A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA: DOS POUCOS AOS MÚLTIPLOS PERSONAGENS
Por: Patricia Conceição Dias Dias • 19/5/2019 • Seminário • 3.283 Palavras (14 Páginas) • 197 Visualizações
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INTRODUÇÃO
Através deste artigo, baseado em materiais disponibilizados para o mesmo, faremos uma análise das propostas e dinâmicas pedagógicas que no passado foram concebidas e inseridas no contexto educacional , sobre como hoje se pensa , conceitua e estabelece as diretrizes e planos pedagógicos , bem como sobre quais pensamentos se sustentam e elaboram as diversas obras voltadas e/ou colaboradoras neste âmbito e , de como na prática, acontece as relações que envolve o processo de ensino-aprendizagem nas salas de aula, principalmente no que se refere ao ensino público do Brasil.
Daremos ênfase à forma antiga de se construir uma base histórica nacional para o ensino de História e outras disciplinas, a ela mais intimamente relacionadas, a partir de uma narrativa dos grandes acontecimentos e, principalmente de seus protagonistas, os grandes heróis da nação. Veremos também, como na atualidade se pensa sobre o significado do ensino seja ele em qualquer área do saber e, aqui, mais especificamente sobre o ensino de História. Quais os pensamentos, as correntes teóricas, a conceituação dos paradigmas educacionais, o que os PCNs, as diretrizes de ensino trazem em suas descrições voltados a essa disciplina, como deve se dar as relações e as práticas educacionais hoje, em sala de aula. Como se pautam esses planejamentos, na forma de se ensinar e de se compreender o ensino e suas metodologias.
Ainda se fará uma análise sobre como as políticas públicas voltadas para e educação, a intervenção econômica, direcionadas também por essas políticas, tem colocado a educação no país atualmente e desde sempre, como algo não prioritário e como isso afeta drasticamente o ensino nos níveis públicos e como um todo, refletindo diretamente na formação dos cidadãos em diversos aspectos de sua construção como agente histórico, atual e herdeiro de um futuro que se fará, por fim em história.
A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA:
DOS POUCOS AOS MÚLTIPLOS PERSONAGENS
A partir de agora faremos uma breve reflexão sobre as diversas formas de se conceber, compreender e ensinar História a brasileira, voltando-nos a seus primórdios, chegando ao agora. As formas de se pensar, bem como de se produzir e se inserir a História como ciência e, mais ainda, como forma pedagógica e prática de ensino, certamente eram bem diferentes das formas atuais debatidas e mais aceitas.
Tínhamos uma História exclusiva e completamente construída sobre os grandes homens e feitos do passado. A Ciência e, principalmente, a pedagogia da História tinha como intuito apenas digitar na memória dos presentes, no presente e, pretensiosamente no futuro, uma projeção e imortalização destes nomes, como restituição pelos préstimos dos mesmos no passado, como forma de direcionar a visão dos formandos para uma ideologia posta, como exemplos a serem copiados, seguidos. São padrões de moral, de heroísmo, o qual se enaltecem todos os que por suas condutas espelham e palmilham.
Uma maneira de eternizar o passado através de registros biográficos de cunho didático para a posteridade.
Gustavo Barroso, é um autor emblemático nessa constituição da história em registros biográficos, contando dos grandes homens e seus feitos de contribuições indizíveis no processo de construção da pátria, nos sentidos de conquistas de territórios e notoriedades diversas. Grandes figuras militares do período monárquico se evidenciam nesse contexto, colocando-se envoltos em uma certa aura divina, essas figuras se fazem, na visão baronenses, como verdadeiros heróis da nação, dignos de todas as honrarias e de seguidores incontestáveis no adentrar da história pelo futuro.
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Tal modelo de adequação e inserção histórica, remete-se a uma época, um período de nosso tempo como nação que, havendo na própria exaltação das épocas tidas como memoráveis e produtoras de destemidos, dignos, valentes, grandes homens, se tornam por espelho para os tempos vindouros, assim como para os produtos humanos patriotas deste tempo, nostálgico e próprio para recordar e reviver literalmente, na repetição de velhas e concepção de novas e padronizadas figuras de valor nacional.
Nota-se, essa relação, em algumas das muitas expressões do autor revelando sua apelação para a memória da nação, para o saudosismo e nítido intuito de incluir nas mentes em formação, o desejo de se tornar herói como esses aqui narrados.
Vejamos em alguns trechos, pelo autor citados, como: “todos nós conhecemos essas epopeias dos nossos antepassados” (BARROSO, 1938, p. 25). “Época de heroísmo e foça, própria para temperar a alma de heróis” (BARROSO, 1932, p.18). Quanto a idade com que Caxias, Osório e Tamandaré foram inseridos na carreira militar o autor relata: “tempos heroicos esses do amanhecer da nossa vida nacional em que grandes glórias militares da pátria desabrochavam na adolescência! Talvez por terem brotado com tanta força se mantiveram puras até a velhice” (BARROSO, 1933, p. 27).
As figuras vultuosas de nosso passado, nos relatos de Barroso, se perfazem em um desenvolvimento completo de suas vidas desde o início até o findar delas, como uma constante imutável pelas variantes dos acontecimentos naturais de um percurso humano. Elas são como que imaculadas e desde o início forçadas a crescerem no caminho da glória que as aguardavam, caminho este linear e com desfechos heroicos dignos de serem perpetuados, cultuados e seguidos pelas gerações.
Coloca-se como valia, a ideia de predestinação, ou seja, os heróis já nascem com esse destino e são desde o nascimento diferenciados em força, firmeza de propósitos e caráter norteados para tal.
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