o setor produtivo, e absteve-se em matéria de legislação social, libertando os empresários nipónicos de encargos com a Previdência.

A mentalidade japonesa, muito diferente da do ocidente, foi um importante fator de crescimento: caracterizavam-se por ser dinâmicos e austeros, pondo acima de todos os objetivos a reconstrução da nação, sendo que os lucros foram reinvestidos continuamente e, nos primeiros anos, os trabalhadores chegavam a doar à empresa os seus pequenos aumentos de salário para promover a renovação tecnológica.

Esta ligação afetiva entronca na tradição japonesa do trabalho vitalício que transforma o patrão no protetor dos seus funcionários, os quais, por sua vez, dedicam uma incondicional lealdade à empresa.

Munido de mão de obra abundante e barata e de um sistema de ensino abrangente mas altamente competitivo, o Japão lançou-se à tarefa de se transformar na primeira sociedade de consumo da Ásia.

* O milagre japonês

Este crescimento japonês deu-se em duas etapas:

• 1955 a 1961: visou a indústria pesada (ferro, aço, máquinas, química) e bens de consumo duradouros (televisores, frigoríficos, etc.). O comércio externo acompanhou esta expansão: as exportações duplicam, assim como as importações, necessárias ao abastecimento de matérias-primas dos novos setores industriais. Neste período a produção industrial praticamente triplicou;

• 1966 a 1971: a produção industrial duplicou e criaram-se novos postos de trabalho. Além do desenvolvimento dos setores clássicos, como a siderurgia, este surto de crescimento assenta, sobretudo nos novos setores como a produção de automóveis, televisores a cores, aparelhos de circuito integrado, etc.

Este segundo boom fez do Japão a terceira maior potência económica mundial, atrás dos EUA e URSS.

O AFASTAMENTO DA CHINA DO BLOCO SOVIÉTICO

O comunismo chinês foi, desde logo, marcado pela personalidade carismática do seu líder, Mao Tsé-Tung, que rapidamente se elevou à condição de grande teórico marxista.

Ao contrário do marxismo tradicional, Mao enfatizava o papel dos camponeses, aos quais atribuía a liderança revolucionária.

O maoísmo assumiu como objetivo a revolução total protagonizada pelas massas e não pelas estruturas do poder.

Para isso, recorreu a grandes campanhas de natureza ideológica destinadas a consciencializar e a mobilizar as populações para as grandes transformações revolucionárias.

Paralelamente, o líder chinês advogou sempre a humildade e a autocrítica como uma das virtudes mais estimáveis de qualquer quadro dirigente, que devia “agir de acordo com as necessidades e as aspirações das massas”.

Face aos maus resultados económicos, Mao lança, em 1957, uma campanha de “retificação” dos erros cometidos pelo partido, cuja atuação parecia afastar-se das massas.

Esta política, que punha em causa o modelo de desenvolvimento soviético que a China tinha adotado foi complementada, no ano seguinte, com o “grande salto em frente” – um programa de remodelação e fomento económico que visava encurtar o caminho para o socialismo e “apanhar”, em 15 anos, a Inglaterra, sem quaisquer ajudas externas.

A indústria pesada foi posta de lado e a importância passou para os campos, onde se deviam desenvolver tanto as produções agrícolas como pequenas indústrias locais, baseadas na tecnologia tradicional.

A produção passou a ser dirigida por um elemento do partido e a vida camponesa foi reorganizada em comunas populares, onde se estabeleceu um modo de vida comunitário. Uma nova e intensa campanha de massas procurou mobilizar os chineses para esta via original e nacionalista do socialismo, em que um país agrário se erguia através das suas “próprias forças”.

Mao criticava Kruchtchev pela sua política de coexistência pacífica e acusa os soviéticos de graves desvios do ideal socialista, sendo que Moscovo o critica, acusando-o de aventureirismo.

A partir de então, a China considerava-se o único país “verdadeiramente socialista”.

No entanto, este programa apresentou resultados negativos, sendo em 1960 Mao afastado do poder. Com o fim de recuperar o poder e, também, de eliminar os seus opositores, Mao lança mais uma grande campanha de massas – a “Revolução Cultural” – ideologicamente apoiada nas suas próprias “Citações...”, que, reunidas num pequeno “livro vermelho”, publica em 1964, se tornam o resumo do maoísmo.

Dirigido por jovens estudantes, que Mao exorta à revolta contra todas as estruturas que não correspondam à “base económica socialista”, o movimento desencadeia uma onda de excessos e de violência que coloca a China à beira da anarquia e da guerra civil, sendo necessário o recurso ao exército para repor a ordem, em 1968.

A “Revolução Cultural” levou a milhões de portos, perseguidos e jovens enviados,

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