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Encontro

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Por:   •  10/11/2014  •  Tese  •  1.836 Palavras (8 Páginas)  •  144 Visualizações

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A segunda reunião contou com um número menor de participantes, um total de nove pessoas, e discutiu-se a possibilidade de participar de uma cooperativa já organizada e que trabalhava na coleta de materiais recicláveis, visto que esta é uma prática que sustenta vários moradores de rua. Diante dessa possibilidade sugerimos a realização de algumas visitas a diferentes empreendimentos cooperativistas, a fim de favorecer uma aproximação ao cotidiano e à complexidade organizacional que envolvem a estrutura cooperativista. Pensávamos, desta forma, em construir junto àquela população outras perspectivas de entrada num espaço produtivo que teria uma abertura para potenciais cooperados.

No terceiro encontro, com a participação de cinco pessoas, a discussão aprofundou a reflexão sobre a possibilidade de participar de uma cooperativa já constituída. Ressaltou-se a importância das visitas a empreendimentos cooperativos, como forma de estimular o amadurecimento da discussão entre a população de rua, além de viabilizar o estudo de propostas e alternativas de participação em outros empreendimentos por parte das pessoas interessadas.

Com o propósito de viabilizar as idas às cooperativas em atividade, agendou-se para o quarto encontro a visita a uma cooperativa de materiais recicláveis. Entretanto, esta visita não ocorreu devido à ausência dos interessados ao compromisso previamente combinado. Posteriormente os ausentes se justificaram, alegando esquecimento e outras prioridades ligadas à própria sobrevivência como fatores da ausência. Naquele momento parecia haver uma ambivalência do grupo quando se tratava de viabilizar o acesso a espaços já constituídos.

No quinto encontro, sete pessoas se disseram interessadas na realização das visitas. Um novo agendamento, dessa vez com sucesso, permitiu um primeiro contato direto com uma cooperativa. Observou-se comportamentos e interesses diferentes perante a proposta do cooperativismo. Houve quem se mostrasse indiferente à proposta e houve, também, quem se dissesse interessado nas diferentes questões que envolvem a constituição de um empreendimento cooperativista como, por exemplo, número mínimo necessário de participantes para se constituir uma cooperativa; principais obstáculos a serem superados na construção desses espaços; forma de organização e de relações interpessoais entre os cooperados.

A realização dessa visita facilitou a compreensão, pelo grupo, da organização e do funcionamento de uma cooperativa, além de acrescentar elementos para a discussão das relações e da organização do trabalho dos cooperados.

Visando refletir e discutir as observações, críticas e dúvidas originadas pela visita realizada, marcamos o sexto encontro, caracterizado pela presença de um único sujeito, o qual, disposto a encaminhar as discussões do cooperativismo, lamentava a desarticulação das pessoas verbalizando: "o povo da Associação não quer nada com nada, acham que o albergue é a casa deles e que a Associação tem obrigação de dar comida. Uma cooperativa aqui é difícil". Esse movimento que alterna momentos de adesão e de afastamento da proposta parece ser um aspecto importante a ser considerado quando pensamos no processo de incubação de uma cooperativa com moradores de rua.

O sétimo encontro contou com a presença de sete sujeitos e caracterizou-se pela retomada da reflexão sobre a possibilidade de participação em cooperativas de trabalho já constituídas. Novamente os participantes da reunião reiteraram a importância das visitas a empreendimentos em funcionamento, como um fator que lhes facilitaria a compreensão sobre a proposta do cooperativismo.

Combinamos, então para o oitavo encontro uma nova visita a um empreendimento cooperativista. Porém, novamente a ausência dos participantes nesse encontro impediu que a visita ocorresse.

Na semana em que deveríamos realizar o nono encontro, houve uma ausência geral do grupo. Foram duas semanas sucessivas de ausência de discussões sobre o trabalho.

Na semana seguinte pudemos, finalmente, realizar o décimo encontro, com a participação de três pessoas, que justificaram a ausência nas semanas anteriores, alegando motivos tais como: esquecimento do compromisso assumido; impossibilidade de comparecer à visita por não se sentir adequadamente vestido; prioridade a outros compromissos, entre outros. Pode-se observar, nessa ocasião, que o grupo enfrentava dificuldades para se organizar em torno de uma proposta de trabalho. Entretanto não foi feita nenhuma discussão a esse respeito, naquele momento.

O décimo primeiro encontro contou com a participação de três pessoas, e buscamos discutir sobre as possíveis causas da aparente falta de entusiasmo e, mesmo, da desistência de algumas pessoas do processo de discussão sobre o trabalho. Naquele encontro os participantes discutiram o tema e pareciam desanimados quando afirmavam que "esse negócio de cooperativa aqui não dá certo. O povo de albergue não quer nada com nada". Diante disso perguntamos se seria interessante mudarmos a forma das reuniões, porém chegou-se à conclusão de que essas deveriam permanecer com a mesma dinâmica por favorecer uma aproximação da temática do cooperativismo, além de propiciar uma liberdade de expressão das idéias e das dúvidas.

Ainda no décimo primeiro encontro, propusemos uma reflexão sobre a proposta de realização das visitas. Ao relatarmos a constituição de uma cooperativa de reciclagem de lixo urbano, os participantes da reunião mostraram-se entusiasmados em conhecê-la. Essa cooperativa, de catadores de materiais recicláveis, era composta por moradores ou ex-moradores de rua. Marcamos, então, uma próxima visita, com algum tempo de antecedência, a fim de que todos os interessados pudessem participar da mesma.

Nas três semanas que antecederam a realização dessa visita, mantivemo-nos presentes no espaço da Associação sempre no dia e horário combinado, a fim de que não se perdesse o contato e o estímulo que unia aquelas pessoas em torno de novas possibilidades de geração de renda.

A visita à cooperativa de catadores finalmente ocorreu, com a participação de duas pessoas apenas. Porém ambas se mostraram bastante curiosas e levantaram várias questões sobre união e confiança entre os cooperados, bem como questões relativas à integração necessária entre os cooperados para que o trabalho se constituísse.

Na semana que se sucedeu a essa visita não pudemos comparecer à Associação, como de costume. Isso certamente teve um reflexo negativo sobre o entusiasmo do grupo que havia comparecido à visita, pois, embora nas semanas seguintes

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