ACREDITARAM OS GREGOS NOS SEUS MITOS ?
Por: Gabriel Rodrigues • 11/6/2019 • Trabalho acadêmico • 626 Palavras (3 Páginas) • 296 Visualizações
RESENHA: ACREDITARAM OS GREGOS NOS SEUS MITOS ?
VEYNE, Paul; GONÇALVES, António. Acreditaram os gregos nos seus mitos?. 1984.
Ao decidir estudar, a partir da crença dos gregos em seus mitos, a pluralidade das modalidades de crença - a crença no que os outros dizem, a crença por experiência própria -, Paul Veyne concluiu que, em vez de falar de crenças, deveria falar de verdades, elas próprias imaginações. 'Nós não fazemos uma ideia errada das coisas - a verdade das coisas é que, através dos séculos, foi constituída de maneira peculiar', escreve. Longe de ser a mais simples experiência realista, a verdade, diz o autor, é a experiência mais histórica de todas. Ele explica que as verdades relacionam-se a contextos culturais, e podem ser questionadas em outras esferas de cultura, diferentes. O olhar contemporâneo sobre o passado ilustra essa visão, pois costuma classificar a quase totalidade das produções anteriores como delírio e considerar como verdade, e muito provisoriamente, somente o que constitui o 'último estado da ciência'. Veyne explica que seu interesse sobre verdades, justamente a partir da crença, não tem intenção de afirmar que a imaginação anuncia as futuras verdades e deveria estar no poder. E, sim, que as verdades já são imaginações 'e a imaginação está no poder desde sempre; ela, e não a realidade, a razão ou o longo trabalho do negativo'.
Ao falar dos historiadores antigos Paul Veyne irá demonstrar a ausência de um método de análise do processo histórico, deixando assim de citar fontes ou dando explicações para melhorar o compreendimento da narrativa descrita.A começar com o processo de pesquisa e obtenção de informações que geralmente se dava por meio da via oral e por pessoas da localidade, e a partir disso que já se começa-se a ver a diferença de um historiador mais “rústico” que seguia a verdade histórica como uma vulgata, para o historiador atual que vê a história como uma ciência seguindo seus métodos e trabalhando com seus objetos de pesquisa .E assim entramos no mérito da concepção de verdade histórica, que esses historiadores tinham em que condicionava a verdade além da reputação dos escritores considerados clássicos e até mesmo a tradição da igreja.Para compreender essa concepção da história teremos que entender como se editavam os autores antigos em que se imprimia a vulgata melhorando apenas alguns detalhes sem lhes dá uma base crítica.
Como já dizia Flávio josefo o historiador mais louvável é aquele que faz relato dos acontecimentos do seu tempo para uso da posteridade.Ou seja criar a narrativa em primeira mão de um fato contemporâneo exige uma maior habilidade do que contar fatos passados ,já que o passado já tem seus historiadores, assim esperando que na época contemporânea um historiador se torne fonte histórica para o futuro.Visto que o historiador é alguém de grande importância para os que o sucedem ele poderá sofrer críticas pois estarão observando o seu trabalho por um espectro mais amplo e não limitado somente por acontecimentos “presentes” podendo assim sofrer correções sem alterá-lo por completo.
Segundo Tucídides um bom historiador não acolhe cegamente todas a tradições que lhe relatam, devendo saber como verificar a informação. Mas ele não colocara ou relatará todo esse processo explícito ao seu leitor , com isso ao não relatar ele pode optar em colocar somente o considera “bom” como tucídides, ao invés de relatar diferentes tradições como faz heródoto não deixando ao leitor espaço para outras interpretações já que eles mesmos verificaram os fatos.Isso difere dos historiadores modernos no sentido em que estes propõe ao leitor seu próprio entendimento dos fatos e os dá meios para verificar as informações e assim podendo concluir sua própria interpretação.
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