Balaiada
Por: himeler • 1/11/2015 • Artigo • 1.616 Palavras (7 Páginas) • 331 Visualizações
BALAIADA: COMBATES NO LESTE MARANHESE E O TRIUNFO IMPERIAL
Vitor Batista da Silva
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RESUMO
O presente artigo tem como finalidade expor as diversas frentes de conflitos ocorridas no período da balaiada no leste do Maranhão, dando ênfase principalmente dentro do contexto dos combates, as vitórias das tropas do império sobre os rebeldes, sem deixar de analisar as distintas perdas em números tanto materiais como físicas de ambos os lados.
Palavras-chaves: Balaiada, triunfo, conflito.
Introdução
É de suma importância a priori traçarmos um sucinto paralelo para expormos a situação na qual o Brasil império estava inserido, junto a situação da província do Maranhão dentro dos anos que antecedem e ocorrem os conflitos da balaiada.
O espaço de tempo que correspondem aos anos de 1831 a 1841, é denominado no Brasil de regencial, e os fatos que seguiam nesse período como, a crescente intranquilidade por conta da fragmentação política nas províncias e a abdicação de D.Pedro I, abalaram as estruturas sociais, econômicos e políticas do então império brasileiro. Em meio a toda essa turbulência, começa a engatinhar os movimentos em prol da independência e, por conseguinte o arcabouço da sistematização de um estado a nível nacional. Em outras palavras, o Brasil estava passando por um processo de descolonização, justamente porque a esfera de organização política colonial não dava mas conta de responder aos anseios que vinham do setor produtivo, afetando de forma direta as bases que sustentavam a economia, ocasionando uma involução no velho sistema econômico colonial, que brevemente dariam forma as contemporâneas manobras políticas que fornecessem as devidas condições necessárias ao progresso do império.
A elaboração do estado brasileiro foi sem dúvida uma estrada gradual onde liberais e conservadores desvairavam sobre capacidade de mando e emancipação das novas instituições (tinham o papel maiormente de assegurar a fiscalização estatal central nas províncias).
As circunstâncias que se encontrava o Maranhão, não se divergia muito da situação nacional, uma vez que essas então surgidas instituições não vão surtir efeito repentino na província maranhense. O reflexo da desarmonia política no Maranhão iria atingir diretamente a administração provincial, gerando uma intensa transição no cargo de presidente, que assegurava a ratificação ainda mais da consolidação do poder da elite regional frente ao conselho de governo. Nesse período de fraqueza política, e vacância no cargo presidencial, a elite regional utiliza seu poder político para definir membros das elites locais maranhense para suprir o compromisso de administrar a província. O panorama econômico maranhense em meados do século XIX se erguia a partir da produção para o comercio regional e da atividade de subsistência.
São estas, portanto as ponderações preliminares a se fazer, e em meio a esse contexto complexo de desordem social, desarmonia dos setores políticos, insatisfação das classes populares que a balaiada eclode concebendo conflitos entre e rebeldes (aderentes a causa da balaiada) e as tropas imperiais. Tendo como consequência desses conflitos perdas para os rebeldes que nem de perto chegavam a se comparar com as baixas das tropas do império.
Contenda no leste da província e êxito das tropas legais
Mergulhando no encadeamento dos conflitos, as forças rebeldes que estavam sendo liderados pelos chefes Thomaz, Valério, Vicente, Bezerra, Arueira, Marques e Pio, haviam sido duramente confrontadas em Pastos-Bons pelas tropas legais do governo, tendo como efeito desse encontro inúmeras perdas para os rebeldes e a fuga desesperada dos mesmos para a pequena vila de Passagem-Franca, sendo está fuga uma tentativa de reagrupamento. As tropas imperiais sabedoras de tal aglomeração, convocam o tenente-coronel Honorio Pereira de Burgos para coordenar um ataque preciso a Passagem Franca. O combate começa sem delongas no dia 13 de março de 1840 onde menos de dez soldados legais morrem, e trinta rebeldes perdem a suas vidas.
Em meio a este derramamento de sangue e dois dias antes do choque entre rebeldes e tropas imperiais em Passagem-Franca os líderes rebeldes Serafim, Manoel Lucas de Aguiar e Porfirio José de Aguiar baseados em Paranaguá, tentam uma manobra arriscada enviando uma carta para o então Major Martins (prefeito e comandante chefe do município) apontando para que Martins imediatamente entregue suas tropas e todos os seus cargos. Mesmo percebendo toda a audácia dos rebeldes, Martins ousa a propor antes de um ataque a rendição das fileiras dos revoltosos, tendo como como retorno de sua proposta sinceros argumentos de firmezas. Não tendo outra opção, no dia 11 de março de 1840 Martins junto a coluna d’Oeste vence os entrincheirados rebeldes forçando-os a uma retirada em larga escala.
Sem dúvida a frente de combate de Caxias deixou tremores nos comandantes imperiais. Com a realizações de várias expedições das tropas legais causando inúmeras baixas aos rebeldes, a comarca de Caxias passou para o comando das tropas do império e começou a ser defendia de forma integral por mais de 450 soldados afins de evitar qualquer combate, reforçando também as regiões vizinhas com mais de 200 soldados para cobrir Passagem-Franca e Matões. Brejo, localizado ao norte de Caxias estava sobre a supervisão do tenente-coronel Manoel Antonio da Silva que conseguiu bravamente resistir ao ataque rebelde e abater três guarnições entrincheiradas no dia 23 de março de 1840. Brevemente Brejo estaria cercada por um número estrondoso de rebeldes e suas forças legais que protegiam a vila precisariam de inúmeros reforços.
Os feitos de José Thomaz Henriques e suas tropas
As forças que se encontravam estacionadas em Chapadinha sob o comando do coronel José Thomaz Henriques, tinha como papel vigiar todo o território do município e oferecer intenso fogo aos rebeldes que ultrapassassem o rio preto. No dia 2 de abril de 1840, Thomaz Henriques fica ciente da situação da vila de Brejo, e no dia seguinte ordena o major Antônio Gomes Leal que marche com trezentos homens afim de aniquilar a resistência rebelde que cercava Brejo. No dia 8 de abril as forças legais do major Gomes Leal combateram com extrema dureza as tropas rebeldes entrincheiradas no sítio de Lagoa e Riacho do Carrapato tomando essas posições e chegando até a vila de Brejo no dia 9 de abril ao nascer do sol, somando como baixas para as tropas de Gomes Leal apenas um morto, enquanto para os rebeldes suas baixas ultrapassam a quantia de dez, sendo onze feridos gravemente e mais de vinte prisioneiros. Em novembro do mesmo ano percebendo a desgastada situação dos rebeldes aos arredores de Brejo, Thomaz Henrique decide enviar um oficio ao chefe rebelde João da Matta Coelho Castelo Branco avisando que:
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