HISTÓRIA E GÊNERO: CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA DAS MULHERES
Ensaios: HISTÓRIA E GÊNERO: CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA DAS MULHERES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lucas1313 • 10/11/2014 • 4.042 Palavras (17 Páginas) • 327 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
A história das mulheres é um campo de estudos que, com o passar dos anos, vem sendo abordado e pesquisado em todos os âmbitos da história, ou seja, a discussão a respeito da história das mulheres ganhou um vasto campo de produção aonde até revistas, periódicos, livros, monografias são pautadas nas lutas, no papel das mulheres de todo o mundo.
Desse modo, as habilidades e características femininas começam a ser valorizadas pela sociedade, deixando a mulher, aos poucos de ser uma mera coadjuvante em determinados segmentos sociais e profissionais.
Assim, por meio da história das mulheres os especialistas passaram a delinear diversos processos de transformações da própria imagem da mulher. Com efeito, esse se tornou um campo promissor de estudos, propondo, ademais, um alargamento dos limites do saber histórico, e que se processa até os dias atuais. É importante salientar ainda, que Isso tudo teve, a partir do feminismo, um reforço ideológico muito grande, pois, nessa perspectiva, o feminismo surgiu para reivindicar mais direitos para as mulheres, buscando uma maior visibilidade e lutando por um fortalecimento da identidade da mulher.
Mas nem sempre foi assim. Pelo contrário, durante muito tempo as mulheres, e a escrita de sua história, foi um tema opaco e sem sentido, particularmente, para pesquisadores do sexo masculino. Tanto nas fontes, quanto nas pesquisas, o que se via era o silêncio, delas e sobre elas, que se prolongava ainda mais com a escassez de documentos, os quais, quase sempre, não demonstravam a sua presença.
2. DESENVOLVIMENTO
Com o surgimento da história das mulheres, universo feminino começa a conquistar um espaço cada vez maior dentro da sociedade, e com o aparecimento do feminismo as mulheres começam a alcançar aos poucos seus objetivos, ao passo que, tornam-se não apenas objeto, mas sujeitos de estudos históricos.
Pelo viés dos estudos sobre o feminismo e a história das mulheres, surge um casamento bastante promissor: história do gênero. Os estudos sobre o gênero no seu início foi utilizado para analisar as diferenças entre os sexos, mas que, aos poucos conseguiram colocar a mulher como um ser importante e respeitado dentro da sociedade. Assim, na alternância característica desses campos de abordagem, onde em certos momentos as mulheres eram descriminadas, a partir destes movimentos intelectuais, pode-se dizer que a mulher conseguiu um espaço dentro da sociedade nos mais variados aspectos.
A história do gênero apresenta, ao ser analisada de maneira mais cuidadosa, sua importância para os estudos da história das mulheres. De fato, quando surge esse novo campo de abordagens, tenta-se mostrar tanto os homens como as mulheres em suas diferenças semelhanças e também em suas individualidades.
Nesse sentido também pode ser destacado que a história das mulheres a cada período que passa, vai ganhando um espaço maior dentro da sociedade, vai mostrando a força que possuí, e ganha mais poder ainda quando surge também a história do gênero e a história feminista.
Com o início da Terceira Geração dos Annales é que as “mulheres” conseguiram um lugar para elaborar seus trabalhos e através desses começaram a ter um espaço e um destaque melhor na visão da sociedade, como a Christiane klapisch, que trabalhou sobre a história da família na Toscana durante a Idade Média e o Renascimento; Arlette Farge, que estudou o mundo social das ruas de Paris no século XVIII; Mona Ozouf que fez um estudo muito importante e conhecido sobre os festivais durante a Revolução Francesa e também Michele Perrot que fez um trabalho sobre a história da mulher e a história do trabalho.
E com essa geração dos Annales, pode-se afirmar que a história das mulheres, não se destacou apenas na França, mas também em países como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, Alemanha e na Itália. Aonde se iniciaram pesquisas sobre as mulheres e onde nesse período pode ser destacado que essas ganham mais oportunidade de mostrar os seus trabalhos e a competência que possuíam
A Terceira Geração dos Annales teve início no ano de 1968, como destaca Burke (1992), e no ano seguinte isso continuou com Andre Burguière e Jacques Revel, que começaram a trabalhar na administração dos Annales, após alguns anos Braudel se aposentou e então Jacques Le Goff ocupou o cargo da presidência da VI Seção .
A partir da chamada Terceira Geração, houve grandes mudanças intelectuais. Teve uma abertura para novas idéias e uma inclusão de novas temáticas. E como não havia mais um domínio de uma única temática, a História começou a escrever sobre diversos temas, e por isso muitos comentadores como Michel Vovelle, François Dosse entre outros falavam já em uma fragmentação da história.
Com a mudança e a inserção da história das mulheres o cotidiano passou a ser a principal maneira para que a esta fosse redigida, então podemos dizer que era realizada através da história social que é outro campo da História, qual se preocupou com as identidades coletivas levando as mulheres a condições de objetos e agentes.
De acordo com Pedro e Soihet ( 2007, p. 281 ):
Nesse particular, destaca-se o vulto assumido pela história social, na qual se engajam correntes revisionistas marxistas, cuja preocupação incide sobre as identidades coletivas de uma ampla variedade de grupos sociais, até então excluídos do interesse da história: operários, camponeses, escravos, pessoas comuns. Pluralizam-se os objetos de investigação histórica, e, nesse bojo, as mulheres são alçadas à condição de objeto e sujeito da história. A preocupação da corrente neomarxista com a inter-relação entre o micro e o contexto global permite a abordagem do cotidiano, dos papéis informais e das mediações sociais – elementos fundamentais na apreensão das vivências desses grupos, de suas formas de luta e de resistência. Ignorados num enfoque marcado pelo caráter totalizante, tornam-se perceptíveis numa análise que capte o significado de sutilezas, possibilitando o desvendamento de processos de outra forma invisíveis.
Segundo Tétart (2000) pode-se destacar que o Movimento dos Annales deu um grande impulso na história feminina, mas podemos considerar que a década de 1960 foi decisiva para que as mulheres alcançassem seu lugar na sociedade, pois é nesta época que nasce a Nova História, a qual se identificou com os Annales.
A Nova História contribuiu com fontes, mesmo que seu interesse fosse voltado para a história imediata, política e pelos acontecimentos medievalistas e modernistas.
A história das mulheres
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