Babi - O Azarado

Babi- O azarado

Foi numa tarde cinzenta de sábado, estávamos todos reunidos em nosso antigo bairro numa feira de produtos usados. Estavam lá amigos de infância, colega de escola e de trabalho. Estávamos todos com exceção de um, aquele que foi o mais problemático de todos enquanto crianças o “BABI” nomeamo-lo assim pelas confusões que estava sempre envolvido, e porque lembrava-nos de um comediante congolês que tinha o mesmo nome em seus filmes também estava sempre metido em problemas, dai a semelhança embora que fisicamente eram muito diferentes. Mas o seu verdadeiro nome era Nelo Lima.

As pessoas notavam a sua ausência e perguntavam por ele.

- O Babi já chegou? Perguntava o professor Francisco.

- Onde é que esta o Babi estou ansiosa por velo? Dizia a Carla sua primeira namorada.

Depois de tanto tempo de espera aí vinha ele, magrinho andando com aquelas pernas que mais pareciam traves.Vinha meio cego, meio surdo, com o jornal a mão. Quase que pisava o cão que estava ao lado e que estava entregue ao sono, ele embate no vaso que estava no outro lado por cima de uma banca.

Ouviu-se o som de vidro partido e que quebrou-se ao meio.

-Traque!. Traque!.

A proprietária do vaso que também foi colega nossa Maria mais conhecia na época por “Mingota” por ser muito rabugenta. Assutada com barulho do vaso depois cair ao chão, aproximou para ver o que se passou deparou-se com Babi e notando ausência vaso na banca, e em seguida vi-o no chão partido, foi logo dar de frente com ele dizendo.

-Quem partiu o vaso que estava na banca? Perguntou a Maria com uma gana.

Babi pensou o que direi eu para Maria? olhou para o cão já espantado com barulho do vaso e logo em seguida disse:

- Não fui eu! Foi este cão maldito que bateu contra a banca e o vaso caiu.

- Coitadinho do cão não tem como se defender, pensavam as pessoas que acompanhará trajetória do Babi desde a sua vinda até ao incidente.

Mas uma reação estranha da parte do cão deixou-nos a todos pasmados.

Após o Babi ter deitado a culpa sobre ele. Começou rosnar e parecia ter entendido aquilo que tinham feito contra ele. Foi tentar atacar o Babi, e tendo reparado na intenção do cão pós se em fuga. Riam todos, ignorando a loucura do homem e o facto de estar a ser perseguido por um cão. Deixando-nos a todos pensando que há coias que nunca mudam.