A História e História Cultural
Por: Gabby Dickinson • 22/9/2018 • Resenha • 2.128 Palavras (9 Páginas) • 362 Visualizações
Disciplina: TEORIA DA HISTÓRIA II
Prof.: SHEYLA FARIAS
Aluno (a): MARIA GABRIELA DA SILVA LIMA
Pontuação: Itens A e B + texto coerente com as orientações metodológicas da ABNT – (1,0)
Clareza textual, concordância, ortográfica – (1,0)
Análise do texto, considerando os itens C, D e E – (4,0)
Itens F e G = (1,0)
a) Referência bibliográfica;
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 3ª Edição - Belo Horizonte:
Autêntica, 2005, 82p. (PDF) Disponível em: http://lelivros.love/book/download-historia-historia-cultural-sandra-jatahy-em-epub-mobi-e-pdf/. Acesso em: 06/Set/2018.
b) Apresentação do autor/filiação teórica e contexto da obra;
A historiadora Sandra Jatahy Pesavento (1946-2009) foi professora titular do Departamento de História da UFRGS e professora dos Programas de Pós-Graduação de História e do PROPUR da mesma instituição. Fez doutorado em História Econômica na USP e possuía 3 pós-doutorados em Paris. Era pesquisadora do CNPq e tinha interlocução com autores e historiadores de vários países do mundo. Autora de uma vasta obra historiográfica, com 125 artigos publicados no Brasil e no exterior, 51 livros, entre individuais e coletivos e 85 capítulos de livros, é uma das mais importantes historiadoras do século XX, cuja obra versa sobre variadas vertentes da historiografia. Da História Econômica, com viés marxista, à História Cultural, sua riquíssima obra versa sobre as charqueadas gaúchas, sobre a Revolução Farroupilha, sobre a burguesia gaúcha, e, também, sobre as questões do urbano, das imagens, das sensibilidades e da relação História -Literatura, estas últimas já sob o enfoque da História Cultural.
A obra aqui exposta é chamada de “História & História Cultural”, o qual é dividido em VIII capítulos reunindo vários aspectos históricos em 132 páginas (livro) e 82 páginas (pdf). O primeiro Capítulo denominado “Clio: A grande virada da História”; O segundo capítulo, “Precursores e redescobertas: a arqueologia da História Cultural”; O terceiro Capítulo “Mudanças epistemológicas: a entrada em cena de um novo olhar”; O quarto Capítulo “Em busca de um método: as estratégias do fazer História”; O quinto capítulo “Correntes, campos temáticos e fontes: uma aventura da História”; O Sexto capítulo “Uma difusão mundial: a História sem fronteiras”; o sétimo Capítulo “Os novos parceiros da História: nas fronteiras do conhecimento”; e, por último em seu oitavo capítulo “Os riscos da empreitada: alerta geral”
c) Resumo da obra (digesto);
Capítulo I
A autora tenta traçar o porquê do surgimento da nova história cultural, em síntese as outras formas de fazer história perderam a capacidade de explicar satisfatoriamente a complexidade da realidade após a instauração da crise dos paradigmas, é demonstrada as limitações da corrente marxista e do modelo dos Annales de fazer história. O surgimento e crescimento das jovens ciências humanas fizeram com que a história perdesse o seu lugar de prestígio e passasse a trabalhar apenas no recolhimento de dados para as ciências que diferentemente do passado agora ela servia, por isso a virada cultural visa recuperar a história dessa posição secundaria e voltar ao seu altar de musa dileta. Ainda neste capítulo, ela faz uma introdução do conceito de cultura nessa virada cultural: “Trata-se, antes de tudo, de pensar a cultura como um conjunto de significados partilhados e construídos para explicar o mundo”(p.15).
Capítulo II
Neste capítulo se busca a ‘arvore genealógica’ da história cultura, seus precedentes, que não necessariamente trabalhavam a abordagem atual, mas que trabalhavam as percepções e sensibilidades em outras épocas e assim ajudaram a construir a nova história cultural, entre historiadores e não-historiadores destacasse C. G. Jung, Freud, Michelet, Lucien Febvre, Ricoeur, Bachelard, Roland Barthes, entre outros que contribuíram de diferentes formas.
Capítulo III
São apresentadas as principais mudanças epistemológicas da história cultura, entre elas o conceito de representação, imaginário, narrativa, ficção e sensibilidade.
Representação seria uma imagem do real construída por um individuo ou grupo para explicar a realidade, em cima das representações as pessoas moveriam seus modos de vida, criando rituais e praticas diárias de vida, “a representação envolve processos de percepção, identificação, reconhecimento, classificação, legitimação e exclusão” (p.40). O imaginário seria o conjunto sistemático de representações pelo qual um povo de determinada época percebe o mundo, é o que as pessoas consideram a realidade em sua época, segundo Le Goff.
A narrativa era um conceito da Nova História que após crítica dos marxistas acabou perdendo seu poder explicativo, mas é trazida de volta pela história cultural, a narrativa demonstra que a função do historiador é reconstruir o passado e criar argumentos para convencer o leitor, portanto sua arma é apenas a palavra, a retórica , e a reconstrução se dá em uma perspectiva pessoal que tenta substituir o próprio passado, portanto uma representação. Por tanto se abre um debate sobre a ficcionalidade da história, se a história não é o passado real e sim uma perspectiva do passado que usa de ferramentas literárias como metáforas, narrativa, portanto ficcionalidade, qual seria a diferença pra literatura? A diferença é que apesar de ver a verdade como algo inatingível em seu modo absoluto, a história usa de fontes que comprovam a sua sistematização do passado, seria uma ficção controlada por métodos e fontes.
A sensibilidade é como as pessoas percebem o mundo quando usam seus sentimentos e percepções e não a racionalidade cartesiana, “os homens aprendem a sentir e a pensar, ou seja, a traduzir o mundo em razões e sentimentos” (p.67)
Capítulo IV
São apresentadas algumas estratégias de se fazer história, método indiciário e de montagem, também se comenta sobre a erudição, a história cultural precisa fazer ligações entre os modos de perceber o mundo de certo tempo, para perceber essas ligações o historiador precisa ter uma gama de conhecimentos muito vasto, por isso a erudição é importante na construção histórica.
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