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EVASÃO ESCOLAR NA EJA NO CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVEVENS E ADULTOS PERSONALIZADO - CEJAP

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Por:   •  1/9/2014  •  8.007 Palavras (33 Páginas)  •  420 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A evasão escolar é um dos problemas que mais tem preocupado professores, Coordenação e Direção da Escola Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJAP). O relatório final do ano letivo de 2011 mostra 80% de alunos evadidos. Nota-se que este índice é alto, dos 50 alunos matriculados só dez concluiu o ano letivo.

Esta pesquisa pretende conhecer as razões que motivam alunos a evadir-se da EJA, analisar as iniciativas desenvolvidas pelo (CEJAP) que tem por finalidade diminuir os índices de evasão escolar. Enfim proporcionar a reflexão crítica a cerca das razões que levam os alunos da EJA a evadir-se da escola é objetivo deste trabalho. Pretende ainda verificar os impactos provocados pela evasão escolar na vida do aluno e no funcionamento da escola. É uma pesquisa bibliográfica garimpando o que já existe sobre o tema. Um estudo de caso com uma abordagem qualitativa por da analise de documentais pertinentes a instituição- cenário da pesquisa.

Dentre os diversos autores que abordam a temática da pesquisa acadêmica selecionamos para fundamentar o trabalho aqueles com os quais nos identificamos e que tratam do assunto na linha de nossa pesquisa, tais como Freire (1993), Paiva, (2003) e Fávero (2001), pois apontam questões cruciais que envolvem a educação de jovens e adultos e que são entraves para uma educação como prática de libertar o ser humano de todas as formas de alienação.

O presente trabalho encontra-se organizado em três capítulos, sendo o primeiro, denominado exclusão social e exclusão escolar. Tem por finalidade mostrar a problemática vivenciada por jovens evadidos. O segundo capítulo traz breve histórico do EJA com os avanços e retrocesso. Por ultimo a problemática da evasão.

1. EXCLUSÃO SOCIAL E EXCLUSÃO ESCOLAR

Tradicionalmente encontrado em trabalhos franceses, o termo exclusão social se espalhou rapidamente por diversos países, com diferentes propósitos e significados. Ainda hoje, os teóricos concordam em como esse termo pode ser controverso.

Advoga-se aqui que esse debate acerca das concepções sobre exclusão social é relevante, especialmente quando levado em conta que políticas públicas vêm sendo formuladas a partir do que se entende por esse termo. Além disso, uma série de mobilizações políticas e sociais está em curso ao redor do que o termo exclusão social evoca. Por mais problemático que seja o esforço de conceitualização não deve, portanto, ser abandonado.

Para Borchardt (2000 apud GUIMARÃES, 2003), o conceito de exclusão social foi originalmente pensado nos anos 70 pela via pragmática, como referência aos excluídos – aqueles que escapam à rede de proteção social. Entretanto, Castel (1990 apud GUIMARÃES, 2003) afirma que a exclusão social foi considerada o mais extremo ponto do processo de marginalização, que se traduz no processo de ruptura do relacionamento entre indivíduo e sociedade, gerando uma compreensão ampla da exclusão como processo multidimensional e multifacetado.

Na tradição britânica, por outro lado, a ênfase recai sobre os aspectos distributivos, o que traz à tona a discussão sobre as diferenças entre o conceito de exclusão social e o de pobreza. De acordo com Levitas (2000 apud GUIMARÃES, 2003), há nos documentos oficiais, no discurso político e nas tentativas de conceitualização da exclusão social na Grã-Bretanha três abordagens distintas e coexistentes. São elas: 1. O discurso redistributivo, no qual a exclusão é vista como consequência da pobreza; 2. O discurso da integração social, que associa exclusão à falta de trabalho pago; 3. E o discurso moral da subclasse (moral underclass discourse), que tem como principal preocupação aquelas que são consideradas as causas morais e culturais da pobreza.

Evidentemente, algumas críticas são feitas a essas abordagens, (Levitas, 2000 apud GUIMARÃES, 2003) argumenta exemplificando, o reducionismo presente na primeira; a exclusão dos trabalhadores mal remunerados e daqueles que trabalham excessivamente da segunda; e a recuperação da tradicional e preconceituosa ideia de ‘classe perigosa’, na terceira. Segundo Guimarães (2003) o que permanece frágil na maioria das formulações descritas acima é que por mais multidimensional e dinâmica que as concepções de exclusão social possam parecer, elas ainda são entendidas como resultado da falta de recursos, em outras palavras, como resultado da pobreza.

De acordo com (ROOM, 2000 apud GUIMARÃES, 2003), a multidimensionalidade e dinamicidade seriam as duas principais características da exclusão social que a diferenciariam da pobreza. Entretanto, elas não seriam suficientes para eliminar essa relação de subordinação da primeira em relação à segunda.

Uma abordagem diferente é formulada por (XIBERRAS, 1993, apud GUIMARÃES, 2003). Para ela, exclusão social pode ser tomada em três diferentes direções: 1. exclusão de categorias de população, como população negra ou população idosa, por exemplo; 2. exclusão de grupos resultante de outros processos de exclusão como, por exemplo, grupos raciais criados em decorrência de racismo; 3. ou ainda exclusão provocada por processos outros, não diretamente vinculados, como a exclusão decorrente de processos de modernização, que provocam o desemprego e a exclusão de um grupo do mercado de trabalho.

Isso significa que a exclusão social pode ser resultado da submissão de um indivíduo ou grupo à pobreza, mas pode também resultar de valores culturais que definem o que deve ser considerado benigno ou não. Idosos são excluídos não porque ser velho é intrinsecamente negativo ou originalmente relacionado à pobreza, mas por estar socialmente relacionado a valores culturais, sociais e morais que definem o que é bom ou mau em determinada sociedade. Portanto, exclusão parece estar sempre relacionada à diferença, podendo essa ser exigida (‘nós somos diferentes, nós somos melhores’), suportada (como a deficiência), ou imposta, como aponta (XIBERRAS, 1993 apud GUIMARÃES, 2003). Como (ROOM, 2000 apud GUIMARÃES, 2003) também atesta, há um componente relacional na exclusão social.

De acordo com (COSTA, 2000 apud GUIMARÃES, 2003), esse componente seria resultado do acesso que sujeitos e grupos são autorizados a ter com os sistemas sociais básicos – as comunidades, instituições, territórios aos quais pertencem e recursos econômicos. Dessa participação social, tais sujeitos estariam construindo algumas referências simbólicas que adicionariam a dimensão subjetiva ao conceito de exclusão social.

Como o processo de formulação do conceito

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