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História De Bananal

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Por:   •  11/12/2014  •  3.640 Palavras (15 Páginas)  •  1.254 Visualizações

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História da Cidade de Bananal

" Terra Ideal, Berço do Amor "

Trabalho apresentado como requisito da aprendizagem para a disciplina História do Vale do Paraíba do

curso de Administração da Faculdade Bilac.

Orientador: Profº Msc. Luiz Laerte Soares.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP

2011

Índice

Introdução............................................................................................................... 1

História de Bananal................................................................................................. 2

Estância Turística ................................................................................................... 4

Geografia..................................................................................................................9

Demográfia.............................................................................................................10

Considerações Finais.............................................................................................12

Bibliografia..............................................................................................................14

Introdução

O Bananal nasceu da povoação fundada por João Barbosa de Camargo e sua mulher Maria Ribeiro de Jesus, que aí ergueram uma capela dedicada ao senhor Bom Jesus do Livramento, em sesmaria que lhes foi doada em 1783. O povoado foi elevado à vila, em 1832, e à cidade, em 1849, sendo comarca desde 1858.

A cidade cresceu e se enriqueceu com as fazendas de café. Com tanta riqueza, o Bananal chegou a avalisar para o Império empréstimos feitos em bancos ingleses, chegando a cidade ao luxo de possuir, por algum tempo, moeda própria. Com a decadência do café, as fazendas passaram para a pecuária leiteira.

História de Bananal

O vale do rio Paraíba sempre esteve nas principais rotas dos viajantes no Brasil Colonial. A ocupação da região data do final do século XVII e início do século XVIII, quando o ouro que vinha das Minas Gerais passava por ali, atravessando a Serra do Mar em direção ao porto de Paraty, para ser embarcado para o Rio de Janeiro e Europa. Ao longo deste percurso, foram aparecendo povoados que serviam de pouso para viajantes e tropeiros.

A abertura de um novo caminho ligando às minas diretamente ao Rio de Janeiro quase resultou no desaparecimento desses pequenos núcleos. No entanto, com a descoberta de ouro em Goiás e Mato Grosso e com o Comércio do gado vindo do Rio Grande do Sul para abastecer a região mineira, o vale do Paraíba voltou a ser passagem obrigatória.

Ainda faltava um caminho por terra entre as Capitanias de São Paulo e do Rio de Janeiro, que evitasse os riscos das viagens marítimas a partir de Paraty. Os planos para sua execução começaram em 1725, mas a estrada só seria concluída na década de 1770. Foi quando o Capitão-Mor de Guaratinguetá, por ordem de Martim Lopes Lobo de Saldanha, do Conselho de sua Majestade, abriu um caminho que ele fez romper pela serra da Bocaina e Paraíba. Para povoar aquelas terras e criar arranchamentos para comodidade e necessário sustento dos viandantes daquele novo caminho, foram doadas sesmarias aos que haviam se empenhado na construção da estrada. Uma dessas sesmarias, a do rio Bananal, foi destinada a João Barbosa Camargo e sua mulher. Em 1783, o casal manda erguer em suas terras uma capelinha tosca, dedicada ao Senhor Bom Jesus do Livramento. Em torno dela, cresceria o povoado de Bananal. O nome Bananal seria uma corruptela da palavra indígena “banani”, que significa 'sinuoso'. O termo era usado pelos índios para designar o traçado cheio de curvas do rio que passava por ali. Outra versão para a origem do nome relaciona-se com os muitos bananais que existiriam na região.

