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A Educação No Brasil Império

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Por:   •  12/5/2014  •  4.409 Palavras (18 Páginas)  •  316 Visualizações

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Pensando na história da educação no Brasil, desde seus primórdios até os dias atuais, é necessário que os educadores possam visualizar de forma mais completa temas em volta de seu oficio.

Foi com este intuito que, anteriormente, publicamos artigos que abordaram esta temática durante o período colonial.

Agora, dando prosseguimento ao estudo da história da educação no brasil, tentaremos estabelecer uma ponte com a época imperial, complementando um artigo aqui já publicado sobre a sensibilidade acerca da infância na mesma época.

A invasão de Portugal pelos franceses.

Antes da independência, em um período geralmente classificado como pertencente ao final da época colonial, o que a rigor não é muito correto, o Brasil foi elevado a Reino, deixando de ser tratado e considerado como uma mera colônia, configurando uma transição para o Império que foi importante no âmbito educacional.

Em 1789 havia começado a Revolução Francesa, dentro deste panorama revolucionário, um jovem general tinha chegado ao poder, seu nome era Napoleão Bonaparte.

Ele manteve as leis revolucionárias que assustavam os reis de toda a Europa, mas tornou a França um Império, dominando boa parte da Europa e entrando em confronto direto com a Inglaterra, país que, sendo uma ilha de acesso difícil, não podia ser invadido por tropas terrestres.

Assim, Napoleão ordenou um bloqueio naval às Ilhas Britânicas, tentando desestruturar seu comercio e abastecimento.

Por esta altura, Portugal já era um tradicional aliado inglês há séculos, mas, simultaneamente, mantinha relações amigáveis com a França, comprando principalmente a moda ultrapassada de Paris como sendo a última moda da Europa.

Governava Portugal como regente, desde 1792, o príncipe D. João VI, pois sua mãe, D. Maria I, era oficialmente considerada louca.

D. João, casado com a espanhola Carlota Joaquina, era um jovem tido como mais abobalhado ainda que D. José, não tinha firmeza em suas opiniões e costumava fazer aquilo que os seus conselheiros mandavam.

Os cronistas da época diziam que era um glutão inveterado que ignorava as mais elementares normas de higiene e asseio, contavam que enfiava frangos assados inteiros nos bolsos de casacas engorduradas e que nunca, em sua vida inteira, havia tomado um único banho de corpo inteiro.

A verdade é que D. João não havia sido criado para ser rei, era o seu irmão mais velho que estava destinado a ocupar o trono, mas como morreu de varíola.

Foi justamente este indivíduo de aspecto abobalhado, considerado como o rei mais feio e estúpido da Europa, que teve de enfrentar o grande dilema da história de Portugal.

Ficar do lado da Inglaterra e ser invadido pelas tropas de Napoleão, que contavam já com o apoio da Espanha e estavam aguardando lá para invadir Portugal, caso D. João se unisse aos ingleses.

Ou ficar do lado da França e ter o acesso português ao Brasil bloqueado pela armada inglesa, que era então a mais poderosa do mundo, perdendo a colônia que era chamada de vaca leiteira da Portugal.

O apoio lusitano era vital tanto para a França como para a Inglaterra, o país estava em posição estratégica privilegiada.

Caso Portugal ficasse nas mãos dos franceses, o poderio britânico poderia ser abalado por um bloqueio naval de fato eficiente.

Por outro lado, ficando do lado dos ingleses, o bloqueio naval francês perderia grande parte de sua eficácia, porque a Inglaterra contaria com uma base de apoio no continente para abastecer sua frota.

Diante do impasse, D. João VI apelou, como fazia sempre, aos seus conselheiros, mas eles ficaram divididos entre si, alguns a favor da Inglaterra e outros da França, deixando o príncipe regente completamente perdido e sem saber o que fazer.

Ocorre que a situação geopolítica da Europa, dividida entre a França e a Inglaterra, havia chegado a tal ponto que a neutralidade portuguesa havia se tornado impossível.

Os dois lados tinham dado um ultimato a Portugal: ou se Unia a um dos lados ou seria considerado inimigo dos dois.

Neste ponto, o embaixador inglês em Portugal, Lord Strangford, começou a autuar, ajudando a decidir o impasse.

Quando os franceses cansaram de esperar pela decisão do hesitante D. João VI, marchando através da Espanha com 23 mil soldados rumo a Lisboa, Strangford conseguiu convencer o regente a deixar Portugal entregue ao cuidado dos ingleses.

Pelo acordo, a Inglaterra enviaria tropas para proteger o país da invasão francesa, D. João iria para o Brasil com sua corte, continuando a governar Portugal de lá, sendo inclusive oferecida uma armada inglesa para levar o príncipe em segurança.

Facilmente influenciável e temendo por sua cabeça, pois a moda na França era a guilhotina para os seus inimigos, D. João partiu para o Brasil em navios ingleses em no dia 29 de outubro de 1807.

Escapou por pouco de ser aprisionado pelos franceses, os quais chegaram a Lisboa poucos minutos antes da partida da esquadra inglesa, inclusive um navio chegou a ser afundado pelos próprios canhões portugueses da Torre de Belém, então ocupada pelos franceses.

Como não conseguiram aprisionar D. João, do ponto de vista francês a invasão foi um fracasso, o general que comandou a operação foi inclusive destituído por Napoleão.

Os franceses não conseguiram se manter em Portugal por muito tempo, foram expulsos pelos ingleses.

A transição: o reinado de D. João VI e a educação.

D. João não veio para o Brasil sozinho, junto com ele estava toda sua corte, que incluía mais 10 mil nobres e os maiores intelectuais de Portugal.

Além disto, vieram para o Brasil setecentas carroças e carruagens, móveis rebuscados, obras de arte e, o mais importante, todos os arquivos portugueses e sessenta mil livros.

Para uma zona onde havia carência de livros, então raros, a transferência da Biblioteca Real para o Brasil foi um passo importante rumo a algumas melhorias no sistema educacional.

Antes com um acesso restrito a uns poucos privilegiados, virou a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, aberta a todo o público, a primeira biblioteca pública do país, justamente em um momento em que mesmo as bibliotecas privadas eram raras.

As melhorias que a mudança da corte para o Brasil trouxeram não se resumiram

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