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Colonização No RS

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Por:   •  23/7/2014  •  2.401 Palavras (10 Páginas)  •  228 Visualizações

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Colonização do Rio Grande do Sul

Italianos, os homens do vinho, ficaram nas terras altas

Fome e caos estão na origem da emigração

A maior parte veio do Vêneto

O Rio Grande do Sul na época da imigração italiana

Quarta Colônia Italiana

Italianos, os homens do vinho, ficaram nas terras altas

Embora tenham encontrado um Rio Grande mais organizado economicamente, os italianos tiveram de enfrentar dificuldades semelhantes às vividas pelos alemães. Mas, embora ambas as colonizações tenham sido feitas em zonas de mato, as áreas de ocupação italiana eram mais altas e mais acidentadas. Enquanto a colonização alemã atingiu seu ponto máximo em Nova Petrópolis (597 metros de altitude), a italiana se faria em altitudes que variavam entre 600 e 900 metros.

Isto porque a colonização alemã seguira os vales dos rios de parte da Depressão Central, interrompendo-se nas encostas inferiores da Serra Geral. A região da Encosta superior estava desocupada, e a colonização italiana começaria ali - entre os vales dos rios Caí e das Antas, limitando-se ao norte com os campos de Cima da Serra, e ao sul com as colônias alemãs do vale dos rios das Antas e Caí.

As primeiras colônias na Encosta Superior foram as de Conde D'eu e Dona Isabel (atualmente Garibaldi e Bento Gonçalves, respectivamente), criadas pela presidência da província em 1870, antes que se iniciasse o processo de imigração italiana no estado. Para ocupá-las, o governo provincial firmou contrato com duas empresas privadas, que deveriam introduzir 40 mil colonos em um prazo de dez anos.

Mas, como normalmente acontecia com esse tipo de contrato - que também foi adotado em alguns momentos pelo governo central - o sucesso foi pouco. Em 1872 chegaram 1.354 imigrantes, no ano seguinte 1.607, no de 1874 foram 580 e no de 1875 só 315. Os motivos para isto foram vários. Na Europa Central, e em especial na Alemanha, havia uma prevenção generalizada contra o Brasil - que era visto como um local onde os imigrantes sofriam privações.

Além disso, o governo provincial pagava menos para os transportadores do que o governo central, o que os desestimulava. Quanto aos próprios imigrantes, preferiam ficar no sopé da serra, nas áreas já colonizadas, do que se arriscarem mato adentro. Por isto em 1874 só 19 lotes de Conde d'Eu estavam sendo cultivados, com apenas 74 pessoas vivendo no local. Desestimulado por esse quadro de insucesso, o governo provincial desistiu de administrar a colonização da área, e repassou-a para o governo central.

É a partir de 1875 - sob a administração da União - que chegam as primeiras levas de italianos para Conde D'Eu e Dona Isabel. A área dessas colônias encontrava-se limitada pelo rio Caí, os campos de Vacaria e o município de Triunfo, sendo divididas entre si pelo caminho de tropeiros que seguia do local chamado de Maratá em direção ao rio das Antas (Conde d'Eu ficava à esquerda, Dona Isabel à direita).

No mesmo ano - 1875 - foi criada a colônia Caxias, no local chamado pelos tropeiros que subiam a serra em direção a Bom Jesus de "Campo dos Bugres". Esta colônia limitava-se com Nova Petrópolis, São Francisco de Paula, o rio das Antas e Conde d'Eu e Dona Isabel. Dois anos depois, em 1877, foi criada uma nova colônia para imigrantes italianos, a de Silveira Martins, em terras de mato próximas de Santa Maria.

Essas quatro colônias oficiais foram o núcleo básico da colonização italiana que, a partir dali, em uma primeira etapa, transbordaria para regiões próximas, que foram ocupadas por colônias particulares, e mais tarde atingiria o planalto. Foi assim que, em 1884, os colonos começaram a atravessar o rio das Antas e foi criada Alfredo Chaves; São Marcos e Antonio Prado (1885) foram, por sua vez, um prolongamento natural de Caxias.

Também o governo imperial (pouco depois federal) criou as colônias italianas de Mariana Pimentel (1888), Barão do Triunfo (1888), Vila Nova de Santo Antonio (1888), Jaguari (1889), Ernesto Alves (1890) e Marquês do Herval (1891). A partir da Proclamação da República houve a preocupação de que as colônias criadas fossem mistas, com membros de várias etnias. Mas a idéia teve sucesso apenas parcial, pois geralmente os colonos se remanejavam, reagrupando-se, por iniciativa própria, segundo seus grupos étnicos.

Da mesma forma que os alemães, os italianos tinham que desbravar a terra que adquiriam. Mas, agora, os lotes eram bem menores, tendo uma média que ficava entre 15 e 35 hectares. Ali plantavam produtos de subsistência, como o milho e o trigo. Mas o cultivo que marcou sua presença no Rio Grande do Sul foi a videira.

Antes de sua chegada, a produção vinícola do Rio Grande era considerada de qualidade inferior. Mas os primeiros colonos trouxeram novas variedades de uvas e isto ajudou a aperfeiçoar a qualidade do vinho gaúcho. A partir do início deste século começavam a ser formadas cooperativas vinícolas e a produção foi crescendo e melhorando, transformando o estado no principal produtor de vinhos finos do país.

Fome e caos estão na origem da emigração

A emigração italiana, como a alemã, foi provocada por fatores eminentemente econômicos. Mas, embora a base das duas tenha sido semelhante - alterações da economia que impossibilitaram a subsistência do pequeno proprietário - o processo que resultou na emigração diferiu nos dois países.

Entre as semelhanças, entretanto, convém destacar duas: a primeira, comum a toda a Europa, foi o grande crescimento demográfico, experimentado entre 1815 e 1914, que fez com que, nesse período, a população do velho continente saltasse de 180 para 450 milhões de habitantes, o que provocou a emigração para outros continentes de 40 milhões de pessoas - 85% das quais para as Américas. A segunda foi o processo de unificação, que em ambos os países foi tardia: em 1870 na Itália, em 1871 na Alemanha.

Mas a Itália de 1870 - época em que começa a emigração maciça - apresentava suas peculiaridades. Ainda na década de 60, antes de concluída a unificação, a supressão das alfândegas regionais, a oferta de produtos industriais a preços reduzidos e o desenvolvimento das comunicações haviam destruído a produção artesanal, atingindo os pequenos agricultores - que complementavam a sua renda com o trabalho em indústrias artesanais existentes no campo.

A unificação alfandegária - que impôs

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