ANÁLISE OBJETIVA DE CONTO THE WIFE OF BATH'S TALE
Por: Frederico Maróstica • 29/8/2016 • Trabalho acadêmico • 1.057 Palavras (5 Páginas) • 2.406 Visualizações
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
André Lima Oliveira – noturno
Frederico Amatte Maróstica – vespertino
Leonardo Nástas – vespertino
Introdução
Neste trabalho final do curso de História do Cotidiano, ministrado pelo professor Carlos Nogueira, pretendemos realizar uma análise objetiva do conto The Wife of Bath’s Tale, escrito pelo inglês Geoffrey Chaucer durante século XIV e que compõe a obra The Canterbury Tales, considerada um clássico da literatura inglesa.
Antes de iniciarmos a análise de fato, entendemos que é de suma importância que haja uma breve contextualização do autor e de sua obra para uma melhor compreensão do que pretendemos refletir neste trabalho.
Chaucer escreveu The Canterbury Tales durante a Guerra dos Cem Anos, época na qual as línguas predominantes na Inglaterra eram o francês, usual na corte e o latim, comum nas igrejas. No entanto, sua escolha foi fazer uso do inglês (diferente do que nós conhecemos hoje) que até então era uma língua menos utilizada. Isso talvez tenha influenciado para que, até dos dias de hoje, ele ficasse conhecido pela alcunha de “o pai da poesia inglesa”, além de dar à obra um caráter popular, uma vez que ele opta for fazer uso de uma língua corrente, utilizada pela população em geral, e não uma erudita, dominada pelas elites (aristocracia e clero).
Neste clássico da literatura inglesa o autor que desde os seus 16 anos, quando tornou-se pajem na casa de uma das enteadas do rei, sempre esteve ligado à aristocracia, retrata de maneira singular o cotidiano medieval. Isso por que The Canterbury Tales reúne diversos contos narrados por personagens homens e mulheres, de diferentes ofícios e camadas sociais que compunham a sociedade inglesa medieval.
É interessante ressaltar que a obra é dividida em diversas partes dos vários personagens, sendo The wife of Bath uma dessas personagens. Essa parte da narrativa é composta por duas partes, que se relacionam de forma indireta: a primeira parte consiste de um prólogo, onde Alice conta sua história pessoal, seus casamentos e sua relação com os maridos, e o conto em si, narrado pela personagem.
Partindo destas considerações iniciais pretendemos abordar e analisar três temas centrais que dialogam entre si em The Wife of Bath, Sendo eles, o matrimônio, a castidade e a sexualidade.
Matrimônio
Primeiramente é importante destacar, que, de uma forma geral, o matrimônio é o tema central de toda a argumentação e inclusive do conto narrado pela personagem Alice (a mulher de Bath). Desta forma ela irá mostrar seu posicionamento, e relacionar o casamento à sexualidade e à castidade.
Alice caracteriza-se como a viúva no compilado de contos, uma mulher que já se casou por cinco vezes, e sofre com as críticas recebidas pelo número de vezes que se uniu em matrimônio. A mulher de Bath carrega uma série de ensinamentos e argumentos, sobre os benefícios e males do matrimônio.
A personagem passa a expor esses ensinamentos ao descrever a forma como se deu seus cinco relacionamentos, pontos bons e ruins, para ao final fornecer uma espécie de manual do bom matrimônio. No qual a lição final é que em um casamento exemplar o homem deve se sujeitar a mulher, e a mulher se entregar ao homem de bom grado.
Desta forma a narrativa mostra uma mulher medieval de certa forma em pé de igualdade com os personagens masculinos, e que em certas ocasiões se impõe perante esses personagens, este é um dos pontos centrais, a desconstrução de uma visão geral do papel da mulher medieval, na qual a mulher seria um simples integrante submisso da sociedade.
Sexualidade e castidade no matrimônio
É interessante o posicionamento da personagem Alice (a mulher de Bath) com relação à castidade dentro do casamento. Isso por que, na visão desta personagem, a castidade não deve existir no âmbito do casamento. Para a personagem o sexo é um débito do marido para com a esposa, e para além disso, ela valoriza os prazeres carnais e de certa forma rompe com a ideia da mulher medieval como um ser submisso, recatado, sem sexualidade e prazeres.
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