Cem dias entre Céu e Mar
Por: Jeeferson Palot • 5/7/2017 • Resenha • 505 Palavras (3 Páginas) • 265 Visualizações
Cem dias entre Céu e Mar
Navegando ao lado dos peixes, entretendo conversas com gaivotas e tubarões, remando no meio de uma creche de baleias. Cem dias entre céu e mar é o relato de uma travessia absolutamente incomum: mais de 3500 milhas (cerca de 6500 quilômetros) desde o porto de Luderitz, no sul da África, até a praia da Espera no litoral baiano, a bordo de um minúsculo barco a remo.
Amyr Klink, apaixonado pelas águas, é um brasileiro, nascido em São Paulo, na cidade de Paraty e formado em economia, resolve deixar a família e os amigos para viver só entre e céu e o mar. Sua aventura foi realizada no final do outono, tendo o inverno pela frente, época de maior dificuldade. A partida o fez pensar na família, nos amigos, em Paraty e no Brasil, onde a resposta de suas reflexões parecia distante, parecia passagem só de ida, caminho sem volta. O fez entender as coisas ocultas, o fez entender as coisas do mar, o fez conversar com as ondas, a não discutir com o tempo, a transformar o medo em confiança. Entendeu que é preciso ter paciência e dominar a força das águas e dos ventos pela razão. Se não dá para vencer a corrente pelos braços dá para vencê-la com a cabeça. Na coragem e na confiança venceu ondas de 16 metros de altura e ventos de 174 km por hora, também superou tempestades ininterruptas de até 7 dias. Se por vezes o susto e o medo tomava conta, por outras, o mesmo Atlântico o surpreendia com seu silêncio, onde podia sentir a força das braçadas remadas, também podia ouvir o ruído das gaivotas pescando e saltando, suas brincadeiras me distraiam por horas de trabalho.
Viveu momento de intensa beleza no seu barquinho subindo e descendo as ondas sem teimar com o mar, sem desafiar aquelas montanhas de águas. Passou horas refletindo sobre a vida e estudando. Foi medindo distancia, traçando objetivos e fazendo planos que uma carta náutica, traçada em um verdadeiro zigue zague de ponto após ponto, contornando o oceano em direção ao Brasil.
Após tanto tempo no mar e sem contato com o mundo dos humanos, o que lhe dá forças é a firme certeza na vitória de dia após dia, e o faz esquecer as dificuldades e o cansaço, do cotidiano flutuante. Ao perceber que a temperatura das águas estava subindo, um número grande de peixes voadores, eram sinais de vitória e sonho realizado, era motivo de orgulho e alegria do seu barquinho por ter ele cumprido sua missão e provado ser forte. Voltei a Paraty, feliz da vida, meses depois, sem saber explicar o significado de tudo sso., mas com a certeza de que estava no caminho certo. Chegou feliz por ter chegado.
Autor: Almyr Klink
Referência Bibliográfica: Companhia das Letras , 2005, 160 páginas.
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