A Escravidão e Mundo Atlântico
Por: alissonfontenele • 19/4/2018 • Artigo • 656 Palavras (3 Páginas) • 221 Visualizações
Universidade de Brasília
Instituto de Humanas
Departamento de História
Disciplina: História da África
Nome: Álisson Fontenele Soares
Matrícula: 17/0135870
Turno: Noturno
Módulo IV: Escravidão e Mundo Atlântico
Texto: Aula 11
ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato Dos Viventes. "Africanos, os escravos de Guiné".
No texto o autor vai tratar da relação da América portuguesa com o mundo atlântico sul, as relações comerciais e econômicas de acumulação e trocas, que não eram somente escravos, mas envolvia principalmente o tráfico de escravos. Alencastro parte da explicação da opção pelo africano, motivos da África ser o foco no mundo ultramarino, a importância dos portos de tráficos na África, os chamados lançados que eram europeus vivendo na África como africanos; a cristianização, evangelização, catequese da África central e os interesses políticos; fracassos portugueses; os ventos negreiros e o reflexo disso nos tráficos.
Com o surgimento do trato oceânico, as relações com as sociedades negras se intensificaram. A importância das relações ultramarinas entre o continente negro com a Europa e a Ásia é notável. Comerciavam marfim, âmbar, cera almíscar, couro, gomas, cobre, pimenta, mas a principal relação comercial era de escravos. Os principais produtos desse escambo para os povos negros eram os cavalos e as armas. A África tinha a geografia adequada para a penetração europeia, e para o autor o fato de na África já existir uma cultura de escravidão é muito importante para esse estudo. Já que onde não existia esse cultura de vender os outros, o comércio escravista não encontrava muito sucesso. /citação/
O tráfico de escravos era algo constante na África, antes mesmo da chegada dos europeus, Alencastro cita que no século XVI cerca de 5500 indivíduos eram deportado da África ocidental pelo Saara, enquanto apenas 1340 saíam para o trato marítimo europeu. Os chamados lançados eram europeus expulsos de suas terras, ou aventureiros, que residiam em terras negras, e por mais que isso seja estranho para olhos leigos, eles se adaptavam aquela cultura, costumes, tradições, etc, andavam e viviam como negros.
O autor compara esse tempo de evangelização/ paganismo com o que no século XIX se legitimou como bárbaros/ civilizados e como o negro sempre é inferiorizado. O que pode diferenciar essas relações é que na evangelização considerava-se que esses negros tinham alma, ou seja, se eles se convertessem seria um filho de Deus como os demais. Já no século XIX esses negros eram inferiores através de estudos "legitimados" pela ciência. Esses modelos de evangelização que enviavam missionários em embarcações começou a ser questionado, pois muito dos evangelizadores eram mortos, principalmente por doenças adiquiridas através dessas viagens, dentro de quinze missionários, treze morriam através dessas doenças. Outra dificuldade eram os ventos negreiros e os anticiclones que dificultavam e prolongavam as navegações.
Alencastro aborda o laboratório tropical de São Tomé. Os arquipélagos africanos eram importantes por questões regionais e principalmente como laboratórios para escravos serem "treinados", já que o clima era bastante parecido com o do Brasil, que era o principal comerciante de escravos. Esses escravos ficavam nesses laboratórios se acostumando com o clima e com o produto de manuseio, principalmente a cana-de-açúcar, talvez um dos principais fatores do grande número de africanos escravos no Brasil colonial. No gráfico que o autor traz na página 69 podemos notar a maioria esmagadora de escravos negros no Brasil, país que mais comercializou escravos negros.
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