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Atividade sobre Etnia Xetá

Por:   •  8/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.323 Palavras (10 Páginas)  •  450 Visualizações

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Atividades destinadas ao 3º ano do Ensino Médio/ Etnia: Xetá

Proposta de atividade: análise das fotografias como documentos nas aulas de História:

[pic 1]

Figura 1 - Mulher da etnia Xetá exercendo suas funções cotidianas, entre elas, cuidar dos filhos, e portando alguns dos instrumentos artesanais produzidos na aldeia para a realização de suas atividades práticas. Década de 1950. Autor: Vladimir Kozàk/Acervo Museu Paranaense.

[pic 2]

Figura 2 – À direita, Cacilda, mulher indígena da etnia Kaingang ao lado suas duas filhas, Michelle, 10 anos, e Kelly, 7 anos. Paradas em seu “ponto” na Rua XV, na cidade de Curitiba, a mulher expõe e confecciona cestos, chapéus e arcos para venda. Curitiba, 2013. Autor desconhecido. Fonte: <http://www.gazetadopovo.com.br/>. 

As atividades a seguir, serão elaboradas a partir da análise que se pretende efetuar com as imagens selecionadas acima, com o objetivo de introduzir a problemática: “A vulnerabilidade social de mulheres e crianças indígenas no Paraná como consequência e resultado de sua situação atual e do preconceito e violência sofridos historicamente por essas populações, utilizando como pano de fundo o quase extermínio da etnia Xetá, oriunda do estado”. Ademais, serão utilizados dois textos de apoio que auxiliarão no desenvolvimento das atividades: o primeiro diz respeito a um recorte do texto da reportagem do jornal Gazeta do Povo, publicado na edição impressa de janeiro de 2013, disponível também em versão online do jornal, intitulada “Venda de artesanato indígena expõe crianças a risco social” e de onde se retirou a segunda fotografia a ser analisada; o segundo trata-se de um relato do religioso português Padre Antônio Vieira que, no papel de missionário em terras brasileiras com o objetivo de cristianizar os indígenas, combateu e foi crítico da exploração e escravização por parte dos conquistadores e colonizadores.  

Todavia, antes de tratarmos propriamente dos documentos e das atividades propostas a partir destes, considera-se importante ressaltar algumas observações acerca do uso dos documentos não escritos em sala de aula, no caso, das “imagens tecnológicas” e, mais especificamente, das fotografias.  Estas estão constantemente presentes em nossos cotidianos, e mais ainda no dia-a-dia dos estudantes, os quais têm seu desenvolvimento cultural e educacional ocupados, na maior parte, pelas imagens. Consumimos imagens fotográficas o tempo todo, em jornais e revistas, por exemplo, com seu poder de comunicação, além de cultivarmos a prática de tirar fotografias de praticamente tudo, desde os momentos mais importantes até aqueles não tão significantes, seja para guardar, colecionar ou compartilhar (cfme. MAUAD, 1996, p. 5).

De acordo com Circe Maria Bittencourt (2011), para os estudos do período contemporâneo, a fotografia tem contribuído significativamente enquanto objeto de pesquisa ou fonte documental, ao mesmo tempo em que enquanto produto cultural passou a ser objeto de estudos de antropólogos, semiólogos, sociólogos e outros cientistas sociais, cujos métodos são apropriados pelos historiadores, que por sua vez devem se perguntar sobre que conhecimento histórico a imagem fotográfica produz. (cfme. BITTENCOURT, 2011, p. 365-366). Entretanto, quando transpomos este exercício de produção do conhecimento através da imagem para a sala de aula, o uso da fotografia pode auxiliar, entre outras possibilidades, na compreensão dos estudantes acerca dos processos de mudanças e permanências, principalmente quando se trata de um estudo comparativo: “com base em fotos de dois períodos, os alunos podem identificar o espaço, as mudanças ocorridas, além das diferenças entre as fotos no aspecto mais técnico, apontando as finalidades das fotografias – para que foram feitas” (BITTENCOURT, 2011, p. 369).

Ambas as fotografias, portanto, serão analisadas a partir, primeiramente, de uma análise interna, de seu conteúdo e forma, como a descrição da cena, dos personagens e dos objetivos mais significativos, a identificação do conteúdo das imagens e informações históricas, a identificação dos dois momentos em que as cenas ocorrem, assim como das diferenças entre as técnicas de produção das imagens. Posteriormente, objetiva-se uma análise externa, identificando a autoria das imagens e por que e para quem foram feitas (cfme. BITTENCOURT, 2011, p. 386). A problemática citada anteriormente será levantada a partir dos dados provenientes desses dois momentos da análise e da leitura dos textos de apoio. Além disso, espera-se que os alunos já estejam familiarizados com uma discussão a respeito dos povos indígenas, em particular das etnias que habitam o atual território paranaense e de sua situação atual, decorrente de processos históricos marcados por violência, intolerância e desconhecimento sobre suas sociedades e culturas.

Dessa forma, a serem realizadas em conjunto com os alunos, algumas leituras possíveis em relação à primeira imagem são as seguintes: a fotografia nos mostra uma mulher indígena (que a princípio não podemos determinar à qual etnia pertence), despida de qualquer tipo de vestimenta, provavelmente em sua aldeia. No cenário, podemos identificar a mata atrás da mulher, que carrega ainda uma criança em seu colo, além de portar um grande cesto às costas, o qual suporta com o auxílio de uma faixa presa em sua cabeça, carregando também outros objetos consigo. Podemos revelar aos alunos, então, que se trata de uma mulher Xetá, explorando tudo o que eles já aprenderam sobre a história desse povo.

Partimos, assim, para as observações sobre a segunda imagem: constatamos que se trata também de uma mulher indígena, vestida com roupas comuns às nossas, sentada na calçada em uma cidade, produzindo algum tipo de artesanato e expondo outros objetos já prontos, provavelmente para vendê-los, e acompanhada de duas crianças. Os transeuntes que aparecem no fundo da imagem parecem apressados, não demonstrando se importar ou mesmo notar a presença dos indígenas. Na medida em que esses apontamentos vão sendo feitos, cabe estimular os alunos a pensarem sobre quantas vezes viram esta mesma cena pelas cidades, principalmente nas rodoviárias ou beiras de estrada, destacando que, a população indígena, antes da expansão invasiva dos não índios às suas terras, tinham um modo de vida e muitos traços culturais que hoje não se praticam mais, o que pode ser percebido a partir da destinação atual de sua produção artesanal, que anteriormente designava-se somente à utilidade prática na aldeia, mas que como poderemos verificar nos trechos retirados da reportagem, passam a ser vendidos pela necessidade de complementação de sua renda.

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