Na primeira fase de ocupação do vale do Paraíba, predominava a lavoura de subsistência com poucos excedentes para serem comercializados. A situação começa a mudar a partir do início do século XIX, quando a cultura do café, baseada nas grandes propriedades e no emprego da mão-de-obra escrava, chega à região. As terras férteis do vale e o clima propício para o café atrairia grandes investimentos. O capital necessário para a empreitada havia sido acumulado graças ao incremento do comércio após a vinda de D. João VI e a corte portuguesa para o Brasil, no início do século. A princípio, os lucros obtidos com o café eram aplicados na compra de mais escravos e na ampliação da lavoura. A vida era austera e as rústicas sedes das fazendas eram cercadas pelo terreiro de café, oficinas e senzala. Em 1836, o segundo maior produtor de café da província de São Paulo era Bananal, que concentrava boa parte dos fazendeiros mais ricos do vale.

Na época do fim do tráfico de escravos, os fazendeiros começaram a sofisticar seu modo de vida. As sedes de fazenda foram transformadas em palacetes, decorados com móveis importados e afrescos de pintores europeus nas paredes. Aumentava o número de escravos usados nos serviços domésticos. Para as festas e passar as entressafras, sobrados luxuosos eram erguidos nas cidades. Bananal chegou a ter duas bandas de música formadas por escravos, especializadas em óperas européias. Esta mudança de hábitos foi influenciada pela presença da corte portuguesa no Rio de Janeiro e mais tarde pela criação do Império. O Brasil já não era mais uma colônia e a emergente e poderosa aristocracia rural adotava o código de conduta, a maneira de morar, se vestir e se expressar da corte francesa, a mais influente da época.

Em Bananal, os “barões do café” formavam a elite do Império. Com seu dinheiro, depositado nos bancos de Londres, chegaram a avalizar empréstimos feitos pelo Brasil para enfrentar a Guerra do Paraguai. Financiaram a construção da Estrada de Ferro Ramal Bananalense que passava pelas fazendas mais ricas e iam até Barra Mansa, no Rio de Janeiro e trouxeram uma estação ferroviária inteira da Bélgica. Por algum tempo, a cidade teve sua própria moeda. Um dos fazendeiros mais poderosos da cidade, Manoel de Aguiar Vallim, dono da fazenda Resgate, teria ao morrer, em 1878, apenas em apólices da dívida pública, quase 1% de todo papel moeda emitido no Brasil.

Mas o período de prosperidade obtido com o chamado ouro verde não demorou a chegar ao fim. No final do século, as terras começaram a dar sinais de exaustão. A abertura da ferrovia Santos-Jundiaí veio facilitar o escoamento da produção de pontos mais distantes do litoral, propiciando a expansão da lavoura cafeeira no oeste paulista. A abolição da escravatura, em

1888 enfraqueceu ainda mais a economia da região. Os filhos dos grandes fazendeiros não conseguiriam manter as fortunas herdadas dos pais. As pastagens para criação de gado tomaram o lugar dos cafezais. No entanto, não seriam capazes de restaurar o poder e a riqueza das famílias de Bananal e de todo vale, mergulhadas em brigas por heranças e perdidas na lembrança do período de glória.

Na década de 50, mais um golpe. A abertura da Via Dutra, rodovia ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, praticamente desativou a estrada dos tropeiros, que passava por Bananal, além de Areias, Silveiras, Formoso e São José do Barreiro. Todas elas se tornaram 'cidades mortas' - como escreveu Monteiro Lobato, que morou em Areias e presenciou a decadência da região.

Hoje, Bananal procura se reerguer atraindo turistas, não só para conhecer sua História de pompa e riqueza, cujos testemunhos são os belos sobrados da cidade e os casarões de suas fazendas, como também para desfrutar das belezas naturais da serra da Bocaina, onde fica a maior reserva brasileira de mata Atlântica.

Localização

Bananal é município extremo leste do estado de São Paulo na microrregião de mesmo nome. A população estimada em 10.233 habitantes e a área é de 618,7 km², o que resulta numa densidade demográfica de 16,02 hab/km².

Estância Turística

Bananal é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

Principais Pontos Turísticos da Cidade de Bananal

De planta retangular e arquitetura simples esta igreja tem data de construção incerta sendo citada em documentos de meados do século XIX. Local: Praça João Rubião Júnior.

