Cidade de Deus: um exemplo do fato social de Émile Durkheim
Por: vitorly • 16/9/2019 • Trabalho acadêmico • 821 Palavras (4 Páginas) • 962 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
Arthur Moreira dos Santos
REFERÊNCIA
QUINTANEIRO, tania. Um toque de clássicos: Mark, Durkheim, Weber. Editora ufmg, 2010
Cidade de Deus: um exemplo do fato social de Émile Durkheim
O filme cidade de Deus é baseado no livro de mesmo nome escrito por Paulo Lins. O filme foi dirigido por Fernando Meirelles, esse nasceu em São Paulo no ano de 1955 e foi estudante de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo.
O filme Cidade Deus é narrado por Buscapé, um morador da comunidade que busca ser fotografo. Ao longo do filme o narrador-protagonista nos conta a história da favela e seus desafios para atingir seu objetivo de ser um fotografo profissional. Esse longa-metragem tem como personagens frequentes, traficantes, policiais corruptos e moradores da comunidade. Ao decorrer do filme podemos ver que o diretor da muita ênfase no cotidiano dos moradores da cidade Deus. Nesse recorte sobre a vida de um morador da comunidade fica evidente a crítica social do longa-metragem.
Para Durkheim o objetivo da sociologia deveria ser o fato social e nesses fatos temos três características; a coercitividade: “força que os fatos exercem sobre os indivíduos, obrigando-os a fazer algo fora de sua vontade ou levando-os a conformarem-se com as regras da sociedade em que vivem”. Exterioridade: “os fatos sociais ocorrem independente da vontade ou adesão consciente do indivíduo”. Generalidade: “uma vez que sendo social, ele é geral a todos os membros da sociedade”. Com essas três características dos Fatos sociais, podemos perceber que o filme Cidade de Deus é um bom exemplo para analisarmos essa ideia de Durkheim.
Cidade de Deus é narrado por Buscapé, morador da comunidade, esse começa contando sobre o início da favela e logo depois nos relata sobre sua infância. Nesses relatos temos a apresentação de um dos protagonistas, Zé Pequeno, tal desde criança cresceu no meio dos traficantes. Zé Pequeno começou no mundo do crime ainda garoto, quando conheceu o trio Ternura que realizava pequenos assaltos na Cidade de Deus. Podemos perceber nisso a coercitividade durkheimiana, pois o garoto que cresceu no ambiente do crime veio a ser um dos maiores traficantes da favela.
Marreco, membro do trio Ternura era irmão mais velho de Buscapé, esse também cresceu rodeado pelo crime, mas resolveu tomar um caminho diferente de seu irmão. Ele ao longo do filme vai narrando também a sua dificuldade para atingir seu objetivo de ser um fotografo profissional. Podemos perceber nessa dificuldade que o narrador-protagonista sofre a segunda característica dos fatos sociais, exterioridade, porque nota-se no filme que Buscapé, por um tempo, pensou em roubar o trocador do ônibus, pois percebeu que talvez não valesse a pena seguir as leis e vencer a construção social de que todo “preto é traficante/ladrão”.
No filme notamos que os indivíduos têm uma enorme dificuldade para melhorar de vida, com isso, muitos optam por entrar na criminalidade, novamente percebemos a coercitividade e a generalidade dos fatos sociais entrando em ação. Vemos isso claramente na vida de Filé. Quando criança ele foi obrigado por Zé pequeno a atirar em uma criança que praticava roubos na comunidade.
O diretor da ênfase também na corrupção dos policiais, esses forneciam armamento para os traficantes. Muitas vezes, esses agentes da lei são retratados pelo Fernando Meirelles como pessoas piores que os traficantes. Isso fica evidente na morte de Cabeleira, tal foi morto por policias na frente de sua namorada. O filme também relata a ideia que os criminosos quase sempre são melhores para as comunidades do que os policiais.
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