Etica Politica E Sociedade
Ensaios: Etica Politica E Sociedade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rodrigo0000 • 11/10/2013 • 2.454 Palavras (10 Páginas) • 388 Visualizações
Breves reflexões sobre Ética
Gisele Pereira Jorge Leite
Ética (do grego ethike, de ethikós) que diz respeito aos costumes. É parte da filosofia que visa elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral (finalidade e sentido da vida humana, os fundamentos da obrigação e do dever, natureza do bem e do mal, o valor da consciência, moral e, etc), mas fundada num estado metafísico do conjunto de regras de conduta consideradas como universalmente válidas.
Diferentemente da moral, a ética está mais preocupada em detectar princípios de uma vida conforme a sabedoria filosófica, em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre quais os meios adequados para alcançá-las.
A moral se preocupa com a construção de um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa.
A principal obra de Spinoza foi “Ética” publicada em 1677 postumamente e, onde procurou demonstrar o “more geométrico” de forma rigorosa e ordenada, conforme o método geométrico fundamentado na teoria do sujeito voluntário que procurou transformar o homem em “mestre e possuidor da natureza”.
Segundo o filósofo Baruch Spinoza todas as coisas inclusive os homens constituem modos da substância única ou essência que é Deus: Deus sive natura. Tal concepção dissolve o mundo em Deus, num Deus nem criador e nem pessoa,nem por isso pode ser dissolvido no mundo.
Em verdade, Spinoza recusa o dever-ser, o homem se encontra submisso às leis da natureza. A ética demonstrada segundo o método geométrico é uma obra impecável ordenada por uma série de teoremas. Prega que todas as coisas (inclusive os homens) são modos da substância única que é Deus. A inteligência pode alcançar o saber absoluto, pois a essência divina e das coisas é completamente inteligível. Deus é a natureza concebida como totalidade. Todo conhecimento verdadeiro se realiza por uma dedução de tipo geométrico, o homem não é um império num império, mas está submetido Às leis comuns da natureza.
O principal tratado de ética foi escrito por Aristóteles, é chamado de “Ética a Nicômaco” onde defende a virtude como “justa medida” que pode ser alcançada pelo homem, se este demonstrar prudência (phronesis) em suas decisões, o que permite atingir a felicidade (eudaimonia) que é a realização da vida do homem virtuoso. A obra aristotélica teve grande influência no desenvolvimento das teorias éticas na tradição filosófica.
O conceito de moral em sentido amplo é sinônimo de ética como teoria dos valores que disciplinam a conduta humana, tendo um caráter normativo ou prescritivo. Moral, em sentido estrito, refere-se aos costumes, valores e, normas de conduta específicas de uma sociedade ou cultura, enquanto que a ética considera a ação humana do ponto de vista valorativo e normativo, em sentido mais genérico e abstrato.
Segundo Kant, a moral é a esfera da razão prática que responde à pergunta: “O que devemos fazer?” Já moralidade é o conjunto de valores e princípios morais vigentes em uma sociedade, de um indivíduo ou determinado ato.
Por ética profissional entende-se o sistema de normas destinadas a reger a conduta advocatícia na consecução de seus valores específicos.(Ruy de Azevedo Sodré, Formação Ético-Profissional de Advogado, in Rev. Ltr, abril de 1979, págs., 34/246).
A ética profissional é parte da ética geral entendida como ciência da conduta, é a ética aplicada chamada de deontologia jurídica ou estudo dos deveres dos profissionais do direito, especialmente dos advogados, porque de todas as profissões jurídicas, é a advocacia, talvez a única que nasceu rigidamente atrelada a deveres éticos.
A deontologia é termo criado por Jeremias Bentham (que procurou estabelecer uma moral em que o castigo e o prazer fossem os únicos motivos da ação humana), para Jacques Hamelin e A. Damien o termo teria aparecido em 1874 pela primeira vez em um artigo de Janet na França. com sentido utilitarista e se deve seu sentido atual a Rosmini.Etimologicamente deontos significa o dever de fazer e logos significa discurso ou estudo sobre a matéria.
Nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral. Juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e porque são. Há juízos de fato tanto na metafísica como nas ciências.
Contrariamente os juízos de valor, avaliações sobre coisas, pessoas, situações , são proferidos na moral , nas artes, na política, na religião.
Os juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
Os juízos éticos de valor são também normativos, isto é, enunciam regras que determinam o dever ser de nossos sentimentos, nossos atos e nossos comportamentos. O senso moral e a consciência moral são inseparáveis da vida cultural como bem demonstrará Hegel, uma vez que a sociedade e a cultura definem para seus membros, os valores positivos e negativos que devem respeitar ou atestar.
Mas qual é a diferença entre juízos fáticos (ou de fato) para o juízo ético? É a mesma diferença quês existe entre natureza e ciência.
A primeira correspondendo às estruturas e processos necessários, que existem em si e por si mesmos, inerentes a nós; assim a chuva é um fenômeno metereológico cujas causas e efeitos necessários a explicar.
Por outro lado, a cultura nasce da maneira como os seres humanos interpretam a si mesmos e as suas relações com a natureza, acrescentando-se sentidos novos, intervindo nela, alterando-a através do trabalho e da técnica, dando-lhe valores.
Assim ao considerarmos a chuva boa para a plantação e bela pressupõe uma relação valorativa dos humanos com a natureza percebida como objeto de contemplação.
É comum e natural não percebemos a origem cultural dos valores éticos, do senso moral e da consciência moral, porque somos educados (cultivados) para eles e neles, como se fossem naturais ou fáticos, existentes em si e por si mesmos.
Para garantir a manutenção dos padrões morais e éticos através do tempo e sua continuidade de geração a geração, as sociedades tendem a naturalizá-las. Tal naturalização esconde e escamoteia of ato da ética ser fruto de criação histórico-cultural.
Para que haja conduta ética é necessário que exista o agente consciente (aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício). A consciência moral se reconhece como capaz de julgar o valor dos atos e
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