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Artigo sobre o discurso do método

Por:   •  2/12/2018  •  Artigo  •  1.831 Palavras (8 Páginas)  •  286 Visualizações

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Evanildo Gilmar Moreira Sobrinho

RESUMO

Desde que o homem começou a compreender o mundo que o rodeia, há uma vontade em descobrir cada vez mais o que de fato existe por detrás das coisas, porém o conhecimento não se dá de forma desordenada e muito menos é encontrado facilmente, é necessário um olhar mais aprofundado sobre este tema. René Descartes procura em sua obra “O Discurso do Método” demonstrar como alguém que procura o conhecimento deve se comportar para alcançar tal objetivo. Em tal escritura vemos o discorrer de questões como os métodos das ciências, os objetivos do pesquisador, como deve ser a procura, sobre o conhecimento e ainda, como é o dualismo entre corpo e alma que chega a comprovar até mesmo a existência de Deus, pelo simples fato de que se um ser pensa, logo existe mediante ao mundo e aos outros, contudo o conhecimento deve se fazer primeiro dentro do homem para que ele possa de fato alcançar a verdade por trás das coisa exteriores a ele.

Palavras chave: Conhecimento, Descartes, Reflexão, Método, Pesquisador.

INTRODUÇÃO

O gerar conhecimento se torna algo muito mais complexo à medida em que se aprofunda a reflexão sobre o mesmo, o mundo eterno se encontra com muitas verdades, tais que dependem tão somente do modo que são encaradas ou o ângulo que são expostos. Para compreender tal mundo se faz necessário compreender a si próprio e desvendar aos poucos e minuciosamente aqui o que se deseja alcançar. René descartes elabora um conjunto de sugestões de como um pesquisador pode vir a se comportar para alcançar tal objetivo.

APRENDENDO A DESENVOLVER O CONHECIMENTO

A procura pelo conhecimento é algo que remete ao passado da humanidade, onde o mesmo começa a reconhecer em si a produção do conhecimento e consequentemente a mudança do mundo por meio de tal. René Descartes realiza durante grande parte da sua vida reflexões acerca de como se deve proceder para que haja um encontro real com a verdade, confrontando sempre o mundo e si próprio sobre o que acredita não ser verdade ou não acrescentar em sua vida. Em sua obra “O discurso do Método”, podemos ver como Descartes particiona o que acredita ser o melhor método de pesquisa, dando mais importância a experiência como meio de produção do conhecimento. Logicamente estando ciente de que a verdade se encontra em diversas faces do mesmo objeto e que sua proposta não seria logicamente algo universal, mas que lhe proporcionou uma vida de pesquisa detalhada onde por meio de seu método conseguiu transcender a realidade do simples e alcançar a verdade por traz das coisas. Revolucionando o campo da filosofia e consequentemente a Teoria do conhecimento, aqui iremos então comentar sobre a sua obra e como tal foi importante.

René Descartes (1596-1650) é personagem fundamental na elaboração da filosofia moderna. com ele se tem início uma nova época na discussão da Teoria do Conhecimento. Esta, que antigamente tinha rodeado em torno ao objeto do conhecimento. A teoria da substância, consolidada na reflexão de Aristóteles, preparou terreno seguro para a construção da perspectiva realista, que parte da pressuposição de que a nossa razão apreende, superando os fenômenos, a essência substancial da realidade, ou coisa-em-si.

No início de sua obra René convida ao pesquisador uma introspecção acerca de si próprio e comenta sobre como a pesquisa deve ser feita de modo a trazer consigo experiências vivenciadas e como tal selecionadas como verdade e ponto de partida para a busca da verdade, neste momento ele traz em sua obra fortes traços autobiográficos já que conta como foi o início de seus novos pensamentos que viriam posteriormente a ultrapassar os conhecimentos antigos que lhe foram ensinados como por exemplo a escolástica, e comenta como a experiência é importante para construção do conhecimento, mas mostrando também a necessidade de uma reflexão profunda sobre tudo que se aprende.

Como retrata René Descartes (2001)

“[...]empreguei o resto da minha juventude em viajar, em ver cortes e exércitos, em conviver com pessoas de diversos temperamentos e condições, em reconhecer várias experiências, em experimentar-me a mim mesmo nos encontros que o acaso me propunha, e, por toda parte, em refletir sobre as coisas de um tal que pudesse tirar proveito.”

Tomando sequência a segunda parte traz consigo o que René mostra como as regras do Método. Mostrando a preocupação com o fato de as ciências serem muito suscetíveis a opiniões diversas do mesmo assunto, dando como exemplo a construção de uma cidade em que estão envolvidos vários arquitetos, porém os mesmos não pesam na dinâmica da cidade, mas somente na sua obra isoladamente, causando assim uma inconformidade na estrutura geral da cidade. Sendo assim o despir de todo e qualquer conhecimento que lhe foi passando anteriormente se faz necessário que haja de fato a construção de um novo conhecimento sempre pautado, na abordagem da experiência e reflexão.

Descartes reconhece que seu trabalho foi voltado para sua própria metodologia e que não é uma regra universal, assim sendo não é algo que deve ser seguido, isso caso não seja algo que favoreça o pesquisador.

Segundo o autor, era preciso buscar outro método que contemple de forma mais abrangente os campos das ciências, como Matemática, Filosofia, Álgebra e que fosse mais isento de suas desvantagens. Então ele divide em quatro formas como se deve fazer o estudo das coisas, que são; verificar, analisar, sintetizar e enumerar, de forma a conseguir alcançar as coisas de sua forma mais simples a mais complexa.

Já na terceira parte é explicado a criação do que Descartes (2001) chama de Moral Provisória. Mostrando em uma metáfora suas regras. A medida que se reforma uma casa é necessário refazer seus alicerces, para que se possa fortifica-la, reconstruí-la e torna-la confortável, ou seja, para se ir em busca do conhecimento e necessário despir-se de preceitos antigos que enrijecem o pensamento de forma a não contribuir para sua causa final. Se faz preciso estar aberto a novos conceitos sobre o que não se conhece e principalmente sobre o que já conhecemos.

Tentando viver uma vida correta dentro dos preceitos que almejou para si, formulou o que chamou de máximas que norteariam sua moral, uma vez que para ele a moral proporcionava uma maior liberdade, para que não se manter-se preso em si.

Na primeira máxima, era obrigatório seguir o regimento do país onde se encontrava, mantendo sua religião, porém estando aberto a novos

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