Definição

Ao falarmos do valor de determinada coisa ou pessoa, rapidamente pensamos na importância que esta apresenta para o homem ou para a sociedade; logo, o termo valor remete a uma característica que é atribuída pelo homem a algo. A palavra valor pode ser empregada para qualificar tanto objetos quanto atos ou produtos humanos.

Segundo Adolfo Sánchez Vásquez, o objeto possui uma dupla existência: como objeto natural e como objeto natural humanizado ou humano. O objeto natural é apenas um fragmento da natureza que possui certas propriedades físicas e químicas. Já o objeto natural humanizado ganha novas propriedades ao entrar numa relação com o homem social. O objeto humano pode possuir propriedade estética, prático-utilitária ou econômica.

Assim, os objetos ganham um valor quando estão relacionados ao homem enquanto ser social. Porém para que o objeto adquira um determinado valor é necessário que o objeto natural possua propriedades objetivas, ou seja, características físicas e químicas que permitam a sua existência como objeto de valor para o homem.

O valor de um objeto está associado a sua capacidade de satisfazer as necessidades humanas. Já o valor moral está relacionando ao comportamento das pessoas e aos produtos obtidos pela ação humana. “(...) os valores morais se encarnam somente em atos ou produtos humanos e, entre estes, naqueles realizados livremente, isto é, de um modo consciente e voluntário” (VÁSQUEZ; 1969; p. 130).

Pode-se atribuir a um ato ou produto humano uma série de valores, mas há sempre um valor que os caracteriza de forma mais evidente, ainda que de maneira incompleta. Assim, um valor não revela todos os aspectos referentes a um produto ou ato humano.

Ainda de acordo com Adolfo Sánchez Vásquez, a atribuição de um valor moral só pode ser feita quando o ato ou produto humano interfere na vida das pessoas, trazendo conseqüências positivas ou negativas. Desta forma, um indivíduo ao avaliar uma ação humana deve visualizar as repercussões que esta gera numa comunidade ou na sociedade como um todo. Não se pode analisar o aspecto moral de uma ação ou produto humano de maneira isolada.

Há uma série de valores morais que norteiam o comportamento entre indivíduos e entre os indivíduos e a sociedade. Esses valores baseiam-se na idéia de praticar o bem e evitar o mal e, para isso faz-se necessário a distinção entre o bem e o mal. Para Marculino Camargo, “bem é tudo aquilo que está em concordância com a natureza em geral e especialmente com a humana, perfazendo uma integridade ou harmonia com o todo”. Já o mal “é uma negação, uma falta de um bem, uma desarmonia num todo pela ausência de algo”.

As idéias a cerca do que é bom e do que é mau dependem da época e da sociedade, portanto a noção do que é bom está relacionada aos hábitos de um povo em um determinado momento histórico-social. Ao longo da história ocorrem variações na concepção do que é bom e, com isso, os valores morais adotados por um grupo social sofrem mudanças no decorrer do tempo favorecendo o surgimento de novos princípios éticos.

Existem princípios que são mais gerais e facilmente aceitos pelas pessoas. Porém existem situações específicas em que a aplicação de um princípio, de modo que o bem seja realizado, gera polêmica entre indivíduos tanto de uma mesmo grupo social quanto de grupos sociais distintos.