Feudalismo

Feudalismo

Feudalismo é um sistema político, econômico e social, regido pela terra e por uma economia natural que se iniciou com o fim do Império Romano do Ocidente.  Marcado pelos camponeses presos à terra^[1], o feudalismo se destaca pela descentralização política desde o fim do Império Carolíngio^[2], devido a relação de vassalagem, na qual o senhor feudal era vassalo de outros nobres superiores a quem devia serviços militares^[3], ou pagamento de tributos.

Na maior parte dos casos o monarca estava no topo dessa hierarquia, porém, este tinha uma figura simplesmente decorativa, já que não tinha acesso e controle à população como um todo e nem mesmo aos senhores feudais, afinal, há uma enorme fragmentação política, ou parcelarização soberania, termo utilizado por Perry Anderson em seu texto O modo produção feudal "As funções do Estado desagregavam-se em concessões verticais sucessivas, e a casa nível estavam integradas às relações econômicas e políticas. Esta parcelarização da soberania seria constitutiva de todo o modo de produção feudal”.

O monarca retirava seus recursos econômicos somente do seu feudo, enquanto que sua relação com seus vassalos era de caráter exclusivamente militar, assim como qualquer outro suserano e seus vassalos. Como consequência desse sistema tem-se a descentralização política.

Como o monarca não exercia poder político, era necessário que alguma outra instituição concretizasse os laços existentes entre os senhores feudais. A Igreja, na estrutura feudal, era essa instituição, pois tinha um domínio imenso sobre crenças e valores da população, toda formação moral, social e ideológica da época era controlada pelo clero, concretizando a sociedade estamental^[4] e, diferentemente de qualquer outra instituição feudal,  podia defender seus interesses particulares a partir da força armada.

Nesse sistema o senhor de mais alta classe doava terras e proteção ao de mais baixa classe, o vassalo, que em troca prestava serviços ou pagava tributos. A essas alianças se dá o nome de juramento feudal.

No entanto, iniciou-se um processo em que o senhor feudal passou a depender mais dos serviços do vassalo, do que este precisava de sua proteção, como diz Norbert Elias em seu texto O Processo Civilizador. "Em toda a parte e numa dada fase no Ocidente, a dependência dos grandes em relação aos serviços prestados tornou-se maior do que a dependência de seus vassalos quanto a proteção. Esse fato reforçava as forças centrífugas numa sociedade, na qual cada pedaço de terra sustentava seu proprietário."

Isto se relaciona com a questão de propriedade, pois com o tempo, os vassalos passaram a ser proprietários independentes da terra que lhes fora confiada, e suas posições passaram a depender do tamanho da propriedade, do seu poder militar e da produtividade dos servos presentes no feudo. Tal relação entre os senhores feudais está ligada à que existe na sociedade industrial^[5]. O processo de feudalização nada mais foi que uma dessas mudanças compulsivas na rede de dependências. Em toda a parte e numa dada fase no Ocidente, a dependência dos grandes em relação aos serviços prestados tornou-se maior do que a dependência de seus vassalos quanto a proteção. Esse fato reforçava as forças centrífugas numa sociedade, na qual cada pedaço de terra sustentava seu proprietário.