A RELAÇÃO ENTRE A MEMÓRIA E A IDENTIDADE
Por: lluciano • 10/4/2015 • Projeto de pesquisa • 1.285 Palavras (6 Páginas) • 205 Visualizações
ENVELHECER:
A RELAÇÃO ENTRE A MEMÓRIA E A IDENTIDADE
SUMÁRIO
JUSTIFICATIVA................................................................................................01
OBJETIVOS.........................................................................................................02
REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO..........................................03
REFERÊNCIAS..................................................................................................04
TEMA: Envelhecer.
SUBTEMA: A Relação entre a Memória e a Identidade.
JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa surgiu da convivência com pessoas idosas, que pude perceber uma realidade que até então não conhecia, ou seja, principiei uma prática que me deu sustentabilidade para iniciar este projeto, e até então despertar o desejo de pesquisar e explorar a questão da identidade do idoso no mundo contemporâneo.
A Memória e o Envelhecimento são temas muito pertinentes na atualidade; temas envoltos em questões como exclusão sócio familiar, angústias, medos, dificuldades na vida cotidiana, direitos sociais e cidadania.
O envelhecimento é um processo multifacetado; nele temos o entrelaçamento de aspectos biológicos, psicológicos, existenciais e sociais. Como processo, atinge o ser humano na plenitude de sua existência, modificando sua relação com o tempo, com o morar do corpo e da alma, com o mundo e com sua própria história.
No que se refere ao tempo, uma das características da velhice é o encurtamento do futuro. Ao contrário dos jovens, o idoso tem uma longa vida às suas costas e esperanças muitas vezes limitadas à sua frente. Daí a atenção mais concentrada no passado e uma recorrente desesperança nos projetos existenciais futuros.
Os longos anos de vida podem permitir, ao idoso, atribuir novos significados aos fatos antigos e atuais. Os “tons” teoricamente mais maduros da afetividade podem colorir a existência com novos matizes: alegres ou tristes, culposos ou meritosos, frustrantes ou gratificantes, satisfatórios ou sofríveis. Como para qualquer ser humano, a vida do idoso mobiliza necessidades e demandas diferentemente situadas; às de saúde somam-se, entre outras, as ligadas à sociabilidade, ao lazer, ao transporte, à moradia.
Um fato digno de nota é que são raras às vezes em que o idoso, exercendo sua condição de sujeito, é ouvido sobre seus “quereres”, sobre seus desejos e vontades, sobre o que define como suas necessidades.
No mais das vezes, lhe são imputadas vontades; decisões são tomadas por ele (para seu “bem”!). Que, incorporando o ideário reinante sobre a velhice entre nós, as “acata”, resignando-se (mesmo que sem se conformar ou expressar insatisfações).
Neste sentido, a condição de emancipação do ser humano só ocorrerá quando, através do agir comunicativo, houver possibilidade de se estabelecerem projetos coletivos que conduzam a um estado em que realmente os homens como um todo sejam responsáveis pela construção de sua história (BAPTISTA, 2002, p. 148), pois, segundo De Bert (1999, p.11) o “velho” é um ator que não mais está ausente do conjunto de discursos produzidos, para nós. “Os velhos são como um conjunto autônomo e coerente que impõe outro recorte à geografia social”, pois podemos pensar que o envelhecimento não acontece mais no entorno dos 60 anos de idade, por que hoje se têm vantagens que aparecem na sociedade, na política, na mídia.
A justificativa é que a questão da identidade do velho no mundo contemporâneo implica as mudanças processadas em sua história pessoal e em sua intersubjetividade, implica também o seu projeto de vida e seus papéis sociais, sendo que a identidade é um contínuo processo de igualdade e diferença, de movimento e dialética.
Falar de envelhecimento, de velho, de idoso, sua identidade, sua memória é um desafio e uma responsabilidade muito grande, para além de certa angústia e alguma dificuldade. Ao iniciar este projeto me deparei com muitos trabalhos, estudos, artigos, notícias científicas e outras, mas escolher falar de um tema que ainda não me é uma experiência temporal me situa, ao pensar sobre o meu próprio envelhecimento, pois sabemos que ao chegar a certa idade ou àquele momento em que o nosso corpo muitas vezes já não responde a muitos fatores psicossociais nos leva a concordar com alguns autores em seus depoimentos e pesquisas que o velho é sempre o outro, sempre somos o velho de alguém ou alguém está mais velho do que nós. Isso acontece em qualquer fase de nossa vida quando nos deparamos com os processos biopsicossociais.
Neste trabalho será tematizada a questão do método adotado nesta pesquisa, e o desafio é buscar resposta para o seguinte problema: O idoso, de que forma estão vivendo novas identidades, novos papéis? Bem como refletir, na análise das entrevistas sobre a memória na questão da construção desta identidade. Ao produzir as narrativas é possível ao idoso, ao "ouvir" a si mesmo em suas lembranças, ir teorizando a sua própria experiência e o seu projeto individual.
Para contemplar esses aspectos, optou-se pela pesquisa de abordagem qualitativa, utilizando-se da análise dos conteúdos do discurso através de entrevista narrativa. Tal metodologia proporciona ao pesquisador a compreensão e as formas da narrativa embasada no objetivo da pesquisa. Este pode ser um processo profundamente emancipatório para a noção de identidade. Nessa direção, tomamos como compreensão a construção da identidade como intersubjetividade e como transformadora de uma realidade historicamente metamorfoseada. Isto é de certa forma ir ao encontro das pesquisas.
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