Apologetica
Seminário: Apologetica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bragarafaell • 14/5/2014 • Seminário • 1.860 Palavras (8 Páginas) • 401 Visualizações
Apologética (do latim tardio apologetĭcus, através do grego ἀπολογητικός, por derivação de "apologia", do grego απολογία: "defesa verbal") é a disciplina teológica própria de uma certa religião que se propõe a demonstrar a verdade da própria doutrina, defendendo-a de teses contrárias.
A apologética desenvolveu-se sobretudo no Cristianismo – enquanto em outras religiões, como o Islã e o Budismo, houve apenas tentativas menores. Assim, quando o termo "apologética" não é seguido de especificação, é quase sempre entendido como "apologética cristã", ou seja, como a prática da explanação, demonstração (de ordem moral, científica, histórica, etc.) e defesa sistematizada da fé cristã, sua origem, credibilidade, autenticidade e superioridade em relação às demais religiões e cosmovisões.1 2 3 4
Na Patrística, chamam-se apologistas alguns Padres da Igreja que, sobretudo no século II, se dedicaram a escrever apologias ao Cristianismo, usando temas e argumentos filosóficos, notadamente platônicos e estoicos - que se mostraram compatíveis com a revelação cristã. O objetivo desses escritos não era tanto o de defender o Cristianismo contra correntes filosóficas diferentes ou contra religiões a ele opostas, mas sobretudo o de convencer o Imperador do direito de existência legal dos cristãos dentro do Império Romano. Os textos apologéticos constituíram as bases para o esclarecimento posterior dos dogmas teológicos e portanto, dos conceitos fundamentais usados em teologia. 5
Conforme Sproul, Gerstner, Lindsley (1984:13), a apologética é a defesa fundamentada da religião Cristã6 . Como defesa fundamentada da fé, a Apologética está para a Teologia como a Filosofia está para as Ciências Humanas.
É definida pelo dicionário Houaiss como sendo:
"(1) Rubrica: teologia; defesa argumentativa de que a fé pode ser comprovada pela razão (1.1) Rubrica: catolicismo, teologia; parte da teologia que se dedica à defesa do catolicismo contra seus opositores (ver também Apologética Católica)"
"(2) Derivação: por extensão de sentido (da acp. 1); defesa persistente de alguma doutrina, teoria ou idéia."
Ramm (1953:2) identifica na apologética o papel fundamental de mediar e conciliar tensões intelectuais:
...a apologética medeia tensões intelectuais. [Essa] mediação intelectual alivia as pressões mentais, resolvendo discrepâncias aparentes, harmonizando todos os elementos da vida mental. (...) Com o surgimento da mentalidade moderna e o conhecimento moderno, veio uma ampla gama de tensões para o apologeta Cristão mediar.
Francis Schaeffer argumenta que a apologética não deve ser usada como um conjunto de regras fixas e impessoais, mas que a explanação da fé deve estar sujeita à direção do Espírito Santo e à consciência da individualidade de cada pessoa7 .
Índice [esconder]
1 Estilos de apologética cristã
1.1 Apologética evidencialista
1.2 Apologética pressuposicional
1.3 Apologética filosófica
1.4 Apologética científica
2 Referências
3 Bibliografia
4 Ligações externas
5 Ver também
Estilos de apologética cristã[editar | editar código-fonte]
Há uma variedade de estilos e escolas de apologética cristã. Os principais tipos de apologética Cristã incluem: apologética evidencialista, apologética pressuposicional, apologética filosófica, apologética profética, apologética doutrinal, apologética bíblica, apologética moral e apologética científica.
Apologética evidencialista[editar | editar código-fonte]
Alega que as evidências materiais favorecem a validade do cristianismo. O evidencialista começa num ponto comum com os não-cristãos, presumindo que os sentidos e a inteligência são ferramentas úteis para descobrir a verdade. Ele menciona registros históricos em favor da Bíblia, procurando demonstrar que:
Apesar de suas partes mais recentes terem sido escritas há quase dois milênios, ela foi preservada por fiéis copistas, de modo que o sentido de seu texto permaneceu inalterado ao longo dos séculos, como nenhum outro livro antigo chega perto de ser;
Ela contém profecias pontualmente cumpridas, que anteciparam eventos internacionais em dezenas ou centenas de anos;
Ela é harmoniosa do começo ao fim, formando um único pensamento, apesar de seus autores possuírem diversas formações e culturas, e, muitas vezes, não conhecerem os livros uns dos outros;
Ela é precisa arqueologicamente, se referindo a detalhes que, por inexatidão científica, eram contestados pelos historiadores, até serem esclarecidos por escavações posteriores.
Então, quando a razão mostra-se limitada para encontrar respostas a questões que transcendem o campo da investigação, tais como o sentido da existência, o evidencialista recomenda a aceitação do cristianismo, pelas abundantes evidências acumuladas em favor dessa religião. Todas as palavras contidas na Bíblia são fiéis de Gênesis a Apocalipse.
Apologética pressuposicional[editar | editar código-fonte]
Segundo esta escola, o cristianismo forma um sistema completo de pensamento, com autoridade própria, não podendo ser autenticado por evidências externas, por ser necessariamente verdadeiro. Os pressuposicionalistas alegam que a conquista do conhecimento exige um método confiável de análise, que permita deduzir informações necessariamente extraídas de premissas anteriores, o que só seria possível através do raciocínio sobre as declarações divinamente reveladas na Bíblia, e nunca das sensações ou da razão pura.
Desprovidos de um ponto inicial para racionar sobre as coisas, ninguém poderia obter informação segura, pela falta de uma base de inteligibilidade. E não adiantaria possuir um ponto inicial, se ele não possuísse auto-sustentação. Sem um princípio dogmático que permitisse interpretar a realidade a partir de um ponto absoluto, seria possível apenas presumir a validade das coisas, conforme pressupostos injustificados. Para ter certeza da veracidade de uma declaração,
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