A EXPLORAÇÃO COLONIAL DURANTE AS TRÊS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XVI.
Ensaios: A EXPLORAÇÃO COLONIAL DURANTE AS TRÊS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XVI.. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Hayana • 26/5/2014 • 3.712 Palavras (15 Páginas) • 245 Visualizações
1-PORTUGAL E ESPANHA: O passado dos colonizadores.
Portugal e Espanha foram os primeiros estados a realizarem a expansão marítima, isso foi possível devido a uma série de pontos e características internas pela qual esses estados passavam, e que os diferenciava dos demais países europeus. Além disso, essas nações foram influenciadas pelo ambiente europeu da época, ambiente este que apresentava, de diversos modos, uma influência, ou melhor, uma necessidade de estender laços comerciais para além da própria Europa. Portugal e Espanha almejavam dominar o comércio no oriente mais acabariam por estender um grande domínio sobre grande parte do mundo.
1.1- OS MOTIVOS QUE TORNARAM NAVEGAR SER PRECISO
Os motivos que influenciaram Portugal e Espanha, primeiros, e principais, agentes marítimo-expansionistas, a lançarem-se a procura de terras além-mar são diversos e compreensíveis quando analisados de acordo com o contexto politico, social e econômico da época.
Na década em que se deram as navegações, toda a Europa passava por uma série de mudanças estruturais decorrentes do renascimento cultural europeu. Houve por toda a Europa, nesse período, uma considerável prosperidade econômica. Durante esse mesmo contexto se deu uma enorme aceitação das especiarias orientais no continente, passando a ser os produtos mais procurados na Europa.
Com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453 o comércio especieiro foi dominado por ricos comerciantes genoveses e venezianos que cobravam altos preços por seus produtos. Tornou-se necessário procurar novas rotas comerciais.
Outro aspecto importante foi a necessidade de novos mercados e a falta de metais preciosos: A falta de alimentos devido as escassas terras férteis, a alta taxa de mortalidade populacional como consequência da fome e de doenças, e depois, o aumento da população com o controle da peste negra, provocaram uma grave crise econômica no final da Idade Média. Mais do que nunca tornou-se necessário encontrar novos mercados e novas fontes de lucro. A formação de colônias era indispensável para a conquista de uma balança comercial favorável, proporcionando acumulação de capitais na metrópole.
Além disso, o próprio sistema mercantilista que, reinava na Europa, objetivava o crescimento politico e econômico dos estados nacionais. Nesse âmbito as navegações e os descobrimentos na América e no Oriente responderam às necessidades de mercado que se formava no continente europeu.
No quadro geral da Europa durante os descobrimentos entende-se porque países como Portugal e Espanha moveram tantas atenções e deram tanta importância aos movimentos marítimo-expansionistas. Em Portugal ganhou destaque o lema “navegar é preciso... viver não é preciso”.
1.2- A VANGUARDA MARÍTIMA LUSITANA
“Por outro lado, a história da expansão ultramarina e da exploração colonial portuguesa se desenrola no amplo quadro da competição entre as várias potências, em busca do equilíbrio europeu; desta forma, é na história do sistema geral de colonização européia moderna que devemos procurar o esquema de determinações dentro do qual se processou a organização da vida econômica e social do Brasil na primeira fase de sua história, e se encaminharam os problemas políticos de que esta região foi o teatro.”
Fernando A. Novais, “Brasil em perspectiva”.
Mesmo entre esses dois países, Portugal saiu à dianteira no processo marítimo comercial. O pioneirismo português se deu devido a um conjunto de fatores que, somados, possibilitaram ao império português ser o líder das conquistas à ultramar.
Um desses fatores foi a centralização do poder político, pois enquanto a Espanha constitui-se em uma monarquia nacional somente em 1469, com o casamento dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela, o reino de Portugal já o havia feito em 1385 com a Revolução de Avis, fixando assim, uma situação política estável naquele país.
Mas, se de um lado Portugal desfrutava de relativa paz externa e interna durante o período das grandes navegações, o mesmo não acontecia com o reino espanhol que ainda continuava participando da longa Guerra de Reconquista contra os mouros.
Portugal formou um estado centralizado em um relativo curto período de tempo. Já no século XIV, a Revolução de Avis fez de D. João, rei de Portugal, com o apoio explicito da burguesia. Esse apoio, burguesia X estado, consiste também em um fator contribuinte para o pioneirismo português:
“A revolução tem como resultado a centralização do poder, pois sob o governo de D. João, o estado dominou o clero, fomentou ao povo ideias nacionalistas baseados em feitos bélicos e apoiou a burguesia mercantil, que chegaria ao seu auge com as empresas ultramarinas.(...) A burguesia foi quem mais se beneficiou com a revolução, pois agora participava dos conselhos municipais, fazia parte do estado e procurava se equiparar aos nobres, política e juridicamente. A nobreza, agora ameaçada, tentava conter os avanços da burguesia no campo, fato que dirigiu os esforços da burguesia para seus avanços comerciais, que chegaria às navegações continentais em busca de mercados e produtos.”
Percebe-se assim que, a burguesia acumula riquezas e se aproxima cada vez mais do rei, na medida em que ele necessita de seu apoio econômico.
Além disso, teve grande importância, para a liderança portuguesa no processo ultramarino, a localização geográfica do reino de Portugal. Situado na rota e na escala mar Mediterrâneo-Atlântico, que atinge o mar do norte e valiosos centros comerciais dessa região. A sua posição geográfica privilegiada transformava o litoral português em ponto de chegada e partida de várias embarcações que circulavam por diversos mares e, principalmente, pelo Oceano Atlântico. Dessa forma, a classe mercantil desse país teve a oportunidade de firmar laços comerciais com diferentes nações.
Não podemos nos esquecer de dar a devida importância às iniciativas tecnológicas, no referente aos conhecimentos náuticos, empreendidas pelos portugueses.
Portugal, com o incentivo do infante Dom Henrique, concentrou nas décadas iniciais do século XV vários navegadores, cartógrafos, astrônomos, matemáticos, geógrafos, armadores e construtores, que buscavam aprimorar as técnicas de navegação. Para os portugueses esse empenho era voltado, principalmente, para fazer do oceano atlântico
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