AS MUDANÇAS NA SOCIEDADE CAPITALISTA NO FINAL DO SÉCULO XIX
Ensaios: AS MUDANÇAS NA SOCIEDADE CAPITALISTA NO FINAL DO SÉCULO XIX. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: sophiemeneses • 21/5/2014 • 696 Palavras (3 Páginas) • 1.342 Visualizações
AS MUDANÇAS NA SOCIEDADE CAPITALISTA NO FINAL DO SÉCULO XIX
RICARDO CORRÊA COELHO
Para os liberais, duas importantes mudanças ocorridas nas sociedades capitalistas durante o século XX, que desafiavam a interpretação liberal dominante no século XIX, precisariam ser explicadas: a compatibilidade entre democracia e economia de mercado, e a convivência entre esta e a crescente intervenção do Estado no domínio das relações econômicas.
No campo da teoria econômica, o pensamento predominante no período do pós-guerra seria o do inglês John Maynard Keynes (1883-1946), para quem o capitalismo contemporâneo não poderia funcionar no seu ponto máximo de eficiência regulado apenas pelas leis do mercado, necessitando, para tanto, da influência e intervenção deliberadas do governo.
Embora o Estado não seja capaz de impedir o movimento cíclico da economia capitalista – em que períodos de expansão econômica são seguidos de períodos recessivos, durante os quais a economia se retrai até encontrar um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda, ensejando a retomada do ciclo expansivo –, a intervenção do governo no mercado poderia tornar os ciclos descentes menos profundos, aliviando os seus efeitos deletérios sobre o emprego e o bem-estar coletivo.
Para Keynes, o Estado deveria desempenhar o papel de agente anticíclico nos períodos recessivos, induzindo os investimentos privados por meio da redução das taxas básicas de juros e aumentando o gasto público sob a forma de investimentos diretos em infraestrutura e obras públicas. Ao lançar mão desses mecanismos, o Estado acabaria estimulando os agentes privados a investir, criando empregos e gerando demanda para as empresas. Segundo Keynes, a intervenção política nos mercados não deveria se limitar à ação dos Estados nacionais para estimular e regular suas economias domésticas, mas deveria levar à criação de instituições internacionais voltadas para a coordenação monetária e macroeconômica entre os diferentes países.
Essa proposta acabaria sendo adotada na conferência de Bretton Woods, em 1944, que deu origem à criação de organismos econômicos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Embora predominante, a posição de Keynes nunca foi consensual no meio liberal, encontrando a oposição de alguns importantes economistas, como o austríaco Friedrich von Hayek (1899-1992) e o americano Milton Friedman (1912-2006), que se mantiveram fiéis aos princípios do liberalismo econômico clássico e firmes na convicção de que ao Estado basta ter uma política monetária austera para que os mecanismos de mercado façam os ajustes necessários à economia.
Outra contribuição relevante à teoria contemporânea da democracia veio do cientista político americano Robert Dahl, que, segundo Sartori (1994, p. 211), implicou em “reservar a palavra democracia para o ‘sistema ideal’ e usar ‘poliarquia’ como sua aproximação no mundo real”. Embora as concepções de Dahl e Schumpeter tenham muitas coisas em comum, entre as quais uma série de procedimentos, a definição de Dahl iria pôr o acento no caráter pluralista do exercício do poder na sociedade. Portanto, o termo por ele cunhado de poliarquia estava relacionado à distribuição do poder nas mãos de várias pessoas, e não
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