Analfabetos

Aranha (2006, p. 219), faz a seguinte afirmação:

com a vinda de D. João VI, o Brasil passou por modificações consideráveis: a abertura dos portos e a revogação do alvará que proibia a instalação de manufaturas significaram, de certa forma, a ruptura com o pacto colonial. Eram alguns passos sugestivos em direção à independência, embora tenha ficado mais nítida e direta a dependência brasileira ao governo britânico. Como veremos (...), importantes transformações culturais resultaram da instalação da imprensa, museu, bibliotecas e academias.

Pelo exposto, é possível perceber que a vinda de D. João provocou mudanças consideráveis em relação à cultura na colônia, inclusive na educação, com a abertura de academias. Entretanto, quando lemos a obra 1.808, de Laurentino Gomes (2007, p.238), é possível se ter outra visão a respeito dos hábitos, costumes e inclusive sobre a instrução das pessoas da colônia. Vejamos:

Outra imagem muito frequente nesses relatos dos viajantes é a do analfabetismo, da falta de cultura e instrução. “O Brasil não é lugar de literatura” (...) “Na verdade a sua total ausência é marcada pela proibição geral de livros e falta dos mais elementares meios pelos quais seus habitantes possam tomar conhecimento do mundo e do que se passa nele. Os habitantes são mergulhados em grande ignorância".

Com base nos estudos realizados, responda:

A que você atribui essa aparente contradição evidenciada na citação dos dois autores: uma colônia em que há imprensa, museus, bibliotecas, academias e o povo continua analfabeto e ignorante?