Desmundo

Desmundo é um drama brasileiro de 2003, de Alain fresnot, Sabina Anzuategui e Ann Muylaert, baseado no livro Desmundo de Ana Miranda. Ambienta-se em 1570, relatando a vida e cotidiano dos colonizadores do Brasil, muito detalhado com o português arcaico e detalhes da vida na época, e o conflito da jovem Oribela com o seu próprio mundo, no entanto o teor documental do filme se afirma constantemente.

O filme começa mostrando a grande influencia da Igreja Católica em manter o controle mesmo em terras recém conquistadas, visando proteger os primeiros colonizadores das influencias do pecado, com as nativas, a Igreja manda vir de Portugal jovens órfãs para se casarem com os primeiros colonizadores. Dentre estas órfãs esta a personagem principal do filme, Oribela ( Simone Spoladore), que assim como as outras são oferecidas para os mais influentes dos homens de lá. Oribela desejava seguir a vida religiosa e recusou de forma grosseira o casamento com Afonso Soares D'Aragão, sendo castigada por tal atitude foi ofertada em casamento a Francisco Albuquerque (Osmar Prado), um homem grosso e rude que preocupava-se apenas consigo.

Francisco deita-se com ela e tenta força-la a ter relações com ele – Oribela, apesar de ter sido orientada a obedecer seu marido e ceder a todas as suas vontades, cumprindo sua obrigação de esposa, pede ao seu marido um tempo para que desenvolva afeiçoes por ele, e ele cede ao seu pedido.

Ela é levada por seu marido para o interior da mata, onde ficava a sua morada. Nesta parte podemos ver grandes características da vida na época, os índios subjugados serviam aos brancos, no caso de Francisco Albuquerque trabalhavam em seu moinho de açúcar, protegiam seus senhores.

Mercadores como Ximeno (Caco Ciocler), faziam visitas a tais colonizadores que estavam embrenhados na mata, para oferecer-lhes objetos úteis para o dia a dia e decoração. Francisco oferece a Oribela uma oportunidade de escolher dentre estes objetos algo que lhe agrade, ela escolhe uma tesoura de bordado muito próxima da mão de Ximeno, esbarrando nela. Tal atitude foi observada com extrema desaprovação de seu marido, sendo castigada por tal atitude. As mulheres na época eram submetidas à humilhação e abdicação de suas vontades e opiniões, por este motivo mesmo afirmando não ter feito nada Oribela apanha e acaba por se sujeitar a ter relações com seu marido.

Apesar de estar cercada de influencias – Igreja, Velha Freira, Francisco - que lhe orientam a ser submissa, Oribela tende a se rebelar, planejando uma fuga, esta que foi mau sucedida. Como castigo fica presa como um animal.

Outra cena interessante mostra a chegada do Padre na morada de Francisco, fala-se sobre o catequismo de índios, construindo escolas para instruí-los desde pequenos, porém este não era o único interesse, ao vermos o padre brigando por um índio “mais crescido para pescar” percebemos que também havia interesse em sua mão de obra.

Oribela novamente foge, “disfarçada” com vestes masculinas, pede abrigo a Ximeno, que apesar de relutante cede aos seus pedidos desesperados para ficar ate a vinda de um próximo navio para Portugal. Ao saber que só haveria navios depois de 3 meses, Ximeno decide leva-la para a Cidade dos Castelhanos, gente mais tranqüila, que facilitaria seu embarque para o Reino. Neste caminho são encontrados por Francisco que