A Civilização Feudal
Por: geomardiesel • 6/11/2017 • Resenha • 825 Palavras (4 Páginas) • 1.088 Visualizações
Disciplina História Medieval
BASCHET, Jérôme. A civilização feudal.
Capítulo 1- Gênese da sociedade cristã: a Alta Idade Média
Baschet inicia sua análise afirmando que não dá para desconsiderar os processos de desorganização e de reorganização, pois considera fundamentais para a compreensão da dinâmica medieval.
Instalação de novos povos e fragmentação do Ocidente
- Invasões bárbaras?
Bárbaro, na origem, a palavra designa apenas os não-gregos e, depois, os não-romanos. Mas a conotação negativa dada a este termo se deve a construção de um ideal de civilização(Roma) em contraposição a seus adversários como atrasados e incultos. Com efeito, os povos germânicos que se instalaram pouco a pouco no território do Império decadente, e mais tarde arruinado, ignoram de início toda a cultura urbana tão estimada pelos romanos, não se entregam aos arcanos do direito e da administração do Estado, desconhecendo a prática da escritura. No entanto, sua coesão social e política em torno de seu chefe ou, ainda, sua habilidade em matéria de artesanato e, principalmente, do trabalho com metais, superior à do mundo romano, asseguram-lhes algumas vantagens e permitem que eles se aproveitem das fraquezas de um Império em dificuldade. Entretanto, a instalação dos povos germânicos deve ser imaginada sobretudo como uma infiltração lenta, como uma imigração progressiva e muitas vezes pacífica. O Império sempre soube, então, em um primeiro momento, absorver essa imigração ou compor com ela, antes de desaparecer sob o efeito de suas próprias contradições, exacerbadas à medida que a infiltração estrangeira se ampliava.
Porém, a zona de fronteira(limes) ao norte do Império teve um papel marcante, menos como separação, como se imagina com frequência, do que como espaço de trocas e interpretação.
Os grupos germânicos que viviam próximos do limes, eles deixam de ser nômades e tornam-se camponeses, vivendo em aldeias e praticando o pastoreio, o que lhes permite também serem guerreiros mais bem nutridos que os romanos. A fronteira foi, então, o espaço em que romanos e não-romanos habituaram-se a se encontrar e a fazer trocas, começando a dar à luz uma realidade intermediária: ela torna-se "o eixo involuntário em torno do qual os mundos romanos e bárbaros convergiam".
Mais tarde, a unidade imperial desloca-se definitivamente, cedendo o lugar, no decorrer dos séculos V e VI, a uma dezena de reinos germânicos: os vândalos(norte da África), visigodos(Espanha e Aquitânia), os ostrogodos(Itália), os burgúndios(leste de Gália), os francos(norte de Gália e na Baixa Renânia) e finalmente, a partir de 570 os anglos e os saxões(Grã Bretanha). Sem conseguir, de qualquer modo, inverter a fragmentação que caracteriza então o Ocidente, um fenômeno notável desse período é o aumento do poderio dos francos, conduzidos pelos soberanos da dinastia merovíngia. No decorrer do século VI, os últimos dos povos germânicos a chegarem, os lombardos,
instalam-se na Itália, contribuindo para arruinar a reconquista de uma parte do antigo Império do Ocidente.
Em 711, a expansão mulçumana submerge a Península
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