ANÁLISE DE UM LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO
Trabalho Universitário: ANÁLISE DE UM LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ferrerinho • 15/9/2014 • 10.306 Palavras (42 Páginas) • 4.315 Visualizações
UNIVERSIDADE DE UBERABA
LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
RENATO SOUZA FERREIRA
Analise do livro didático de História do ensino médio
GOVERNADOR VALADARES_ MG
RENATO SOUZA FERREIRA
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
RA:1013857
TURMA:09
ETAPA- 06
UNIVERSIDADE DE UBERABA. MG.
PRÁTICA DE ENSINO
ATIVIDADE-01
ANÁLISE DE UM LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO.
Descrição do livro e ficha técnica.
Título: Historia Global Brasil E Geral
Autor: Gilberto Cotrim
Editora: Editora Saraiva
Edição: nove
Ano: 2008
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 688 páginas
ISBN: 978-85-0207-470-5
Peso: 1630g
Dimensões: 275mm x 205mm
01) Apresentação do livro didático:
História Global: Brasil e Geral, de Gilberto Cotrim, editora Saraiva. Trata-se de um volume único utilizado nos três anos do Ensino Médio. Gilberto Cotrim é professor de História, graduado pela USP e é, também, advogado. O livro do professor é acompanhado por um caderno com questões de vestibular referentes a cada capítulo. Nesse complemento, não são encontradas instruções de uso do material ou qualquer outro tipo de comunicação entre autor e os professores.
Na apresentação, Cotrim afirma que o livro mostra uma visão global, clara e concisa dos fatos mais marcantes da História Ocidental, além de englobar os principais temas presentes nos currículos nacionais desta disciplina.
Destaca que procurou enfocar fatos políticos, econômicos e sociais e inseriram, no texto, novos elementos da historiografia como o cotidiano, a mulher, os vencidos. Cotrim ressalta, ainda, que teve a preocupação de despertar o interesse e a reflexão dos alunos a cerca dos fatos históricos, ao mesmo tempo em que os prepara para o vestibular. É interessante notar que, o autor não se dirige diretamente aos alunos, como vem se tornando comum nas coleções atuais.
02) CONTEÚDO TEÓRICO.
O conteúdo é dividido em 58 capítulos, distribuídos em 5 unidades que seguem a visão tradicional europeia: Pré-história, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade
Contemporânea. A partir da Idade Moderna, começam a ser intercalados capítulos sobre História do Brasil e História Geral. Apesar de o autor afirmar, na apresentação, que busca inserir os novos elementos da historiografia, o conteúdo do livro pode ser considerado tradicional, visto que dá grande destaque aos conceitos, às datas, aos marcos históricos tradicionais. Não podemos negar, entretanto, que utiliza alguns recursos considerados “inovadores” como textos sobre o cotidiano, trechos de documentos, partes de obras literárias, dentre outros.
Os capítulos possuem o texto base, iconografias, mapas, tabelas, gráficos, exercícios e informações complementares. São intercalados boxes nomeados da seguinte forma:
Definindo Conceitos, nos quais o autor apresenta um tipo de mini glossário;
Monitorando o Estudo, que traz os exercícios e Reflexão, exibindo frases, trechos de documentos para a discussão em sala. Existem também alguns quadros com curiosidades e informações adicionais que não possuem título. Alguns capítulos possuem uma seção denominada Cotidiano na História, na qual são apresentados textos e documentos sobre o cotidiano, a vida comum. O autor não faz nenhum tipo de ligação entre o texto base e este item, que nos pareceu ter uma função mais ilustrativa, de complemento do texto principal.
03) ATIVIDADES PROPOSTAS.
Os exercícios – em geral, do tipo “explique”, “elabore”, “responda” – estão inseridos no decorrer dos capítulos, intercalados com o texto base. Existem também alguns boxes com questões para “reflexão”. Ao final de cada unidade, encontram-se questões de vestibular sobre os temas tratados.
Analisando, em linhas gerais, o discurso desenvolvido pelo autor no decorrer de sua obra, veremos a presença de alguns dos gêneros de discurso apresentados. Nota-se, no livro, a existência do que Braga (2003), tomando como referência Bakhtin, chama de hibridização. Cotrim recorre a fontes primárias, a textos de historiadores, textos jornalísticos, extratos de documentos, etc., ao que denominaríamos, atualmente, de “novas fontes historiográficas”. Entretanto, ao escolarizar os conteúdos, Cotrim toma o discurso para si, utilizando esses outros gêneros apenas como complemento. A narrativa do texto base remete pouco aos documentos, às iconografias, enfim, às outras vozes presentes no livro.
Essa breve análise do livro mostrou-nos que o autor não se dirige diretamente aos alunos – como tem acontecido com muitos manuais disponíveis no mercado atualmente e apresentam os conteúdos de forma sintética – como destacarão os três professores – com uma linguagem simples, sem ironias ou piadas como forma de atrair a atenção dos estudantes. Este é um manual que deixa espaço para a ação do professor, permitindo
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