A Aula de História
Por: Aline Baldez • 30/9/2021 • Abstract • 4.255 Palavras (18 Páginas) • 121 Visualizações
Não é de hoje que temos uma sensação de que existem grupos de pessoas privilegiadas na sociedade, mesmo em lugares que são democráticos. Quando ocorre uma concentração de poder no governo por uma elite socioeconômica, nós chamamos de Oligarquia.
Então agora vamos definir o que é Oligarquia.
A palavra oligarquia tem origem grega cujo significado é “governo de poucos”. Essa palavra era usada pelos gregos como uma forma de criticar determinado governo em que um pequeno grupo pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupo econômico, controlasse todas as ações do regime. Além disso, uma das características desse tipo de governo era de exercer seu poder em busca de interesses próprios.
Oligarquia no Brasil
Na segunda metade da República Velha, que é conhecida como República Oligárquica, foi o período em que mais esse conceito de “governo de poucos” ficou claro. Nesse momento histórico, havia uma grande concentração de poder nas mãos de uma elite socioeconômica rural, especialmente, dos grandes latifundiários que residiam em São Paulo e Minas Gerais. São Paulo contava com a maior produção de café do país e em Minas Gerais era abrigado uma forte produção de leite, a organização política da época acabou ficando conhecida como a “Política do Café com Leite”. Na prática, essa elite agrária paulista e mineira se organizava para controlar a Presidência da República, sendo que o seu primeiro político a ocupar o cargo máximo do executivo foi Campos Salles em 1898. Entretanto, para conseguir com que o poder da elite agrária paulista e mineira permanecesse intacto, sem que as elites de outros Estados fossem contra esse domínio, foi necessário criar a “Política dos Governadores”, que consistia em uma troca de favores do Governo Federal para com as elites locais como forma de controlar a população local, garantindo assim os votos e a obediência , as elites locais se faziam do uso da imposição (força) e essa configuração acabou ficando conhecida como o Coronelismo. Vale lembrar que os grandes latifundiários recebiam títulos de coronéis, o que lhes davam poderes para formar milícias de forma legítimas, e assim se valer da força para com o povo. Os coronéis utilizavam-se de trocas de favores, violência, pagamentos - dentre outros artifícios - para colocar no poder os candidatos que lhe interessavam. Essa prática, profundamente anti-democrática - contava ainda com intensas retaliações, inclusive físicas, aos cidadãos que não se submetiam a ela.
O voto de cabresto era a instituição mais comum da prática do coronelismo. O coronel garantia a proteção e inúmeros favores à população de sua vizinhança e esta, em troca, lhe era obediente, votando nos candidatos escolhidos pelo coronel. O termo “voto de cabresto” remete justamente ao controle exercido por um homem sob um animal. Entretanto, a fase de maior exportação cafeeira teve queda quando o mundo se deparou com a crise de 1929. Dessa forma, com grande produção de café e sem ter para onde exportar, o preço do café sofreu queda brusca prejudicando a situação política e econômica no Brasil. Assim, o país iniciava um período de crise financeira abalando a Primeira República. Esse modelo governamental só foi ter um fim por causa da Revolução/ Golpe de 1930.
Período de conflitos
Durante o período das oligarquias, qualquer tipo de manifestação contra o poder era fortemente combatido. Entretanto, vários foram os grupos que protestavam contra os atos do governo e partidos daquela época. Por conta disso, conflitos se instalavam neste momento político brasileiro e quando há conflitos, os movimentos sociais são aqueles que mais aparecem e mais sofrem. Os principais movimentos sociais deste período foram: A guerra de canudos, guerra do contestado, revolta da vacina, revolta da chibata, cangaço e tenentismo.
Guerra de canudos - Guerra civil no Sertão da Bahia liderada por Antônio Conselheiro
A Guerra de Canudos foi uma Guerra Civil, que aconteceu entre os dias 7 de novembro de 1896 e 5 de outubro de 1897, no Sertão da Bahia, mais precisamente no povoado do Arraial de Canudos. O conflito foi causado pelas desavenças entre o povo, a Igreja e os poderes públicos, em virtude da grande pobreza que assolava a região, após a implementação da República em todo o país. Acredita-se que a Guerra de Canudos resultou na morte de cerca de 20 mil sertanejos e 5 mil militares. Esta guerra foi resultado de uma grave crise econômica e social que atingiu diversas regiões do Brasil, principalmente a região Nordeste. Com uma grande presença de grandes propriedades agrícolas, a seca que afetou a região trouxe consigo uma série de problemas como o desemprego, pobreza, entre outras questões. Muitos começaram a acreditar que só uma salvação milagrosa seria capaz de impedir a miséria e a exclusão social que aquela população vivenciava. Logo no início da implementação do regime republicano, os sertanejos que habitavam em Canudos não contestavam os novos métodos de governo, mas houve algumas mobilizações contra a cobrança de impostos. Com isso, a Igreja, os latifundiários e a imprensa se incomodaram com as manifestações de Canudos que, por sinal, estava atraindo diversas pessoas.
A comunidade e suas mobilizações ganhou ainda mais força com o apoio de Antônio Vicente Mendes Maciel, popularmente conhecido como Antônio Conselheiro. Autointitulado como o peregrino, que iria salvar a população daquela miséria, ele conquistou diversos seguidores. Para ele, o método republicano implantado no Brasil era a representação do fim dos tempos. Com isso, foi construída uma imagem de que Antônio Conselheiro e seus seguidores eram perigosos monarquistas. Revoltado, o governo do estado da época pediu apoio aos militares para banir a comunidade e seus moradores. Porém, o mais curioso foi que nas primeiras três tentativas dos militares, eles foram vencidos pelo povo de Canudos, o que assustou ainda mais os governantes. Foi a partir de então que as tropas do Exército se prepararam para um grande massacre. Todas as casas foram queimadas, milhares de pessoas foram mortas, entre elas crianças, mulheres e idosos. Durante esse grande massacre, mais precisamente no dia 22 de setembro de 1897, Antônio Conselheiro foi morto por militares do Exército acabando assim com o movimento.
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