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A Revolução Francesa e o Império Napoleônico

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Por:   •  10/8/2014  •  Tese  •  3.124 Palavras (13 Páginas)  •  296 Visualizações

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1-A Revolução Francesa e o Império Napoleônico

Revolução Francesa

Rebelião política e social que acontece na França, de 1789 a 1799. Sob o lema "Igualdade, Liberdade, Fraternidade", a burguesia revolta-se contra a monarquia e, com o apoio popular, toma o poder, instaurando a primeira república. Os revolucionários acabam com os privilégios da nobreza e do clero e livram-se das instituições feudais do Antigo Regime. Mesmo com a queda do Império Napoleônico, em 1815, e a ameaça da restauração monárquica pelas potências européias vencedoras, a burguesia retoma o controle do governo francês em 1830 e o Estado burguês, construído por Napoleão Bonaparte (1769-1821), permanece.

No final do século XVIII, 98% da população pertence ao Terceiro Estado, que reúne ricos burgueses e camponeses. Ele arca com os pesados impostos que sustentam o rei, a nobreza e o clero. A população também sofre com os abusos do absolutismo de Luis XVI (1754-1793).

A burguesia detém o poder econômico, mas perde as disputas políticas para os outros Estados (nobreza e clero), que se aliam nas votações. Estimulada pelos ideais do iluminismo, revolta-se contra a dominação da minoria. A partir de 1786, a indústria entra em crise com a concorrência dos produtos ingleses. Uma seca reduz a produção de alimentos. Há fome e miséria. O apoio da França à Independência dos EUA havia comprometido ainda mais a economia. Em 1788, o rei convoca a Assembléia dos Estados Gerais, um ano depois que os nobres, na Assembléia dos Notáveis, se recusam a aceitar medidas contra os privilégios.

A tomada da Bastilha - Os Estados Gerais começam seus trabalhos em maio de 1789, no Palácio de Versalhes. Para garantir a vitória, a nobreza quer que a votação ocorra por classe. O Terceiro Estado exige votação por cabeça, pois tem 610 deputados, contra 270 da nobreza e 291 do clero, além de contar com a adesão de nobres influenciados pelo iluminismo e de parte do clero. A disposição de liquidar o absolutismo e realizar as reformas leva a bancada do Terceiro Estado a autoproclamar-se Assembléia Nacional Constituinte, em junho de 1789. A população envolve-se e as revoltas em Paris e no interior, causadas pelo aumento do preço do pão, culminam no dia 14 de julho com a tomada da Bastilha. Grande parte da nobreza emigra. Em 4 de agosto de 1789, a Constituinte abole os direitos feudais ainda existentes.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembléia Constituinte em agosto de 1789, defende a propriedade privada como inviolável e sagrada, institui a igualdade jurídica e a liberdade pessoal. Em setembro de 1791, fica pronta a Constituição, que institui a monarquia parlamentar, proclama a igualdade civil, confisca os bens da Igreja e proíbe greves e associações operárias. A unidade inicial contra a nobreza dá lugar à complexa composição partidária. Os girondinos representam a alta burguesia, têm maioria e o apoio do rei, e combatem a ascensão dos sans-culottes (o povo). Os jacobinos representam a pequena e média burguesia, são mais radicais e, liderados por Robespierre (1758-1794), buscam o apoio popular. Os cordeliers, representantes dos pobres, oscilam entre um lado e outro.

A república - A adesão de Luis XVI à nova Constituição é acompanhada por conspirações em defesa da monarquia. Ele tenta fugir do país para comandar a reação contra-revolucionária, mas é preso. Em abril de 1792, os monarquistas patrocinam a declaração de guerra à Áustria, como possibilidade de voltar ao poder. Austríacos e prussianos invadem a França com o apoio secreto do rei, mas são derrotados pelos populares. Os sans-culottes, liderados por Marat (1743-1793), Robespierre e Danton (1759-1794), assumem o governo. Criam a Comuna de Paris em agosto de 1792 e organizam as guardas nacionais. Radicaliza-se a oposição aos nobres, considerados traidores. Em setembro, o povo invade as prisões e promove execuções em massa.

Forma-se nova Assembléia, a Convenção, entre 1792 e 1795, para preparar outra Constituição. Os girondinos perdem força. A maioria fica com os jacobinos, liderados por Robespierre e Saint-Just (1767-1794) e reforçados pelos montanheses, grupo radical que proclama a república em 20 de setembro de 1792. Luis XVI é guilhotinado em janeiro de 1793. Começa o Período do Terror, que dura de junho de 1793 a julho de 1794.

Burguesia no poder - Sob o comando ditatorial de Robespierre, criam-se o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário, encarregado de prender e julgar os traidores. A Comuna aprisiona e guilhotina 22 líderes girondinos e até jacobinos como Danton e Desmoulins (1760-1794), acusados de conspiração. Milhares de pessoas morrem, entre elas o químico Lavoisier (1743-1794). Poucos meses após a morte de Danton, em julho de 1794 - dia 9 do novo mês Termidor -, Robespierre e Saint-Just são presos e guilhotinados. Os girondinos, que no Período do Terror haviam-se omitido, reaparecem para instalar no poder a alta burguesia. A Convenção cai em mãos do Pântano, grupo formado por ricos burgueses que tratam de ampliar seu poder. Com a execução de Robespierre, chega ao fim a supremacia jacobina. A Reação de 9 Termidor fecha os clubes jacobinos e redige nova Constituição, que institui outro governo, o Diretório. Proclama mais uma Constituição (1795), que consolida as aspirações da burguesia. No período do Diretório (1795-1799), o país sofre ameaças externas. Para manter seus privilégios, a burguesia entrega o poder a Napoleão Bonaparte.

Para muitos historiadores, a Revolução Francesa é o auge de um movimento revolucionário global, que começa nos Estados Unidos, atinge Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Itália, Alemanha, Suíça e chega à França com mais violência e ideais mais bem-delineados. Abre caminho para o capitalismo industrial nesse país e repercute até no Brasil.

Império Napoleônico.

Império estabelecido por Napoleão Bonaparte (1769-1821) na França, entre 1804 e 1815. Fruto da Revolução Francesa, dissemina os ideais da burguesia em ascensão pela Europa . Com política expansionista, o Império se estende por todo o continente em seu apogeu, por volta de 1810. Chega ao fim com a derrota francesa na batalha de Waterloo.

Líder militar de sucesso, Napoleão ganha prestígio e apoio popular nas guerras da França contra a Itália e a Áustria (1796-1797) e na do Egito (1798). Por isso, é escolhido pela burguesia francesa para solucionar a grave crise que havia-se instalado no governo revolucionário. Em 1799, Napoleão dá um golpe de Estado, suprime a constituição republicana e a substitui por outra, autoritária, concentrando todo o poder

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