Igreja Nossa Senhora do Rosário

Construída em 1811 em estilo colonial possui no santíssimo os Doze Apóstolo em madeira. Sua arquitetura é caracterizada pela simplicidade de planta fechada possuindo implantação de destaque na principal praça da cidade. Passou por inúmeras reformas ao longo de sua existência. É orgulho dos bananalenses.

Local: Praça Monsenhor Cid França Santos.

Igreja Matriz Do Senhor Bom Jesus do Livramento

Inaugurada em 03 de Janeiro de 1889 a estação de Bananal é um prédio de excepcional interesse como construção metálica sendo o único no gênero na América Latina. Foi importada da Bélgica e é representativa da pré-fabricação em aço possibilitada com a Revolução industrial. O ramal da estrada de ferro foi desativado em 1963 abriga hoje a Biblioteca Municipal Profª. Francisca Eugênia de Barros Paula o Arquivo Histórico e a Rodoviária. É um dos mais valiosos acervos de Bananal. A locomotiva 302, que pertencia à Estrada de Ferro Teresa Cristina, foi trazida para Bananal na década de 1990 para recriar a atmosfera da estação, desativada em 1961.

Estação da Estrada de Ferro Locomotiva 302

Teve origem da Sesmaria da Água Comprida em fins do século XVIII. Sede das fazendas do Comendador Luciano José de Almeida foi a maior produtora de café do município. Em 1948 hospedou o Barão de Caxias e restabeleceu suas tropas a caminho da Silveiras um dos focos da rebelião liberal. Hoje é hotel fazenda Boa Vista guardando ainda alguns resquícios do passado.

Fazenda Boa Vista

Fundada em princípio do século passado por Inácio Gabriel Monteiro de Barros foi a fazenda principal do Comendador Aguiar Vallin. Possui salões e capelas decorados pelo pintor espanhol José Maria Villaronga admiravelmente restaurada e conservada pelos atuais proprietários. .

Fazenda Resgate

Em 1822 hospedou o príncipe D. Pedro em suas viagem à São Paulo que culminou com o grito do Ipiranga. Hoje sem o esplendor de outrora, mas ainda muito bonita transformou-se em Hotel-Fazenda; Hotel Fazenda Três Barras. Conserva ainda muito do seu passado como, por exemplo, o aposento duplo usado pelo Príncipe D. Pedro com os móveis da época. Neste aposento dormiu também Juscelino Kubitschek. De Oliveira quando Presidente da República numa visita à Bananal. O restante da casa (parte interna) sofreu modificações.

Fazenda Três Barras

A Fazenda dos Coqueiros foi uma das antigas grandes fortunas do ciclo do café mantendo sua estrutura antiga e conservada como no século passado. Foi construída em 1855 pelo Major Cândido Ribeiro Barbosa e sua esposa D. Joaquina Maria de Jesus pais de Candóca conhecido como o Menino de Ouro. Estr. p/ Arapei - 6 km -(Rodovia dos Tropeiros).

Fazenda dos Coqueiros

Foi transferido para o alto do morro em meados do século XIX tendo perdido sua importância após a criação do cemitério da Santa Casa. Hoje ainda vemos inúmeras sepulturas trabalhadas em ferro e datadas do século XIX. Sua localização possibilita uma completa vista do vale onde se localiza Bananal.

Cemitério

Existe desde 1830, fundada por um boticário francês, tendo, depois de sucessivos proprietários, chegado às mãos do farmacêutico Ernani Graça, pai do atual proprietário. Tem valioso acervo e recebeu um prêmio da Fundação Roberto Marinho como mais antiga farmácia inda em funcionamento no Brasil.

Pharmácia Popular

Construído em 1855 pelo fazendeiro Aguiar Vallim, o prédio é testemunha da riqueza obtida com o cultivo do café. Data de meados do século dezenove este sobrado de características neoclássicas e pinturas do artista Villaronga. Funcionou no prédio o Grupo Escolar Nogueira Cobra. Hoje o Solar é sede da prefeitura Municipal do Bananal

Solar Manuel Aguiar Vallim

Caminhar pelo Centro de Bananal, mirando seus inúmeros casarões antigos, é fazer uma verdadeira volta ao passado.

