Feitorias
Resenha: Feitorias. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Vidalokaraimundo • 23/9/2014 • Resenha • 715 Palavras (3 Páginas) • 217 Visualizações
Feitoria (do latim facere, significando "fazer"; em alemão Faktorei, inglês Factory, holandês Factorij) era o nome dado aos entrepostos comerciais europeus em territórios estrangeiros. Inicialmente estabelecidas nos diferentes estados na Europa medieval foram, mais tarde, adaptadas às possessões coloniais.
Uma feitoria podia ser desde uma simples casa até um conjunto de equipamentos e estruturas militares ou de acolhimento e manutenção de navios, para além de armazéns, capela e edifícios da administração, da justiça e da diplomacia. Funcionava como mercado, armazém, alfândega, defesa e ponto de apoio à navegação e exploração e, muitas vezes, sede ou governo de facto das comunidades locais.
Com uma estrutura corporativa, as primeiras feitorias visavam a defesa dos interesses comuns de grupos de mercadores e o desenvolvimento de relações económicas e políticas regulares na região onde estavam estabelecidas. Eram governadas por um feitor encarregado de reger o comércio e arbitrar a comunidade de mercadores e gozavam de um conjunto de privilégios - financeiros e organizativos, incluindo garantias de segurança e jurisdição própria - servindo os interesses da nação que representavam. As feitorias portuguesas, além de superintender as relações entre marinheiros, mercadores e portugueses, centralizavam ainda a cobrança de taxas de navegação e impostos aos navios.Co-existiram assim dois tipos de feitorias, consoante a sua localização e objectivos:
feitorias europeias, em cidades como Bruges ou Antuérpia, ponto de contacto com mercados tradicionais e estabelecidos, em rotas antigas e circuitos comerciais consolidados;
feitorias coloniais fora da Europa, como as de Arguim, Mina ou Sofala, vizando atrair rotas vizinhas, muitas vezes asseguradas por muçulmanos, para centralizar e monopolizar o comércio da região.
Nas primeiras mercadejavam-se produtos manufacturados de luxo, como armas e tecidos em troca de matérias-primas, como sal, produtos agrícolas e mais tarde especiarias; nas segundas, procuravam-se as matérias-primas ou produtos por trabalhar (ouro, marfim, escravos, madeiras, animais, etc., em troca de produtos transformados básicos como azeite, tecidos de algodão e pulseiras de cobre, entre outros. Este sistema foi adoptado pelos norte-americanos para trocar bens com os locais das sociedades não ocidentais. Os mais conhecidos exemplos na América foram aqueles em território índio, criados com a finalidade de promover o comércio entre os povos ameríndios e os colonos europeus e, mais tarde, com os Estados Unidos.a Antiguidade a colonização dos Fenícios e dos Gregos na orla mediterrânica fez-se sob a forma de entrepostos comerciais: Cartago foi um entreposto de colonos fenícios, como quase todas as grandes cidades do mundo, que começaram por ser entrepostos comerciais (Veneza, Nápoles, Roterdão, Nova Iorque, Xangai, etc). Contudo as "feitorias" foram uma instituição nascida originalmente na Europa medieval.
As feitorias europeias medievais eram organizações de mercadores de um estado, reunidos num mesmo local fora das suas fronteiras. Esta organização visava a defender os seus interesses comuns, prioritariamente económicos (mas também de segurança), possibilitando a manutenção de relações diplomáticas e comerciais regulares no local onde estavam sediados. A mais
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