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A Teoria da história

Por:   •  8/5/2018  •  Resenha  •  1.602 Palavras (7 Páginas)  •  278 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – Modalidade EAD/UAB

Docente responsável: Profª Drª Vanda Serafim.

TEORIA DA HISTÓRIA I

ADRIANO SILVA

1. Segundo Pagés "sem teoria da História não existe nem pode existir a História” (1983, p.12). Explique. (5,0 pontos).

        Falar sobre teoria em História sempre foi uma dificuldade, porque, como diz Edward Thompson, a grande maioria dos historiadores nunca foi dada à discussão teórica (THOMPSON, 1981).

        A História é considerada uma disciplina de conteúdos informativos, na qual os fatos e as datas dos acontecimentos parecem ser os conhecimentos únicos de que o historiador necessita. Por isso mesmo, não é de todo incomum que historiadores saídos das universidades careçam, em geral, de teoria e de método. A formação recebida é, em significativas vezes, puramente factual, memorialística.

        A História é um campo de conhecimento que se faz num processo onde historiador e fatos dialogam sobre o passado a partir do presente, mediante o qual se entende melhor a sociedade do passado e a sociedade do presente, uma vez que uma informa a outra.

        Assim considerada, pode-se afirmar que os acontecimentos vividos pelos homens ao longo do tempo constituem a matéria prima para o trabalho do historiador e que a explicação histórica dos acontecimentos é o objetivo da disciplina histórica.

        A teoria pode ser definida como os princípios formulados pelos historiadores para explicar as ações dos homens ao longo do tempo. A teoria que o historiador adota é resultante da posição que ele assume na sociedade na qual se encontra inserido, da cultura que partilha.

        Não há como se despir da cultura, subtrair-se dos condicionamentos da classe social a qual pertence. Para que a História não seja interpretada conforme as identidades sociais do historiador é preciso que ele se atenha às teorias e metodologias que impedem a ideologização da explicação na História.

        Os métodos da disciplina histórica funcionam como limites à identidade extrema que o historiador pode vir a ter com o objeto que investiga. Por isso há que buscar métodos. Não um único método, mas métodos presentes nas diferentes teorias historiográficas, o que nos leva a entender que não há uma única teoria explicativa, mas sim múltiplas teorias, resultantes dos diversos entendimentos dos homens sobre o fazer histórico.

        Cada historiador, não se pode esquecer, produz sua interpretação do passado a partir do presente, segundo a teoria que professa, as fontes de que dispõe e que seleciona e as influências que norteiam seu modo de entender a documentação.

        Segundo Pelai Pagés, ‘o historiador introduz o critério de sua subjetividade desde o momento em que faz uma escolha teórica que condicionará inevitavelmente o produto de seu trabalho’ (PAGES, 1983, p. 30). Essa escolha envolve o assunto selecionado, a documentação definida para a análise, a historiografia que embasa o conhecimento já existente sobre o assunto, a metodologia empregada para a análise dos documentos, o destaque dado aos personagens que fazem parte do assunto tratado, etc, etc.

        E lógico que o historiador é quem seleciona os documentos que vai empregar o que já supõe um juízo prévio; para isso deve justificar a razão de seus interesses em tal seleção.

        Desse modo, com esse emaranhado de subjetividade, a resposta sobre a possibilidade de a História escrita ser objetiva há de ser afirmativa, porque ela é a essência do conhecer. É ela que o historiador busca ao produzir seu saber sobre um tema investigado.

        Por mais que a compreensão da História seja uma tarefa difícil, que as teorias explicativas demandem um debruçar profundo para serem compreendidas, não é possível ser um bom historiador se não houver essa dose de dedicação, de investimento, de paixão. O esforço para a compreensão do valor da teoria e da importância desta nos procedimentos da escritura histórica resultará, sem dúvida, no prazer, na alegria de desvendar esse ofício.

2. Sobre escrita histórica na História, caracterize como a escrita da História foi produzida pelos historiadores nos seguintes contextos históricos: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Renascimento. (5,0 pontos).

        A História é fruto de uma lenta emergência de sucessivas mudanças no gênero literário. Quando se olha para os textos históricos produzidos na Antiguidade, constata-se que entre os gregos e os romanos, por exemplo, havia muita semelhança entre a literatura e a História. O que diferenciava ambas (e continua a diferenciar) era a preocupação com a verdade.

        Para os historiadores desse período, fazer História implicava no trabalho do escritor em usar de seu talento para elaborar uma oratória que explicasse o passado. O orador era o homem mais capacitado para essa função e cabia a ele esclarecer e dar ‘exemplos’ de vida aos homens públicos e instruir o homem particular. A História na Antiguidade era um tipo de escrita que buscava contemplar os feitos dos homens, de modo a mostrar os sentimentos que motivaram as ações.

        Para os historiadores desse período, havia um poder soberano que dava sentido e coerência ao conjunto da História: o poder dos deuses e o destino, os deuses interferiam nos assuntos humanos e puniam os atos imorais.

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