Centro Histórico

Artesanato

Sobrado de Dona Laurinha, comemorando 200 anos de existência em 2011. O sobrado é uma das construções mais antigas da cidade, tendo sido registrada em desenho de Thomas Ender, em 1817. Crochê em barbante (colchas, cortinas, almofadas, toalhas, tapetes, redes) executado por centenas de artesãs, pode ser encontrado no sobrado de Dona Laurinha, no lago da Matriz. Todo barbante é fabricado no próprio Município do Bananal, no distrito de Arapeí.

Sobrado de dona Laurinha

A Educação em Bananal

Mesmo na época que Bananal era apenas uma vila, a educação na cidade já se destacava. No ensino primário os alunos tinham aula de latim e francês, o que não era normal de encontrar na época em escolas da região.

Depois com o tempo apareceram outros colégios, como por exemplo, o Colégio Bom Jesus que dava aulas à noite, com curso de Normal e Engenharia, oferecia também cursos de Português, Primeiras Letras, Francês, Inglês, Música, Doutrina Cristã, Caligrafia, Desenho e Direito.

Depois ainda surgiram os colégios Nossa Senhora da Conceição e São Luiz e muitos outros. Com o tempo as famílias bananalenses saíram da cidade em busca de novos horizontes e os colégios entraram e declínio.

Eventos Típicos de Bananal

Janeiro - Folia de Reis

Realizada na Serra da Bocaina

Fevereiro - Carnaval

Nesta data acontecem desfiles e bailes ao ar livre.

Março- Festa de São José do Retiro

Quermesse, Missa e Profissão

Junho -Corpus Christi

As ruas da cidade são enfeitadas e acontece a missa seguida de procissão.

Julho- Emancipação do Município

São realizadas Festividades Cívicas:

Romaria Montada: masculina e feminina com destino a Aparecida

Romaria Ciclística com destino a Aparecida

Agosto: Festa do Padroeiro (Bom Jesus do Livramento)

Quermesse, Missa e Profissão

Festa de Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória

Quermesse - Missa - Procissão Luminosa (noturna)

Considerações Finais

A cidade de Bananal, dentre as tantas cidades que se sobressaíram a partir do café, foi a que teve seu aspecto urbano mais desenvolvido. O fato de Bananal ter tido vida urbana crescente e agitada, durante as décadas em que o café preponderou na cidade, fez com que os costumes impregnassem a cidade de uma cultura diferenciada das demais. O gosto pelas obras de arte que se fizeram presentes nas paredes das casas e fazendas, as artes cênicas, o gosto pela música erudita presente nas diversas organizações musicais que existiram ao longo do ciclo do café, o interesse perpétuo pela educação de boa qualidade, haja vista o grande número de escolas que a cidade teve em sua fase de maior riqueza, a certeza de que uma cidade sem imprensa calaria a população e deteria as informações nas mãos de uma minoria, daí a existência de inúmeros jornais ao longo da história da cidade, tudo isso acabou se transformando em herança para as gerações que vieram nos séculos posteriores. Sem dúvida nenhuma, o café aquilatou a vida dos bananalenses de forma singular os quais trouxeram contribuições à vida do século XXI.

Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bananal

Data: 23/10/2011

Horário: 13h52min

http://www.explorevale.com.br/cidades/bananal/historia.htm

Data: 23/10/2011

Horário: 13h10min

http://wikimapia.org/6072090/pt/Bananal

Data: 23/10/2011

Horário: 13h40min

http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=cidade de bananal

Data: 23/10/2011

Horário: 13h40min

O Passado ao Vivo- Texto de Regina de Camargo Maia, ilustração Tom Maia

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