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Escravidão em Moçambique

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Por:   •  21/5/2014  •  Tese  •  1.023 Palavras (5 Páginas)  •  405 Visualizações

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Escravatura em Moçambique

A questão da escravatura no território que hoje constitui Moçambique, continua a ser um dos motivos centrais da acusação ao colonialismo português. Utilizada como veiculo de propaganda, a questão é objecto das mais ingénua manipulações. Muitos antigos negreiros africanos têm sido elevados à categoria de heróis, só pelo simples facto de se terem oposto aos portugueses, nomeadamente quando estes procuravam acabar com o tráfico em Moçambique.

1.O tráfico negreiro é anterior à chegada dos portugueses (1498). A escravatura e o tráfico de escravo era uma prática muito corrente em toda a região a que se dedicavam desde há séculos os negreiros árabes e suaílis.Tinha igualmente uma larga tradição na maioria da tribos africanas da região, que não apenas escravizavam os seus inimigos, como até os seus membros.

A partir do século XVI, os suaílis foram contudo o grupo de protagonizou com grande eficácia este comércio. Para isso concorriam duas coisas: os seus portos estrategicamente localizados e a sua importante frota marítima. Os Suaílis era um povo de mestiços islamizado, cujos primeiros centros na costa oriental de Africa foram Quiloa, Zamzibar e ilhas Comores. A partir do século XII, avançaram para sul, criando importantes centros suailis em Angoche, Ilha de Moçambique, Quelimane, Sofala e ilhas Querimbas, todos fundados por aristocratas islâmicos de Quiloa.

2.A presença portuguesa a partir do século XVI, na Costa Oriental de África, assentou no controlo e conquista dos centros suaílis, como Quiloa, Angoche, Sofala, Ilha de Moçmbique, etc. No século XVII, quando os portugueses se estabelecem no vale do zambeze, expulsam também os suaílis das terras do Monomotapa

3.No século XVII,os portugueses começam a perder posições na costa norte de África.Os árabes reconquistam que haviam reconquistado Omã, avançam para sul e conquista Mombaça e diversos portos a norte do rio Rovuma. As comunidades islâmicas, entre as quais se contavam os suaílis, voltam a fortalecer a sua presença no norte de Moçambique. O tráfico negreiro começa lentamente a expandir-se.

4. Ao contrário do que acontecera com a Costa Ocidental de África, onde o tráfico negreiro foi muito intenso entre os séculos XVI e fins do século XVIII.O tráfico na costa oriental manteve relativamente diminuto até fins do século XVIII.

O tráfico só se começa a intensificar, no século XVIII, quando os franceses começam, a realizar importantes plantações nas ilhas francesas no Oceano indico( França e Bourbon). Estas necessitavam de enormes contingentes de mão-de-obra

Os franceses não tardam a vir buscar escravos às costas de Moçambique e às Mascarenhas, apesar da proibição portuguesa de armação de navios estrangeiros aos portos de Moçambique (Leis de 1711 e 1715). Os portugueses contudo, rapidamente entram no negócio. Durante décadas os franceses abastecem-se de escravos na Ilha de Moçambique (autonomizada desde 1752) e em outros portos.

Nas duas últimas décadas do século XVIII, o tráfico atinge enormes proporções para as ilhas francesas. Procurando fugir ao controlo dos portugueses e às taxas aduaneiras por estes cobradas nos seus portos, os franceses não tardam a comercializar escravos directamente com os Suaílis. Estes armados pelos franceses passam a dominar o comércio negreiro na costa moçambicana, incentivando as guerras locais como forma de aumentarem o número de escravos.

5.Ao longo do século XIX, o tráfico negreiro em Moçambique manteve-se muito activo, tendo à cabeça os suaílis. Algumas tribos, como os macuas eram simultaneamente vítimas e os seus chefes tribais beneficiários. Este lucrativo comercio, permitiu o ressurgimento de reinos afro-islâmicos, como o sultanato de Angoche e os xecados de Quitangonha, Sancul, Sangage , etc.

6. O tráfico, recorde-se foi proibido nos territórios africanos de Portugal. O combate ao tráfico foi apoiado nomeadamente, em tratados com a Inglaterra. Contudo, uma coisa era Lisboa proibir o tráfico, outra era a aplicação das leis nas colónias. A diminuta presença de tropas portuguesas no território tornava estas leis em meramente

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