"CAPITALISMO: UMA HISTÓRIA DE AMOR": ORIGEM, CONSOLIDAÇÃO E CRISES DO SISTEMA ODIADO POR UNS, IGNORADO POR OUTROS E DOMINADO POR POUCOS
Exames: "CAPITALISMO: UMA HISTÓRIA DE AMOR": ORIGEM, CONSOLIDAÇÃO E CRISES DO SISTEMA ODIADO POR UNS, IGNORADO POR OUTROS E DOMINADO POR POUCOS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dasilva.lucas • 7/12/2014 • 3.100 Palavras (13 Páginas) • 1.881 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL E DO BRASIL – GEOGRAFIA
PROFESSORA: KARLA CARLONI
“CAPITALISMO: UMA HISTÓRIA DE AMOR”
ORIGEM, CONSOLIDAÇÃO E CRISES DO SISTEMA ODIADO POR UNS, IGNORADO POR OUTROS E DOMINADO POR POUCOS
Lucas da Silva
NITERÓI
2014
RESUMO
“Capitalismo: uma história de amor” (“Capitalism: A Love Story” original em inglês) é um documentário estadunidense de 2009, escrito e dirigido por Michael Moore. O filme mostra o impacto que o domínio das corporações têm na vida cotidiana dos norte-americanos e consequentemente no resto do mundo. A respeito desse sistema que irei dissertar a seguir.
Uns acreditam que esse sistema surgiu ainda no período conhecido como “Pré História”. Outros discordam desse ponto e argumentam que o sistema é originário da “Idade Antiga”. Mas ambos os lados concordam que a base para o funcionamento do então desconhecido capitalismo era a troca, principalmente de produtos primários. Visto que no Neolítico surge a agricultura, esse é um argumento plausível. Ellen M. Wood expõe em seu texto “As origens agrárias do capitalismo” a errônea visão simplista do capitalismo ser ligado ao ambiente urbano e que todo ambiente com as características de comércio e troca já seria capitalista por natureza.
Com advento da agricultura, os seres humanos começaram a ter noção de território, se tornaram sedentários e assim surgiu toda uma divisão de trabalho: uns plantavam, outros caçavam, e alguns teriam de defender as terras de outros que também queriam poder usá-las. Com essa nova estruturação da sociedade surgiram as classes sociais, as lutas entre tribos, e consequentemente os escravos (perdedores dessas lutas entre tribos), aumentando mais ainda a noção de classes superiores e inferiores.
A manipulação de primários também sempre esteve presente na história do homem. Do modo de produção primitivo (onde ocorria a transformação de pedras brutas em lascas usadas para a caça, por exemplo) às indústrias (onde ocorre um processo de transformação/produção de bens, na maioria das
vezes, em série padronizada) passando ainda pelos modos de produção asiático, escravista, feudal e comunista. Marx, ao escrever sobre isso, diz: “O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu de fio condutor aos meus estudos, pode resumir-se assim: na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência. (...)”
Na transição do século XVIII para o século XIX houve a incorporação de novos processos de manufatura. Antes da chamada Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual, no máximo com o emprego de algumas máquinas simples, como o tubo de sobro (utilizado na fabricação de vidros). Muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria prima até à comercialização. A adoção de máquinas, principalmente movidas a vapor proveniente do aquecimento de água por carvão mineral, no transporte, fábricas de tecelagem, entre outros, tornou o mundo mais rápido. Eric Hobsbawn, porém, considera que a revolução não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de 1840, mas construiu a sociedade capitalista industrial que estamos inseridos hoje, no século XXI.
Motor a Vapor de James Watt
A partir da consolidação dessa adaptação no modo de produção no final do século XIX, o mundo assistiu a uma onda neocolonialista, agora chamada de imperialismo. Era necessária uma ampliação do mercado e de novas fontes de matéria-prima. Porém, Edgar Decca, em seu texto “Colonialismo como a glória do império”, deixa muito claro que imperialismo não é expansão do império. Em um império todos os cidadãos possuem os mesmos direitos, mas nas colônias dos países imperialistas, isso não aconteceu.
“CAPITALISMO: UMA HISTÓRIA DE AMOR”
ORIGEM, CONSOLIDAÇÃO E CRISES DO SISTEMA ODIADO POR UNS, IGNORADO POR OUTROS E DOMINADO POR POUCOS
Como Ellen Meiksins Wood, marxista norte-americana, propõe em seu texto de 1998 “As origens agrárias do capitalismo” (“The Agrarian Origins of Capitalism”, original em inglês) a origem desse sistema é no campo, a partir da simples troca de produtos primários. A autora explica que mesmo em sociedades ditas “pré-capitalistas” já existia a exploração do trabalho, proposto por Karl Marx no século XIX.
Marx, alemão, cria uma ideologia chamada de “Comunismo” em contraposição ao que o mesmo denomina “Capitalismo”, que tenta promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem a divisão por meio de classes sociais, excluindo a propriedade privada a partir e o controle dos meios de produção.
Karl Marx
A Revolução Russa de 1917, liderada por Vladimir Lênin, marcou a primeira vez em que um partido declaradamente comunista, neste caso o Partido Bolchevique, tomou o poder de um Estado. A tomada do poder pelos bolcheviques acabou gerando um grande debate teórico e prático dentro do movimento marxista. Marx previa que o socialismo, um estágio para se chegar ao objetivo principal, e comunismo propriamente dito deveriam ser construídos sobre a base do mais avançado estado de capitalismo.
Marx viveu entre 1818 e 1883, acompanhou de perto o processo da Revolução Industrial, pois, apesar de ser alemão, viveu um período no Reino Unido e veio a falecer em Londres, capital do “país berço” de tal acontecimento. Hobsbawn, em suas obras a respeito desse fato, mostra que o
avanço britânico não
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