A guerra civil e o comunismo de guerra
Artigo: A guerra civil e o comunismo de guerra. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mota2610 • 30/7/2014 • Artigo • 1.146 Palavras (5 Páginas) • 251 Visualizações
A justificativa para a tomada do poder pelos bolcheviques foi dada por Lenin no dia seguinte de sua chegada ao exílio - sete meses antes de tornar-se concreta. A exposição de motivos denominou-se "Teses de Abril" cuja síntese é a seguinte: a) denunciou a guerra como sendo imperialista, rapinesca que o proletariado consciente devia se descompromissar de apoia-la. O proletariado só pode dar seu apoio a uma guerra Revolucionária que deponha a burguesia. A guerra imperialista é consequência do capitalismo. Sem a derrubada deste não é possível obter a paz; b) determinou que a peculiaridade do momento atual da Rússia consistia em que o primeiro passo ou etapa da Revolução deu o poder a burguesia, sua segunda etapa deverá ocorrer quando o poder estiver nas mãos do proletariado e das camadas pobres do campesinato; c) portanto os bolcheviques negam-se dar apoio ao Governo Provisório (ocupado pela burguesia). Lenin tem consciência de que os bolcheviques são minoria mas confia que a marcha dos acontecimentos e o crescimento da insatisfação os tornará maioria, criando-se assim a "legitimidade" para tomar o poder. O novo regime seria não uma República Parlamentar mas uma República Soviética; d) estabelece um programa agrário de nacionalização de todas as terras e sua pronta entrega aos camponeses, a fusão de todos os bancos sob controle dos deputados proletários, o imediato controle da produção social e da distribuição dos produtos pelos sovietes e proclama a necessidade da formação de uma nova Internacional Socialista (pois os sociais-democratas europeus apoiaram a entrada de seus países na guerra imperialista, traindo a causa do internacionalismo socialista). O ano I da Revolução seria aquele em que as promessas de Lenin deveriam ser cumpridas. A paz com a Alemanha foi acertada em Brest Litovsk. Os bolcheviques tiveram que ceder milhares de quilômetros quadrados ao império dos Hoenzollers. As fábricas, minas, bancos, estradas de ferro e o comércio foram entregues às administrações dos operários e funcionários, e foi atendida a "fome de terra" dos camponeses com a abolição da propriedade fundiária.
Se a paz com a Alemanha retirou o país da guerra, a "necessária folga" do novo regime pouco durou. A guerra civil desenhava-se no horizonte e seria uma das mais cruentas da história do nosso século.
A guerra civil e o comunismo de guerra
A guerra civil eclodiu em abril de 1918. Em várias regiões da Rússia, ex-generais Czaristas levantaram suas tropas contra o governo bolchevique. Aproveitando-se do verdadeiro caos em que o país se encontrava, as nações aliadas resolveram intervir a favor dos brancos. Tropas inglesas, francesas, americanas e japonesas desembarcaram tanto nas regiões ocidentais (Criméia e Georgial) como nas orientais (ocupação de Vladivostok e da Sibéria Oriental). Seus objetivos eram: derrubar o governo bolchevique (que era pela paz com a Alemanha) e instaurar um regime neoczarista (a favor da continuação da Rússia na guerra); mas talvez seu objetivo maior fosse evitar a "contaminação" da Europa Ocidental pelos ideais bolcheviques - daí a expressão utilizada por Clemenceau, Presidente da França - de "cordon sanitaire".
Para poder enfrentar a maré contra-revolucionária, o novo governo instituiu o Exército Vermelho, comandado por Leon Trotski que revelou-se um brilhante estrategista, disciplinador rígido e líder das tropas. Na passagem dos anos vinte para vinte e um, todas as formações contra-revolucionárias haviam sido derrotadas e seus principais expoentes (Koltchak, Wagran, Denikin e Yudenich) exilaram-se no exterior. As forças expedicionárias aliadas foram obrigadas a retira-se, tanto pela derrota dos Brancos, pressão da opinião pública internacional.
No terreno econômico, devido a situação de emergência e pelo próprio ímpeto revolucionário, instituiu-se o "comunismo de guerra". O dinheiro e as leis do mercado foram abolidas, sendo substituídos por uma economia dirigida baseada no confisco de cereais produzidos pelos camponeses. Naturalmente estas medidas criaram um desestímulo a plantio, levando-os a produzirem exclusivamente para o sustento de suas famílias. O resultado foi catastrófico. Os centro urbanos ficaram sem alimentos, provocando um êxodo urbano - (Petrogrado e Moscou viram sua população reduzir-se pela metade). A fome de 1921 transformou-se numa das maiores tragédias da Rússia moderna - milhões pereceram.
Politicamente, os bolcheviques iniciaram a luta final contra outras facções da Esquerda (melcheviques, anarquistas e social-revolucionários), terminando por se transformarem no único partido legalizado do país. Durante
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