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Historia de Lençois Paulista

Por:   •  1/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.393 Palavras (10 Páginas)  •  544 Visualizações

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           O Brasil, depois de ter sido descoberto, precisava povoar sua enorme extensão territorial.

        Nossos imensos campos achavam-se na mais vasta solidão, isso porque os paulistas de então viviam pensando mais no litoral e ao redor de São Paulo, onde desenvolviam sua agricultura.        O governo português, não tendo material humano para povoar ou policiar o imenso território, via suas terras desertas serem ocupadas indevidamente por invasores destemidos.

        Os índios eram os senhores absolutos das florestas e atacava quem ousasse entrar em suas terras. Fabricavam suas armas, como o Tacape, enormes arcos com flechas de pontas envenenadas e atacavam ou se defendiam dos brancos, pois tomavam conta da floresta, seu habitat;

        Entretanto, o sertão com terras férteis e mesmo habitado por índios e animais ferozes, chamou a atenção dos aventureiros paulistas e mineiros que vinham com a ideia de fazer riqueza, conquistar as terras sem dono, existentes em grandes quantidades.  

        O rio Tietê, o principal rio que banhava o território paulista, foi o caminho preferido pelos aventureiros do sertão. Em seu longo percurso, atravessa parte da capital e alcança inúmeras cidades do interior paulista. Com um curso de 1.300 quilômetros, leito tortuoso, fundo desigual, grandes cachoeiras, corredeiras e outros obstáculos, obrigavam os aventureiros a se afastarem por muitas vezes carregando suas canoas e embarcações e indo por terra para alcançar seus objetivos. Esta opção tornava a viagem também difícil, devido aos animais ferozes e índios na floresta.

A história de muitas cidades paulistas surge justamente com esses desbravadores, nessa importante fase das expedições, rumo sertão adentro, principalmente navegando pelo Tietê.

        As expedições fluviais feitas pelos paulistas e mineiros, nos séculos XIX e XX, ficaram conhecidas por Monções. Canoas pequenas e grandes, geralmente formadas por dez ou doze embarcações, levavam em torno de cinco a seis meses para alcançar o destino, quando não eram exterminadas pelos índios, ou pela fome, pela febre e até por naufrágio. Organizavam dois tipos de expedições: as patrocinadas pelo governo, expedições oficiais, levando forças militares e civis. As expedições particulares eram realizadas por pessoas interessadas no comércio de mineração ou posse de terras sem dono.

        A expedição fluvial saía de Porto Feliz, formada por grande número de homes, mulheres, às vezes a família toda, seguindo para o sertão. Antes da partida, um padre fazia a benção das embarcações e seus componentes, e os soldados armados de mosquetes, davam tiros no ar demonstrando entusiasmo, mas também muita apreensão, devido aos perigos que naturalmente iriam enfrentar. Esses aventureiros eram supersticiosos, falavam com insistência dos monstros do Tietê, como a serpente tieteense, da mãe-d’água, dos buracos profundos do rio que levantavam grandes ondas, levando à morte muitos homens. Alguns excursionistas, com temor, não aguentando essa vida, desertavam e desistiam da viagem, parando num determinado lugar. Aí construíam seus casebres, plantavam e tinham início um pequeno lugarejo.

        Por volta de 1825, Francisco Alves Pereira, fazendo parte de uma expedição, desertou e subindo o Rio Lençóis veio dar nesta região, batizando-a com o nome de Bairro dos Lençóes.

        O Rio Lençóis formava muita espuma na sua superfície, isso porque o Rio Lençóis como afluente, lança suas águas no Rio Tietê. Porém, as águas do rio Lençóis, tem nível inferior ao das águas do grandioso Tietê. Quando essas águas se encontram, há uma luta entre elas e as águas do rio Lençóis, em menor quantidade, sendo mais fracas, ficam retidas e impedidas de passar, formando ondas com espumas que parece um lençol colocado sobre as águas. Os Excursionistas que no século XIX faziam o trajeto Tietê-Goiás, chegando diziam: “chagamos ao rio dos lençóis”. O Bairro, na época, era conhecida por boca do sertão, assim considerada porque aqui tinha início o sertão bruto e desconhecido. Conforme a civilização avançava, outras povoações tornavam-se boca do sertão.  

        Em 28 de Abril de 1858 o Bairro dos Lençóes, pertencente ao Município de Botucatu, passa a ser elevado à categoria de Freguesia Distrito. Logo após, em 1865, torna-se Município.        

Lençóis Paulista recebeu três nomes: Lençóes, Ubirama, Lençóis Paulista. Em 1943, Getúlio Vargas decretou uma Lei que desde então não poderia haver no Brasil duas cidades homônimas. Na Bahia, uma cidade com o nome de Lençóes, mais antiga que a Paulista, ficou com o direito de não sofrer mudança. Lençóis Paulista, no dia 30 de Novembro de 1944, pela Lei Nº 14 334, mudou seu nome de Lençóes para Ubirama, que em Tupi quer dizer o verdor de seus campos e das suas lavouras. A população lençoense, não se afeiçoando com o novo nome do município, queria de volta a primitiva denominação. Os anos passavam e somente em 24 de Dezembro de 1948, a Lei Nº 233 afixou-lhe o nome de Lençóis Paulista.

A Vila de Lençóis crescia lentamente, graças ao solo fértil, água abundante, ao bom clima e ao trabalho dos moradores que iam vencendo todas as dificuldades. Entretanto, os índios eram um perigo sempre iminente, porque vivendo nessa terra fecunda, com abundância de caça, afrontavam e amedrontavam os brancos. Saqueavam as casas dos pequenos lavradores, matavam e depois voltavam ao aldeamento no interior da imensa floresta. Por ocasião da derrubada do mato, os índios pilhavam facas, facões, machados e armas de fogo. Com a flecha que faziam, ficavam bem munidos de armamentos. O homem branco também se defendia e atacava os selvagens, resultando em lutas e perdas humanas. Com isso, as autoridades viam a necessidade de catequizar os índios. A catequese foi realizada por diversos padres, mas sem muitos resultados. Com todas essas dificuldades, e com um vasto programa a ser executado como abertura de estradas, construções de pontes e outras necessidades, os lençoense foram ramificando pequenas estradas em todas as direções.

Por volta de 1870 o Governo Imperial, pretendendo efetuar a navegação dos Rios Tietê e Piracicaba, autorizou o Presidente da Província de São Paulo, a conceder privilégios àqueles que se propusessem a montar uma companhia de navegação. Uma empresa particular, com o nome de Companhia de Navegação Fluvial Paulista, recebeu dois Rebocadores a vapor para fazer a linha de navegação com o ponto inicial no Porto de Piracicaba e o terminal no Porto de Lençóis (hoje Pederneiras). Os vapores processavam nas estações embarque e desembarques de passageiros, de cargas e descargas de mercadorias e postos de abastecimentos. Havia também ao longo do trajeto os ancoradores situados em fazendas por onde passavam os rios, para exportar arroz, café, algodão, porco e madeira, mercadorias negociadas com vários municípios, forma encontrada para escoar a produção agrícola. Essas embarcações transportavam, ainda, correspondências que eram primeiramente levadas por estafetas a cavalo, antes do início da navegação fluvial.

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